Feira Brasil Rural na Marina
Está o máximo isso aqui, show de samba jongo, pequi, visual incrível, cordelistas, aulas de culinária regional gratuitas, mel, muito mel, um Brasil de temperos sensacionais. Estou emocionada!
Este é o meu quartinho de bagunça. Da embalagem vazia de Chokito ao último livro do Saramago que eu não terminei de ler, você encontrará aqui de tudo um pouco.
Está o máximo isso aqui, show de samba jongo, pequi, visual incrível, cordelistas, aulas de culinária regional gratuitas, mel, muito mel, um Brasil de temperos sensacionais. Estou emocionada!
Que beijinho doce
Foi ele quem trouxe
De longe pra mim
Se me abraça apertado
Suspira dobrado
Que amor sem fim.
Porqué El Grand Pelé es tan mejor que Dieguito Maradona
Primeramente, sintome moralemente obrigada a empezar mi redaccióne querida decindo que questo tema es bastante controverso, pero se lebarmos en consideracción el tamanõ de la populaccióne brasileña en comparación con la populaccióne argentina, creyo que gañamos em quantidad -- e nadie puede callar la vuez del pueblo, porque la vuez del pueblo es la vuez de dio. E dio, todos lo sabem, es brasileño. Ma como somos todos hermanos, ahora los argentinos también pueden sentirse hijos de dio. (ai, carambita: no tengo cierteza si en portunhol debo decir "dio" o "dios".)
Sin embargo, porque solo se embargan los inimigos, y nosotros somos todos hermanos (hermanos no se puedem discutir, no?)... ai, ai, ai, ai, ai: me ha olvidado lo que queria hablar. Ah, sí: no entonces, los dos (2) jugadores del futbol son (no, no lo son más: fuerón!) maravillosos, verdaderos artistas con la bola al pied, pero Pelé se dedicó más a su image pública, apesar de ter se niegado a reconocer la paternidad de su hija (o de sus dos o tres o más hijas e hijos - ma che garañon descaradito eso Pelé, no?).
No quiero afirmar con esso que Maradona es de todo molto peor que Pelé. (ah no, imagine!) Los dos (2) fueran personages que se quedarán para todo lo siempre en nuestra memória desportoafetiva, pero la verdad, la más pura verdad es que Pelé se mantuve más lejano de confuziones que su coleguito Maradona. Ahora Dieguito es un técnico responsabile de futbol e yo tengo plena certeza de que los años que virán mostrarán al mundo quién es lo verdadero e único Maradona. Pero creyo que Pelé continuará siendo mejor.
Y para encerrar este assunto, creyo que lo pasado deva quedarse al pasado. El más important es doravante, y doravante somos hermanos de buena vontad que devemos unirmonos contra las FARC de Colómbia, que producen todo el pó que nossos craques consómen.
Que así seya!
O tom da cor
Postado por Míriam Leitão e Leonardo Zanelli
(In O Globo, Panorama Econômico, 7.11.2008)Só há o pós, depois do antes. Só se chega, depois da caminhada. Só se reúne o que esteve separado. Entender a diferença não é querê-la, pode ser o oposto. A imprensa brasileira, tão capaz de ver as desigualdades raciais dos Estados Unidos, tão capaz de comemorar um presidente negro, prefere, em constrangedora maioria, o silêncio sobre a discriminação no Brasil.
Lendo certos artigos, editoriais e escolhas de edição sobre a questão racial no Brasil, me sinto marciana. Sobre que país eles estão falando, afinal? Com que constroem argumentos e enfoques tão estranhos? Por que ofender com o espantosamente agressivo termo “racialista” quem quer ver os dados da distância entre negros e brancos no Brasil? Não é possível estudar as desigualdades sem pesquisar as diferenças entre os grupos. Não se estuda sem dados. No Brasil, há quem se ofenda com a criação de critérios para levantar os dados de cor como se isso fosse uma ameaçadora “classificação racial”.
Veja-se a cena que está nas abundantes e belas imagens da vitória americana. Há várias tonalidades de pele no grupo que se define como afro-americano. Aqui, sustenta-se que miscigenação é exclusividade nossa e que ela eliminou as diferenças. Os pardos (ou mulatos, como alguns preferem) e os pretos (como define o IBGE) estão muito próximos em inúmeros indicadores e estão muito distantes em relação aos brancos. Medir a distância que ambos têm em relação aos brancos não é uma forma perversa de negar a miscigenação. É constatar que ela não eliminou a desigualdade. Medida a distância, é preciso conhecer suas razões. Só assim é possível construir as pontes que ligam as partes.
O presidente Barack Obama fez a campanha por sobre as diferenças raciais, por vários motivos. Primeiro, por estratégia eleitoral: falava para um país de eleitorado majoritariamente branco. Qualquer candidato que escolha apenas um grupo perde a eleição. Ganha-se a eleição construindo-se coalizões. Ele formou a dele com os 90% de votos dos negros, 60% de votos dos latinos e 45% de votos dos brancos. Como há muito mais brancos no país, em termos numéricos, recebeu em termos absolutos mais votos de brancos. Vitória americana sobre sua própria História.
Outro motivo é que ele veio “após”. Ele não precisava do discurso de reivindicação de direitos, porque ele já foi feito na gloriosa caminhada que conquistou tanto. Um esforço que exige novos passos, mas que é extraordinariamente bem-sucedida.
Obama não precisava acentuar sua condição de negro. Ele é. Por isso, os jornais do mundo inteiro comemoraram “o primeiro presidente negro”. Ele também é filho de branca, mas por que isso não causa espanto? Ora, porque os brancos são a etnia dominante. A novidade está em sua origem negra. O jornalismo destaca o novo, e não o fato banal.
