Este é o meu quartinho de bagunça. Da embalagem vazia de Chokito ao último livro do Saramago que eu não terminei de ler, você encontrará aqui de tudo um pouco.

domingo, março 22, 2009

Post triste

Então todo mundo sabe: que a fêmea escolhe o macho, que ela só engravida em condições favoráveis à concepção (estou falando das regras da Natureza), que seu comportamento de gestante se modifica para segurar o feto no ventre, para que o feto fique no ventre o tempo suficiente pra que esteja maduro e pronto pra enfrentar a vida com um fortíssimo grito de guerra, mas de repente uma amiga sua te avisa que alguém "desengravidou".

E desangravidou antes do tempo. Não deu tempo, e o bebê já era.


Tudo bem que isso acontece com 1/4 das mulheres no primeiro 1/3 da gestação, mas dá licença d'eu dizer que matemática de cuérrola e que eu odeio o que é comum ao comum dos outros: os meus queridos tinham sempre que ser incomuns, raros e peculiares. Não admito estatísticas no meu círculo de amizades.

Não admito não ter o superpoder de voltar no tempo. E de fazer o feto voltar ao útero. Ou de fazer o câncer não crescer, ou de fazer o vivo não ser morto. Não admito essa limitação humana, e isso talvez revele um grave defeito do meu caráter: ser humano é um cu.

O bicho homem é uma coisinha tola insignificante.


E isso me deixa muito triste. Muito triste, clowzinha, você não sabe como. Você não sabe como, porque pra saber como, você teria que sair do próprio corpo e deste planeta e me ver de cima, e então perceber que eu sou só torcida, só platéia pra sua alegria... e só lágrimas pra sua tristeza. E que sua tristeza é minha, como a minha própria tristeza não é. E por isso eu sinto muito. Eu sinto demais, quero dizer.