Este é o meu quartinho de bagunça. Da embalagem vazia de Chokito ao último livro do Saramago que eu não terminei de ler, você encontrará aqui de tudo um pouco.

sexta-feira, março 31, 2006

Ai se sêsse!


Obrigada, Moça, pela poesia numa hora dessas. Adorei o Cordel do Fogo Encantado, como adoro tudo que vem de você!



Ai Se Sêsse
autor: Zé Da Luz


Se um dia nóis se gostasse
Se um dia nóis se queresse
Se nóis dois se empareasse
Se juntim nóis dois vivêsse
Se juntim nóis dois morasse
Se juntim nóis dois drumisse
Se juntim nóis dois morrêsse
Se pro céu nóis assubisse
Mas porém acontecesse de São Pedro não abrisse a porta do céu e
fosse te dizer qualquer tolice
E se eu arriminasse
E tu cum eu insistisse
Pra que eu me arresolvesse
E a minha faca puxasse
E o bucho do céu furasse
Tarvez que nóis dois ficasse
Tarvez que nóis dois caísse
E o céu furado arriasse e as virgi toda fugisse

Breaking Up

Esta semana, duas das minhas amigas mais queridas terminaram seus namoros. Para elas, fiz esta tradução totalmente livre dum livreto da Yolanda Nave chamado "Breaking Up". O texto perde muito sem as lindas ilustrações, mas minha intenção foi das melhores.

Que o vazio de vocês, lindas, não doa por mais tempo que o necessário.

Com todo o meu amor,

Van


Breaking Up
de Yolanda Nave
Tradução livre e louca de VanOr


Fim.

Estar sozinha é uma coisa.
Estar sozinha porque foi deixada é outra bem diferente.
Assim que te dizem que você não é mais querida ou amada... você se sente um lixo e começa a sofrer. Aí se sente inapta, inadequada... e positivamente boa pra porra nenhuma. No entanto - com algum esforço - você consegue se fazer sorrir.

Pra provar que não restam mágoas, ajude-o a empacotar as coisas dele. Comece pelas roupas: [...] ao separar as meias, guarde com você um pé de cada par (por razões puramente sentimentais, claro). [...] Dê a ele metade de todas as peças e depois diga adeus.

E não olhe para trás.

Embora haja algumas coisas que não se possa fazer sem ele... anime-se com aquilo que você pode fazer sozinha.

Repare que a tampa do vaso sanitário nunca mais ficou levantada. [...] E que nunca mais houve uma discussão pra ver quem comeria o último cookie de chocolate. [...]

Aproveite o espaço extra em seu guarda-roupa e, enquanto você se distrai com isso, livre-se daquelas besteiras que ele esperava que você usasse.

Quando o qualéonomedelemesmo vier lhe pedir desculpas, apenas concorde com ele. E aproveite pra dizer que não, você não tem idéia de onde possam estar as coisas dele que você cuidadosamente jogou na lixeira.

Ligue praqueles amigos do seu ex que você nunca suportou e jogue-lhes na cara tudo o que você nunca disse por educação.

Exercite sua independência! [...] E pese-se: você está cada dia mais magra. Sorria.

Na hora de dormir, vista sua camisola de flanela mais feia e largada, a menos sexy e e a mais maravilhosamente confortável. Durma sem escovar os dentes. Se você não acha que dormir sozinha seja exatamente divertido, de uma forma ou de outra, acabará se ajustando. [...]

O tempo não passa quando você não está se divertindo, mas é pra isso que serve o tempo: para curar feridas, melhorar as coisas. Em breve você verá que pra cada problema há uma solução.

E, pouco a pouco, aquela velha sensação de solidão começará a se transformar numa coisa chamada "liberdade".

Início.

quarta-feira, março 29, 2006

Super amigos!


Super amigos!
Originally uploaded by VanOr.

Desolada


Desolada
Originally uploaded by VanOr.
Frio, febre, fome, carência afetiva, estou ovulando à toa de novo!, meu time só me envergonha, não toco um instrumento, preciso perder peso e não tenho ingressos pro Jack Johnson.

terça-feira, março 28, 2006

VanOr responde até o que não entende.

