Este é o meu quartinho de bagunça. Da embalagem vazia de Chokito ao último livro do Saramago que eu não terminei de ler, você encontrará aqui de tudo um pouco.

sábado, abril 21, 2007

Mêda, medona, medaça.

A culpa é do Roberto Carlos! Eu fiquei paradóida desde que ouvi Cavalgada. Leiam a letra abaixo e imaginem isso em arranjo orquestrado, com todas as cordas do mundo sintetizadas num teclado de duas escalas, uma base eletrônica de bolero, um palquim de botequim de estrada, cinco mesinhas de prástico forradas com papel timbrado com o nome da churrascaria de Passa Quatro, Passa Três, Passa Boi, Passa Boiada e meia dúzia de barrigudos tomando cerveja em copo de geléia de mocotó, os olhos marejados. Nas cercanias, duas mulheres da vida (ou não!, só porque são barangas não quer dizer que elas sejam profissionais) suspiram pelo músico. Uma delas já deu pra ele cinquenta vezes de graça, mas aparentemente, ela comenta c'a outra, ele não vai largar daquela esposa doente, carcunda e chata.

Imaginou? Agora, a letra. Tenho certeza que você já ouviu, não precisa mais mentir: em sua defesa, pode dizer que está bombando na Dinamarca.

Cavalgada
(Roberto e Erasmo Carlos)

Vou cavalgar por toda a noite
Por uma estrada colorida
Usar meus beijos como açoite
E a minha mão mais atrevida

Vou me agarrar aos seus cabelos
Pra não cair do seu galope
Vou atender aos meus apelos
Antes que o dia nos sufoque

Vou me perder de madrugada (as cordas entram aqui)
Pra te encontrar no meu abraço (e vão crescendo...)
Depois de toda a cavalgada
Vou me deitar no seu cansaço (caraca! tô toda arrepiada!!!)

Sem me importar se neste instante (as cordas estão chegando lá...)
Sou dominado ou se domino
Vou me sentir como um gigante
Ou nada mais do que um menino (virada de batera, é o clímax)


Chorus: (em inglês, pra facilitar pra galera da Dinamarca)
Estrelas mudam de lugar

Chegam mais perto só pra ver
E ainda brilham de manhã
Depois do nosso adormecer

E na grandeza deste instante
O amor cavalga sem saber
E na beleza desta hora
O sol espera pra nascer.


***

PS: Por falar em mêda e paranóia, niki eu tou escrotizando o Rei RC -- e todo mundo sabe que os Reis são eleitos por Deus, assim como alguns presidentes latinoamericanos -- eu sofro um castigo divino: uma merdeca dum aviãozinho minúsculo deu um rasante na minha janela, estourando a barreira do som e dos meus tímpanos, e eu me mijei de susto. Se eu fosse um cachorro com fobia de ruído, teria pulado do doze. Numa boa. Achei que era o fim do mundo. Até eu me dar conta de que é só a exibição de acrobacia aérea na Praia de Botafogo, fiquei batendo entre 150 e 160 por minuto.