Só quero ferimentos leves.
Hoje "conversei" no skype com uma amiga adorada, salve-salve, que mora num reino tão-tão distante. Ela me encheu de boas notícias: está se mudando pra uma casa maior porque vai partir pro segundão (filho), seu irmão vai ser papai, too, a filha vai linda, o casamento bem, obrigada, tudo lindo e maravilhoso, e, de repente -- e não mais que de repente --, eu me toquei de que ela era a primeiríssima pessoa, em muito tempo, que só tinha boas notícias pra dar. Não tinha nem um tom de "ah, a vida é uma merda, mas vamos levando" ou "tá foda, má vamu-ki-vamu". Ela era pura e simplesmente: "tudo bem, tudo zen, meu bem".
Fiquei chocada.
Aí ela perguntou da minha vida. Eu tive vergonha de tocar a real, mas toquei, que pra amigo a gente não mente. Fiz um breve retrospecto dos últimos dois anos. Estou esgotada disso. É muita ferida, muita gangrena, muito câncer e muita doença terminal. Depois dessa conversa, onde contrastaram peso X leveza, percebi que chega: doravante, só quero ferimentos leves. Chega de feridas que não fecham, de sangramentos que não estancam e dessa hemorragia aórtica de lamúrias agonizantes. Chega de ler jornal, de discutir sobre os mortos da Virgínia, do tráfico e do trânsito. Só quero ferimentos leves.
No máximo, um papinho sobre cinema nacional. Que o cheiro do ralo.com.br está em nós. É só a gente inspirar profundamente, que ele estará lá. Cabe a nós fazer as vezes do bombeiro hidráulico que destruirá a porra toda ou eleger um pato-purific paleativo pra se livrar do fedor.
Fiquei chocada.
Aí ela perguntou da minha vida. Eu tive vergonha de tocar a real, mas toquei, que pra amigo a gente não mente. Fiz um breve retrospecto dos últimos dois anos. Estou esgotada disso. É muita ferida, muita gangrena, muito câncer e muita doença terminal. Depois dessa conversa, onde contrastaram peso X leveza, percebi que chega: doravante, só quero ferimentos leves. Chega de feridas que não fecham, de sangramentos que não estancam e dessa hemorragia aórtica de lamúrias agonizantes. Chega de ler jornal, de discutir sobre os mortos da Virgínia, do tráfico e do trânsito. Só quero ferimentos leves.
No máximo, um papinho sobre cinema nacional. Que o cheiro do ralo.com.br está em nós. É só a gente inspirar profundamente, que ele estará lá. Cabe a nós fazer as vezes do bombeiro hidráulico que destruirá a porra toda ou eleger um pato-purific paleativo pra se livrar do fedor.
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