Certas análises no Brasil se perderam em encruzilhadas, tentando adaptar os fatos às suas interpretações do que sejam as diferenças entre os dois países. Lá e cá houve e há discriminação. Lá, não negaram e evoluíram. Aqui, nos perdemos em questiúnculas desviantes, quando o central é: há desigualdades raciais e elas são intoleráveis. Pessoas que pensam assim se esforçam para entender as razões e as raízes das desigualdades, se debruçam sobre os dados, não negam problema existente. A libertação vem da verdade conhecida.
Quem não sabe, a esta altura, que o conceito de “raça” é falso? É bizantino repetir isso. Discutir a desigualdade racial não é a forma de “racializar” o país, mas sim constatar um problema, criado sobre um artificialismo, e que exige superação. Racializado ele já é, com esta vergonhosa ausência dos negros (pretos e pardos) de todos os círculos de poder no Brasil.
Comemorar a vitória em terra alheia, negando a existência da derrota em casa, é uma escolha que tem sido feita com insistência no Brasil. Na festa de Obama, isso se repetiu. Aqui se vai da negação do problema à condenação de todo tipo de instrumento usado para enfrentá-lo. Tudo é acusado de ser “racialista”: constatar as desigualdades, apontar suas origens na discriminação, tentar políticas públicas para reduzi-las. Argumentam que temos que melhorar a educação pública. Claro que temos, sempre tivemos. É urgente que se faça isso. Alguém discute isso?
A diferença entre a forma como o racismo se manifesta nos Estados Unidos e no Brasil não pode ser usada para perdoar o nosso. Aqui, vicejou a espantosa idéia da escravidão suave, como viceja hoje a idéia de que temos uma espécie de “racismo benigno” ou “apenas” uma discriminação social que atinge os negros pelo mero acaso de serem eles majoritários entre os pobres. São palavras que se negam. Este tipo de violência não comporta o termo “benigno”, como nenhuma escravidão pode ser suave, por suposto.
Segunda-feira vou ao Laboratório de Análises Econômicas, Históricas, Sociais e Estatísticas das Relações Raciais da UFRJ ver o lançamento do Mapa Anual das Desigualdades Raciais. Vou para olhar de novo os dados, conversar de novo com negros e brancos que estudam o assunto, aprender mais um pouco, procurar, esperançosa, algum avanço. Não acho que essa é uma conversa perturbadora da nossa paz social. Não acredito na paz que nega o problema. Acho lindo o sonho dos americanos, mas quero sonhar o meu.
Estávamos conversando sobre formas robóticas de subir uma escada sem usar os joelhos, quando o Tom Taborda manda essa:
"(...) eis outro protótipo que irá deixá-la um tanto... perturbada:
O exército americano está tentando desenvolver uma espécie de 'mula de carga' robótica. É um 'animal' robótico quadrúpede e autônomo, capaz de equilibrar-se sozinho em qqr terreno, levando a carga diligentemente.
O bichinho atende pelo nome de Boston Dynamics 'Big Dog'.
A não ser pelo zumbido constante e irritante, são impressionantes seus movimentos e equilíbrio."
O vídeo é este aqui, e eu comecei a assistir completamente indiferente - afinal, trata-se de um robô pro exército americano, tipo assim: foda-se. Eu só não podia imaginar que, quando o Tom disse que eu poderia ficar perturbada, ele estava efetivamente vendo minha reação numa bola de cristal. Aliás, eu jamais poderia imaginar que um dia pudesse colocar as palavras "perturbada" e "robô" no mesmo contexto, mas foi eu ver o vídeo pra me esvair em lágrimas. Transtornada é pouco pra descrever o que senti ao ver um cara chutando uma máquina que anda e se equilibra como um quadrúpede. Em algum momento, eu esqueci que aquilo fosse uma máquina, e só conseguia ver fidelidade (do quadrúpede carregador de peso) e ingratidão (do cara que chuta quem lhe faz tanto bem). Do chute eu diante, eu não parei de sentir náusea, desespero e pânico.
Estou alertando vocês: só assisti até o final porque, afinal, era um robô, mas putz grila: haja coração! Eles desenvolveram uma máquina com uma propriocepção inimaginável em algo articulado sem um SNC perfeito. Estou impressionada, não apenas com a máquina, mas com os efeitos que o vídeo teve sobre mim.
Dei uma aula de culinária de presente de aniversário pro meu pai. Eu e minha mãe fomos também pra dar moral. Sucesso total!
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“
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- Ah, acho
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- Ah, sinto
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Ela hesitou, eu vi. Eu podia ouvir sua dúvida, eu podia ver sua indignação se derretendo - ora, onde já se viu, que audácia dizer que eu errei o troco! -, e consegui perceber o momento exato em que ela pensou: "Mas será que ela está desconfiada de mim?!?". E então deu-se o milagre, a coisa que a gente não espera, uma mistura inexata de compaixão com ética, e ela disse:
- Olha, faz o
Agradeci e expliquei
-
E
PS: até as 19h32, ela ainda não tinha telefonado. Ainda acho muito cedo pra matar uma esperança tão bonita.
PS2: às 20h eu não aguentei a pressão existencial da dicotomia "mundo bão-mundo cão" e telefonei: meu troco estava lá! Amanhã poderei resgatar a minha fé parcial na humanidade (porque, pra ser total, essa boa notícia tinha de ter chegado mais cedo, mesmo levando-se em consideração que errar - troco, inclusive - é humano).