Post triste
Então todo mundo sabe: que a fêmea escolhe o macho, que ela só engravida em condições favoráveis à concepção (estou falando das regras da Natureza), que seu comportamento de gestante se modifica para segurar o feto no ventre, para que o feto fique no ventre o tempo suficiente pra que esteja maduro e pronto pra enfrentar a vida com um fortíssimo grito de guerra, mas de repente uma amiga sua te avisa que alguém "desengravidou".
E desangravidou antes do tempo. Não deu tempo, e o bebê já era.
Tudo bem que isso acontece com 1/4 das mulheres no primeiro 1/3 da gestação, mas dá licença d'eu dizer que matemática de cuérrola e que eu odeio o que é comum ao comum dos outros: os meus queridos tinham sempre que ser incomuns, raros e peculiares. Não admito estatísticas no meu círculo de amizades.
Não admito não ter o superpoder de voltar no tempo. E de fazer o feto voltar ao útero. Ou de fazer o câncer não crescer, ou de fazer o vivo não ser morto. Não admito essa limitação humana, e isso talvez revele um grave defeito do meu caráter: ser humano é um cu.
O bicho homem é uma coisinha tola insignificante.
E isso me deixa muito triste. Muito triste, clowzinha, você não sabe como. Você não sabe como, porque pra saber como, você teria que sair do próprio corpo e deste planeta e me ver de cima, e então perceber que eu sou só torcida, só platéia pra sua alegria... e só lágrimas pra sua tristeza. E que sua tristeza é minha, como a minha própria tristeza não é. E por isso eu sinto muito. Eu sinto demais, quero dizer.
E desangravidou antes do tempo. Não deu tempo, e o bebê já era.
Tudo bem que isso acontece com 1/4 das mulheres no primeiro 1/3 da gestação, mas dá licença d'eu dizer que matemática de cuérrola e que eu odeio o que é comum ao comum dos outros: os meus queridos tinham sempre que ser incomuns, raros e peculiares. Não admito estatísticas no meu círculo de amizades.
Não admito não ter o superpoder de voltar no tempo. E de fazer o feto voltar ao útero. Ou de fazer o câncer não crescer, ou de fazer o vivo não ser morto. Não admito essa limitação humana, e isso talvez revele um grave defeito do meu caráter: ser humano é um cu.
O bicho homem é uma coisinha tola insignificante.
E isso me deixa muito triste. Muito triste, clowzinha, você não sabe como. Você não sabe como, porque pra saber como, você teria que sair do próprio corpo e deste planeta e me ver de cima, e então perceber que eu sou só torcida, só platéia pra sua alegria... e só lágrimas pra sua tristeza. E que sua tristeza é minha, como a minha própria tristeza não é. E por isso eu sinto muito. Eu sinto demais, quero dizer.
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