Ontem eu recebi uma estranha mensagem na caixa postal do vanorresponde@gmail.com. Dizia assim:

Quelida VanÓ,

ここで出会った女の子とついおとといHしてきました。
実物は、写メ以上に可愛くて、しかも元彼の影響でピル服用しているとかで
なんと生中出しさせてくれました!!!
ここにはそういう女の子が多いみたいで今日も他の女の子と約束を
したんで会ってくるつもりです。
自分だけ美味しい思いするつもりはないですよ~
皆さんも是非利用してみて下さいね。


Nagisa


Antes de responder àquilo que eu não sabia exatamente se era um pedido de socorro ou uma propaganda de métodos infalíveis para aumentar meu pênis, abri o I-Ching, que me iluminou com a seguinte revelação: "quando um não quer, dois não se comunicam." Intrigada com o oráculo, busquei uma imagem no Google - essa aqui abaixo - com uma mensagem subliminar para ajudar meu amigo Japa-san a encontrar seu queijo. Só revelará o enigma quem fizer a leitura dos ideogramas com a orelha direita tocando o ombro. Direito, é claro. Cuidado pra não se machucarem, por favor!


beijos e joelhaços de bom dia,

VanOr

VanOr responde

Querida VanOr,

Desculpe escrever assim, sem caneta nem talão, mas estou desesperada! Meu tarólogo profetizou que eu iria descobrir algum segredo trevas do meu namorado e, desde então, eu não faço outra coisa senão desconfiar que ele é drogado, viado ou filiado ao PT. Enquanto ele dorme, reviro seus bolsos, gavetas e armários em busca de uma prova, mas nada encontro de definitivo. De definitivo só sei que ele não se empolgou nada quando eu liguei pra ele da sex shop dizendo que estava comprando uma fantasia. Queria saber se ele preferia coelhinha, enfermeira ou colegial, mas ele falou, indiferente: "Ah, vê qualquer coisa aí." Isso me decepcionou um pouco. Pior foi quando eu disse que estava com a fantasia na bolsa e ouvi dele que a gente poderia experimentá-la dali a uma semana, pra comemorar a escritura do apartamento novo que ele comprou. Achei o cúmulo da vigarice esse agendamento de tesão, e agora estou quase certa de que ele queima a rosca, alisa as pregas ou agasalha um croquete. Pra reforçar minhas suspeitas, ainda encontrei umas amostras de cremes para rugas da Avon na maleta do laptop dele. Minha mãe me garantiu que só uma bicha louca e desesperada usaria um creme de rugas da Avon.

Eu sou uma mulher bonita, jovem, boazuda e cheia de amor pra dar, portanto te pergunto: o que devo fazer? Chuto a bicha ou abraço a causa gay com ternura inédita?

beijos desesperados,

Balzaquiana que dá a cara a tapa até sangrar


VanOr responde:

Querida Coelhinha Adiada,

Você é foda. Dormir com um homem e acordar com uma fadinha não é pra qualquer uma. Eu, pessoalmente, faria todo o proveito de namorar um homossexual: só eles sabem dizer com precisão o que os homens querem nas monas, o que os homens detestam nas monas. Gay fala, homem não. Seria um grande aprendizado. Por isso mesmo eu acho que você não deve desperdiçar essa cumplicidade entre vocês: em vez de perguntar "QUE MERDA DE CREME ANTI-RUGAS É ESTE?!?", você deveria dizer que esse creme é ótimo, adia o facial lifting por 3 anos, e assim conquistar a confiança dele pra descobrir como conquistar um homem de verdade. Só os bichas entendem de homem. Mulher entende de bicheiro, maconheiro, bêbado, punnheteiro, cafajeste e brocha. De homens, entendem os viados. Vá a luta! Aproveite a chance de sua vida e arranque dessa barbie as verdades que você jamais arrancaria dos homens em décadas de provação moral.

Depois, por favor, me conte.

beijos,

VanOr

segunda-feira, março 27, 2006

Queridos


Queridos
Originally uploaded by VanOr.
Rico e Vivi

Esgotando um assunto ótimo.

Onze em cada dez mulheres sadias adoram conversar sobre sexo. E a gente, ao contrário dos homens, fala de sexo com detalhes que encabulariam o Marquês de Sade. Numa roda de mulheres, experimente perguntar: "Gente, o que é a brochada?!?". Rende duas horas de gargalhadas permeadas por conversa séria. Tem sempre aquela que se põe no lugar do homem, daí a conversa séria. Mas tem sempre aquela que está com ódio de algum homem, daí as gargalhadas.

