Este é o meu quartinho de bagunça. Da embalagem vazia de Chokito ao último livro do Saramago que eu não terminei de ler, você encontrará aqui de tudo um pouco.

quarta-feira, fevereiro 02, 2011

É o fim, escafedeu-se, acabou-se. Ou todas as anteriores.

Meus queridos, este quartinho de bagunça deu o que tinha que dar (com duplo ou triplo sentido, por favor). Transferi a tralha toda para um site de verdade, com hospedagem paga, registro ponto com, ponto com, ponto bê-érre e o carái.

Daqui pra frente, a gente conversa no vanessaornella.com, feito com todo o carinho e amor pela Carolina Vigna Maru, e que somente está zoneado por mea culpa, mea maxima culpa. Porque se estivesse em ordem, seria um lindo site de odonto, e não o meu quartinho de bagunça.

Vamos brincar de guerra de travesseiro por lá, e assim que o Picolé descobrir como exportar os comentários antigos do falecido haloscan para o novo sítio, vocês poderão ver todas as besteiras que já fizemos por aqui no passado.

Se o passado nos condena, o futuro nos aguarda . Vem comigo!

terça-feira, janeiro 25, 2011

Gracinha



A Vivi me apresentou esta canção-declaração do Arnaldo Antunes (A Casa é Sua). Achei linda!

quarta-feira, janeiro 12, 2011

Há algo de podre no Reino da Dinamarca

Meu dia não começou nada bem: verificando minhas mensagens pela manhã, descobri que minha conta do Facebook (cujo filme vi e o livro estou lendo - duas linhas por dia, mas acho que até 2016 eu termino) teve a senha trocada. O pior de tudo: não foi trocada por mim! Fiquei tão p*ta da vida que recuperei a maldita (o FB tem seus recursos) e aí, só de ódio, eliminei definitivamente minha conta FB, tal qual fiz com aquela besteira do iogurte (duas vezes!). Os meus amigos de verdade - TODOS ELES - sabem meu e-mail e meu telefone, muito embora eu troque de número a cada 18 meses (só para manter contato com as pessoas que interessam de fato). Na verdade, ninguém precisa de rede social pra manter contato com suas pessoas queridas. A dura realidade - e aí eu peço perdão de antemão pelo duplo sentido - é que rede social de cu é rola. E tenho dito! Só me manterei no twitter por causa da lei seca, e pronto. 

Um dia, quem sabe, quando e se eu tiver filhos e quiser mostrar pros meus amigos como os putinhos são e estão cada vez mais bonitos, espertos e inteligentes, juro que criarei uma nova conta numa rede social qualquer sob um codinome indecifrável para compartilhar fotos e vídeos acima de 10 MB só com as minhas 20 pessoas favoritas na vida. Ou 19, já contabilizando a minha mãe (que, aliás, tirou nota máxima na prova de seleção do mestrado na PUC: mil vivas pra ela!). Mas voltando à vaca fria: vaffanculo, seu ladrãozinho pervertido de merda. Se você se interessou por meu perfil do FB, talvez esteja aqui, lendo este post. Então, criatura, escute meu recadinho do coração: get a life! Não adianta ter minha senha: pra ser eu (ou pra me ter), você primeiro precisaria ser uma pessoa, e não um verme.

Transtornada de ódio por causa da verminose social, a caminho do trabalho, eu tive o inenarrável desprazer de passar lentamente, a menos de 5km/h, por um motoqueiro partido em dois pedaços na entrada do Santa Bárbara. O trânsito sempre fica lento nos sítios das tragédias porque uma quantidade impressionante de pessoas se alimenta disso. Parece que elas precisam ver sangue e vísceras para alimentar sua alma medonha de devoradores de sofrimentos. Eu tenho horror a essa gente que freia pra ver um morto ou ferido no asfalto. Você é médico socorrista, cidadão? Vai resolver a cagada? Ah, não vai?!? Então vaza, mané! Mas esses idiotas querem ver tudo, frear para fotografar no melhor ângulo e depois acelerar como quem dá descarga, banalizando a dor e a morte como se a vida não tivesse qualquer significado. Completamente impotente diante da fila de curiosos estacionados diante de mim, vi de relance aquela imagem que provavelmente jamais esquecerei em vida. Foi difícil dirigir de olhos bem fechados, ainda que por uns segundos, porque minha reação instintiva foi simplesmente espremer as pálpebras com toda a força no intuito de extirpar de meu cérebro a cena de terror. Psicopatas à parte, deve ser realmente impossível esquecer o retrato de uma pessoa - ainda viva - partida em duas partes. Pra me livrar do horror, comecei a entoar mentalmente um  mantra que fez minha frequência cardíaca quase voltar ao normal: eles vão juntar os pedaços, eles vão juntar os pedaços, eles vão juntar os pedaços. Então de repente, não mais que de repente, eu chorei pensando: e se eles não conseguirem juntar os pedaços?