Sorte que na hora H da paumolência, não somos nada cruéis. A gente sempre compreende. O sangue pode ferver, correr ao contrário de raiva e frustração, mas a carinha é de "imagina!, deixa de ser bobo...isso acontece com todo mundo". Não conheço nenhuma mulher que tenha abandonado o navio durante o naufrágio do Titanic ou gritado impropérios como "Não me procure nunca mais, seu brocha filho da mãe!".

Mulher também brocha. É impressionante como o oceano vira deserto em questão de segundos. Basta ouvir a palavra errada, ser tocada da forma errada, encontrar a expressão facial errada na cara do parceiro. Entenda-se por "errada" qualquer coisa. A subjetividade feminina não tem limites. Tenho uma amiga que já brochou porque de repente achou que o cara estava executando uma performance atlética, e ela se sentiu uma bicicleta ergométrica, um aparelho a ser lubrificado artificialmente. Outra brochou porque viu pelo espelho que o cara a estava comendo de olhos fechados, como se ela fosse um brucutu que merecesse ser substituído em fantasia pela Angelina Jolie. Eu já brochei porque vi uma infiltração no teto, ouvi um barulho que parecia alguém invadindo a casa e fui chamada de uma coisa que eu não admito ouvir nem entre quatro paredes porque é uma manifestação inequívoca de machismo, grosseria e falta de educação.

A verdade é que a brochada é uma frustração manifestada fisicamente. E esse tipo de frustração pode até abalar o ego do outro, se ele for frágil. Mas é muito bom estar nos braços de uma pessoa com que se pode ser o que quiser, até mesmo frágil.

domingo, março 26, 2006

O sentido da vida?


O sentido da vida?
Originally uploaded by VanOr.
Amigos dão sentido à vida. Quanto mais queridos, mais sentido. Sou uma mulher de sorte.

Duas lindas mulheres


Duas lindas mulheres
Originally uploaded by VanOr.
Vivi e Cris

A penny for your thoughts, my dear.

In: http://www.tuscanfarmgardens.com/lavender-Jacalyn.jpg

Essa é a música que mais me faz chorar na face da Terra. Passei anos sem ouvi-la, achando estar imune, mas não estou. Nunca se fica imune à delicadeza, à beleza e ao amor.

Lavender
artist: Marillion

I was walking in the park
Dreaming of a spark
When I heard the sprinklers whisper
Shimmer in the haze of summer lawns.
Then I heard the children singing
They were running through the rainbows.
They were singing a song for you
Well it seemed to be a song for you
The one I wanted to write for you

Lavenders blue, dilly dilly, lavenders green
When I am king, dilly dilly
You will be queen
A penny for your thoughts my dear
A penny for your thoughts my dear
I.o.u. for your love
I.o.u. for your love

Lavenders green, dilly dilly, lavenders blue
When you love me, dilly dilly, I will love you
A penny for your thoughts my dear
A penny for your thoughts my dear
I.o.u. for your love
I.o.u. for your love

Lavender dreams dilly, dilly lavender true
When you miss me dilly dilly, I did miss you
A penny for your thoughts my dear
A penny for your thoughts my dear
I.o.u for your love
I.o.u. for your love
For your love

sábado, março 25, 2006

Os talentos inúteis de uma mulher de 33.



Papa-fila

Para entrar em boate, aqui ou em qualquer lugar do mundo, eu nunca passei mais que 5 minutos na fila. Na verdade, não é mérito meu: aqui ou em qualquer lugar do mundo, a impressão que eu tenho é que a mocinha ou o drag queen da porta sempre me confunde com outra pessoa e fala algo como "Sua mesa está te esperando." Eu queria muito que eles falassem "Sua mesa está te esperando, FULANA." E aí, eu juro, tentaria descobrir quem é a fulana que tanto se parece comigo pra poder pelo menos acompanhar o corte e a cor do cabelo da sujeita. Só assim eu me sentiria menos culpada de ser sempre dragada da fila na frente de outras tantas dezenas de pessoas cujo único pecado é não se parecer com ninguém importante.

Espremedora de cravos nas costas

Meu pai diz que eu sou a melhor espremedora de cravo nas costas da face da terra. Já ganhei muito dinheiro com esse talento: eu cobrava por sessões de 15 minutos, mas na verdade eu extraía todos os cravos em 5 e enrolava mais 10 só pra parecer profissional.

Escritora de cartões de Natal e aniversário

Sou a melhor escritora de cartões de Natal e aniversário que existe. Eu escrevo pro porteiro da filha da amiga da minha vó com o mesmo sentimento que eu escreveria pra minha mãe. Teve uma época em que eu mesma fazia meus cartões, colando pequenas telas pinceladas com acrílica em um papel cartão texturizado. O mais divertido era nomear as "obras artísticas": dei pruma professora de física na escola um cartão com um rabisco sem-vergonha intitulado "Big Bang, e fez-se o universo" ou "A ema gemeu" ou "Leve o ratinho até o queijo". Só que eu não faço isso há mais de 10 anos.



Ex-Girlfriend retriever

Sem comentários. É meu maior talento, sem dúvida, mas é algo totalmente descabido. O ato de pegar o pato morto e devolvê-lo a um humano faz sentido em se tratando de labradores e Golden retrievers, mas no meu caso é só mais um talento patético que pra nada presta.

Mantra para sossegar o espírito


Mantra para sossegar o espírito
Originally uploaded by VanOr.
A minha saúde mental é perfeita: eu não nego amor nunca.

sexta-feira, março 24, 2006

VanOr responde (e eu vou parar de contar, que as cartas não param de chegar)

"Querida VanOr,


Passei por aqui de bobeira. Tô matando aula. De inglês. A professora fala tipo como se tivesse uma batata quente na boca, e eu, tipo assim, eu morro de raiva de não entender nada do que a maldita fala. Minha sorte é que eu sei colar, QUE ESSE ANO VAI SER NA BASE DA COOOOOLA maluco!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Aí, cara, eu tipo ia te dizer uma parada maneira, mas sei lá. Misqueci. Eu bem que queria ir no show do Jamiroquai amanhã, mas minha mãe é foda na roupa: ligou pro colégio e viu que eu tenho prova a semana que vem inteira, maluco!, não vou nem poder entrar na internet nesse finds que ela vai ficar controlando geral. Nojento!

Eu acho super nervoso esse lance de joelhaço. Tipo assim, eu morro de rir. Tu é maneira, mas eu não suporto quando você escreve umas paradas em inglês. Falando nisso, deixa eu ir nessa. Fui!

beijos e joelhaços (HAHAHHAHHAHAHAHAHAHAHHAHAHAHAHAHAHAHAHHAHAHA),

Tipo Assim"

VanOr responde:

Querida Galerinha de 15,

Inglês é muito útil na sua idade porque xingar a coordenadora de "FATTO LESBO MATHEFUCKA" não dá suspensão. Pelo menos não dava na minha época, por isso que hoje eu sou assim, tão fluente. Só não te ofereço umas aulas particulares porque ando muito carente e posso acabar confundindo as coisas. Tipo assim, dizer "They is", "She are", umas confusões de línguas nada a ver.

Sobre a cola, saiba que o crime não compensa. Eu colei em matemática a vida inteira, mas hoje qualquer trocador semi-analfabeto de coletivo me engana no troco. Eu reclamo, e eles dizem: "Coé, tia, conta direito aí!", e todos os passageiros me olham com aquele olhar acusador de "você não sabe contar direito, lalalalalá-lá", então eu sempre deixo pra lá. Se eu tivesse estudado matemática de verdade, hoje eu provavelmente teria acumulado patrimônio suficiente pra comprar uma cobertura na Vieira Souto, só com a poupança do troco correto da passagem.

Pense nisso. Vou te poupar dos joelhaços porque você ainda está em idade de crescimento, mas ó: vê se estuda, moleque!

beijos carinhosos,

VanOr

ORNELLA RESPONDE!

Gente, este post é só pra anunciar que minha xarazinha alemã de 5 anos, que foi atropelada na frente da casa da Mônica R, saiu do coma e está indo bem. A notícia do atropelamento - e a imagem que ficou de uma mochilinha de criança sendo atirada no jardim de outra casa - me roubou a alegria e o sono por várias noites.

There may be a God.

Obrigada pelas boas novas, Moniquinha.

VanOr responde V

"Querida VanOr,

Estou com um problemaço. Até dezembro de 2005, quando me separei da minha namorada insossa mas boazinha, eu sempre fui um rapaz pudico e fiel. Nessa época, acabei conhecendo uma outra mulher tudibom - linda, inteligente, sexy e voluntariosa - por quem me apaixonei perdidamente. O problema é que, antes de voltar para minha namorada (sim, ex-namorada do ponto de vista da outra mulher), a mulher tudibom em questão me corneou com outro. Alegou que não tínhamos nada sério, o que era bem verdade. No entanto, apesar d'eu ter tido meu orgulho de macho ferido, não consegui ficar longe dela (nem vice-versa), e continuamos nos encontrando em noites tórridas de amor, sexo, álcool, cigarro e rock'n'roll. Desculpe a poesia numa hora dessas, mas se chifre fosse árvore, a cabeça da minha namorada seria hoje uma densa floresta de baobás.