Este episódio trágico me passou do modo ódio-verminal pro modo niilista. Qual o sentido da vida, afinal? Nenhum? Algum? Então a gente se parte em mil pedaços, mas e depois? Quem junta tudo isso? Quem põe tudo em seu devido lugar? Quantas vezes a gente consegue se remendar? Quantas vezes a gente consegue sobreviver a todas as dores da vida?

Mais adiante em meu rio de lágrimas, na bocarra de Mango Tree Town, dois caveirões do BOPE decoravam a entrada do hospital veterinário onde trabalho, e se não fosse por meu incorrigível atrasismo crônico terminal, eu teria passado (questão de parcos minutos, me disseram) no meio dum fogarel cruzado, por uma larga rota de balas potencialmente perdidas. Fingi animação (oba, estou atrasada mas, em compensação, estou vivinha da silva!), mas passei o resto do dia semi-morta, semi-certa de que viver é uma questão de sorte, ao passo que morrer, desconfio, seja a conquista definitiva da paz.

Fiquei niilista assim. Ainda bem que eu tenho cachorro, porque cachorro faz a gente esquecer tudo que não seja lambida, amasso de orelha e bolinhas.

Apesar do dia triste, queria dizer que nem tudo é assim tão podre nesta vida: este ano, em vez das flores à Yemanjá, dos 7 pulinhos de onda e dos 7 caroços roídos de romã (cada qual pra um pedido esotérico de realização improvável), decidi virar gente grande e fiz uma planilha de excel com metas, estratégias e prazos a cumprir, como se eu fosse minha própria chefe-carrascuda (aliás, sou super boa nisto) e estivesse em estágio probatório, dependendo de resultados para não ser demitida de minha própria existência. Coloquei 10 itens em minha planilha, e tudo que posso adiantar é que 9 deles já estão em andamento. O décimo depende apenas d'eu ser mais cautelosa com os seres humanos - que são bem menos altruístas e leais que o resto dos animais - e gostar de mim mesma acima de todas as coisas. Apesar do décimo segundo dia horrível, este promete ser o melhor ano da minha vida.

Acho que ainda está em tempo de desejar um feliz e próspero 2011 a todos!

Ossos duros de roer do ofício

É super emocionante trabalhar numa comunidade, pois você nunca sabe quando vai ser barrada pelo capitão Nascimento ou pelo Matias.

Como se meu dia já estivesse fácil...

domingo, janeiro 09, 2011

Nando Reis - All Star



Estranho seria se eu não me apaixonasse por você

Não vejo a hora de te reencontrar
E continuar aquela conversa
Que não terminamos ontem, ficou pra hoje

quinta-feira, dezembro 30, 2010

Keskecé

A chuva lava o chão, o rio leva a folha, a mãe arrasta o filho, o ônibus não para no ponto. A nuvem é barbaramente retalhada por um avião. O vento varre o papel, o ano chega ao fim, o despertador sequestra o sonho, o moribundo dá seu derradeiro suspiro na mesa cirúrgica enquanto os ponteiros circulam o relógio comunicando que não há retorno. Eu penso em tudo que passa, e tudo passa por mim como se eu fosse peneira. Ou como se eu fosse esponja, porque peneira passa, esponja retém. Talvez meus poros estejam dilatados demais, talvez minha alma esteja dilatada demais, talvez coisas demais passem por minha cabeça.

Só sei que tudo passa. E essa porosidade dolorosa também vai passar um dia, porque um dia até a vida passa.