Embora eu seja apaixonado pela tudiboazuda, não consigo largar minha namorada da Usina para ficar com ela por uma simples razão: a gostosona é bem mais liberal que a minha recatada titular, o que me causa muita insegurança.

Por isso, peço sua charmosa orientação, solicitando que, por favor, não me dê joelhaços no saco, pois este é muito sensível em virtude de um pequeno acidente em jogo de tênis (na verdade, eu auto-raquetei o dito-cujo).

Grande beijo e obrigado,

Inseguro de Marré-de-si"

VanOr responde:

Querido Vaisifudê,

Não sei como dizer isso de forma amena, portanto proteja seu saco e circunjacências: você merece todas as tijucanas virgens, frígidas, noivas, neuróticas, bulímicas, burrinhas-mas-estudiosas e pálidas da face da Terra. Só diante delas seu pau subjetivo terá mais que 2cm. Um homem que se apaixona por uma mulher de verdade e a troca pela mulher de mentira, pela farsa da mulher perfeita, perfeita pra ser infeliz até que a morte os separe, não está destinado ao idílio. É um fato da vida: algumas pessoas têm talento para ser feliz, outras não. Aparentemente, seu barato é ter um salário, um apartamento de sala e três quartos na Rua Uruguai (quiçá uma cobertura com vista pro Borel!), uma parideira fiel que também controle a empregada e uma vidinha paralela, pra qual você possa eventualmente escapar a fim de adiar a data de seu suicídio existencial.

N-A-D-A C-O-N-T-R-A!, não me entenda mal. Eu até acho que homens como você ocupam um nicho importante, que é dar emprego pra advogado de família em questões envolvendo divórcio e pensão alimentícia. Tenho muita pena dos advogados que vivem da desgraça alheia, mas tenho ainda mais pena da desgraça alheia que extermina o sonho romântico de nove em cada dez mulheres realmente interessantes, que sempre sofrerão agruras no amor por serem areia demais pro caminhãozinho fajuto de machos inseguros.

Quanto ao seu saco raqueteado, sugiro que o corte fora, com gônadas e tudo, e atire aos porcos, porque se você não vai ter filhos com a tudiboazuda, então que não os tenha com ninguém.

beijos quase carinhosos agora que eu desabafei,

VanOr (quem dá joelhaço por último, machuca melhor)

quinta-feira, março 23, 2006

A fofucha da mãe dela.


A fofucha da mãe dela.
Originally uploaded by VanOr.
Bateu uma saudade estúpida.

VanOr responde IV

Legenda tardia, o que é pior que ejaculação precoce: "Ma che pecatto!"

"Querida VanOr,

Há poucos dias, dei a minha primeira brochada. Na molengosa ocasião, eu tinha bebido que nem um gambá e fumado muuuuuita maconha, mas atribuo minha falha fálica à leitura regular do seu blog, que sempre põe o homem em seu devido lugar - ou seja, o último.

Não me sinto um cretino, nem sou um babaquara do tipo que volta pra ex-chantagista, mas confesso que a vítima de meu primeiro paumolismo foi uma amiga-meio-apaixonada que eu como toda semana (e eu sei que você vai criar caso com isso). Ainda assim, preciso de seu conselho: o que devo fazer para endurecer sem perder a ternura? Não quero deixar de te ler pois, apesar dos joelhaços no saco, você me ensina a ser um homem melhor; contudo, ao mesmo tempo, temo que tantos joelhaços fraturem definitivamente minha auto-estima de macho viril.

Por favor, me alumie! Mas poupe meu combalido saco de seu joelhaço cruzado de esquerda sem calcinha.

Homem sensível das cavernas"

VanOr responde:

Querido espécime em extinção,

Há tempos eu não lia um depoimento tão sensível de um homem. Pode soar paradoxal, mas... como a brochada engrandece o ser humano! Homem nenhum é homem antes de brochar pelo menos 10 vezes - e de preferência com mulheres diferentes, que se um homem brochasse 10 vezes comigo, eu matava o filho da puta. Você foi muito corajoso de me escrever pra relatar esse episódio, portanto, em vez de joelhaços, receberá meu apertado abraço carinhoso - um abraço 100% livre de medo-de-sarro, já que sua disfunção erétil me confere total segurança e maciez ao toque.