E eu, passarinho. Que tomou pedrada, mas ainda assim, passarinho.

terça-feira, dezembro 28, 2010

Bitocão

Há dois motivos para você beijar seu cão à francesa ao menos três vezes ao dia:


  1. Descobrir se ele assaltou a lixeira;
  2. Em caso afirmativo, descobrir (pelos temperos impregnados no bigode) o que tem em casa pra comer.
Hoje, por exemplo, descobri que pessoal de casa almoçou bacalhau. A Bibi estava com um hálito altamente característico, com um discreto acento de azeite extra virgem, batata e brócolis. Mais um ano com um cão em casa [fazendo tudo ao contrário do que eu sempre preguei], e eu rasgo meu diploma de veterinária.

sábado, dezembro 25, 2010

O sax mora ao lado

Certa vez publiquei um artigo no jornalzinho do meu condomínio para tentar sensibilizar os condôminos a serem mais tolerantes com os animais de seus vizinhos. Minha vontade era dizer que nós, que não temos filhos, já somos obrigados a suportar os seus [filhos], então nada mais justo que vocês, que não têm animais, suportem os nossos [peludos], mas eu tive que ensaiar uma saída mais diplomática para este já tão controverso tema da tolerância interespecífica condominial. Só me restou apelar pro drama dos velhinhos  solitários que têm nos animais o único elo com o mundo [lá] fora do apartamento. Mal sabia que, em pouco tempo, eu também me tornaria uma dessas pessoas solitárias que só saem de casa para trabalhar e passear com o cachorro e que, graças a isto, não perderam definitivamente a capacidade de articular frases tolas e saudações lacônicas (como 'dia, 'noite e 'brigada) na presença de outros humanos. 

A peludoterapia intensiva é um veneno e tanto contra a solidão e os terríveis sintomas da agorafobia subclínica.

Pois foi graças ao meu cão, que pacientemente leva-me todos os dias a passear, que eu conheci um desses velhinhos solitários legítimos, que tem em seu pinscher de quilo e meio um excelente facilitador de conversas sobre os tempos em que esculpia coisas belíssimas e teve uma linda pousada em Ouro Preto, toda decorada com amor e seu suor de escultor, profissão que lhe custou algumas artroses ("tá vendo?") e o orgulho de ter uma linda escultura na Lagoa Rodrigo de Freitas. Nos dias em que não o encontro, sonho com suas histórias.

Foi graças ao meu cão, que faz o que pode para me expor a uma réstia de luz celeste, que descobri que o saxofonista do F, que toca as mais belas canções que um saxofone consegue pronunciar, teve o coração partido e nunca mais se recuperou, e agora, só pra se vingar deste mundo cão, passa os dias a tocar dolorosamente músicas que fariam partir o coração de qualquer pedra, mesmo daquelas que não entendem nada de música, como eu.

Graças ao meu cão, que faz o maior sucesso com todas as crianças do condomínio (a ponto de uma delas ter me proposto uma troca chocante, o cão dela pelo meu, proposta da qual gentilmente declinei, pois é importante ser sempre gentil com os menores de seis anos porque eles realmente não sabem o que dizem ou fazem), que eu comecei a me relacionar melhor com os pequenos. Eu já cheguei a pensar que só seria capaz de tolerar crianças consanguíneas ou as de amigos que eu amo muito, mas meu cão me ensinou que todo filhote é digno de amor e respeito, e que todas as criaturas são, em última instância, filhotes de alguém - até mesmo os políticos, os traficantes, as pessoas que odeiam animais e outros tipos que, no período a.B. (antes da Bibi), eu aniquiliaria na ponta da unha se fosse um gigante de 100 metros de altura.

Graças à Bibi, se eu hoje tivesse que escrever um texto para sensibilizar as pessoas a tolerarem os animais de seus vizinhos, seria obrigada a escrever uma autobiografia para provar que os animais podem fazer com que nós enxerguemos melhor o próximo e escutemos - com ou ouvido interno do coração - o que os outros realmente têm a dizer com suas palavras, seus gestos e sua música.

quinta-feira, dezembro 23, 2010

Jogado no lixo


Jogado no lixo
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Hoje abandonaram esta gracinha de buldogue francês no IJV. Tem problemas na coluna e precisa de cuidados. Se houver quem fique com ele, há chances de ser operado de graça por nossa equipe, mas sem um responsável pelo pós-operatório, bastante longo e complexo, isto seria inviável porque não há estrutura na prefeitura para isto.

quarta-feira, dezembro 22, 2010

Plantão Médico Homeopático



"If this doesn't cure him, I don't know what else will." UAHUHAUHAUA!

segunda-feira, dezembro 20, 2010

Juntando escovas


Juntando escovas
Originally uploaded by Van-Or
Eu e Bibi escovamos os dentes na mesma pia, mas temos escovas e pastas de dente diferentes. A pasta dela custa quase 30 reais, ao passo que a minha não passa de cinco. Taí, pra mim, a principal diferença entre cães e pessoas: o preço da pasta de dente.

Banho de lua


Banho de lua
Originally uploaded by Van-Or
E ainda tem quem reclame da vida...

Rio lindo


Rio lindo
Originally uploaded by Van-Or