Agora vamos à questão que te aflige: você pode continuar a ler meu blog sem medo de perder a dureza, porque o que amoleceu esse dragão não fui eu, e sim as questões edipenianas a que te remeto (com o perdão do uso excessivo de verbetes sugestivos). O paumolismo, antes de ser o medo número um de onze em cada dez homens, é uma pausa obrigatória para a reflexão e o uso da cabeça cognitiva: estou sendo justo com minha amiga semi-apaixonada? Será que ela deveria saber que eu só quero comê-la e mais nada? Será que não está na hora de casar e ter filhos, antes que eu me torne um lamentável bêbado, drogado e brocha?

Pra diminuir seu medo de falhas, eu apenas sugiro, enquanto mulher que namorou uma meia dúzia de bêbados e emaconhados como você, que fume menos antes do ato e controle o nível de sangue no seu sistema etílico pra garantir a plenitude rígida do seu corpo cavernoso.

Por fim, devo dizer que, se você não se arrumar com sua semi-amiga, pode continuar escrevendo pro vanorresponde@gmail.com, com fotos de corpo inteiro. De repente, quem sabe?, a gente sai e toma um negocinho.

beijos e joelhaços trêmulos,

VanOr

quarta-feira, março 22, 2006

O caseiro, Bob Jeff e o canto da sereia.

Há dois dias eu tive a oportunidade de ver de perto um dos maiores cretinos da política brasileira, o Bob Jeff (ou Bob CafaJeff, para os mais íntimos). Ele estava respirando o mesmo ar que eu porque foi dar uma palestra sobre o futuro do Brasil em uma convenção de supermercados a qual fui mandada a serviço. A mocinha do microfone anunciava a cada dez minutos que dali a tantos outros o "Doutor Roberto Jefferson estaria dando" a tal palestra no auditório. Corri contra o relógio para terminar o que tinha ido fazer para poder ouvir o que esse inclassificável tinha a dizer a respeito do futuro do meu país sobre o qual ele simplesmente cospe.

Depois de passar pelo vexame de ter de cantar aquela música do Lupicínio que ele assassinou no Jô, a pedidos e playback da produção do evento - aliás, um vexame pro qual ele encontrou compaixão até em mim - Bob Jeff começou assim:

"Estou aqui na condição de ex-político, de deputado cassado. O político cassado, tal qual um ex-marido ou uma ex-esposa, suscita reações emocionais das mais diversas na platéia: uns me verão com ódio, outros com carinho, outros com saudades. Meu papel aqui será tentar evitar esses arroubos enquanto discorro sobre os caminhos para o futuro do Brasil."

Me deu um ódio profundo porque o cara parecia ter me descoberto na platéia, entre 350 engravatados carinhosos ou saudosos, furiosa e já antecipando que eu iria rejeitar tudo o que ele proferisse.

Depois de ele ter me deixado desconcertada com a analogia do ex-marido (logo comigo!), Bobbie deu um jeito de não deixar a mágica acabar e, em questão de segundos, estava falando mal do PT. Até eu, ex-petista roxa, falo mal do PT, de forma que eu considerei essa uma estratégia bem fraca de geração de empatia. Em seguida, ele falou do absurdo que era o caseiro (do caso Palocci) ter tido seu sigilo bancário violado, sob a tutela da PF, pelo autoritarismo petista. E fala bem sobre isso, como criminalista que é.

Comecei a prestar atenção.

Aí ele falou mal dessa corja de políticos corruptos, como se não fosse um. Nesse ponto, eu já tinha quase me tornado eleitora dele. Por sorte, minha colega de trabalho recebeu um chamado no rádio e tivemos de sair do auditório. Fui tirada do transe a fórceps! Se eu ficasse naquele lugar por mais um minuto, ia acabar perguntando como votar na Cristiane para presidente do Brasil.

Aliás e a propósito: a filha do Bob Jeff estava presente, é claro.

A mulher de 33 e sua família de pilotos

Eu levo séculos pra ir pra Miguel Pereira com meus pais e, é só passar os primeiros 5 minutos no carro com eles que eu me lembro do porquê: meus pais no volante, perigo constante. Eles correm, fecham, cortam, disputam e, se não fossem tão razoáveis, teriam uma metralhadora acoplada ao pára-brisa traseiro pra disparar dunduns nos desafetos de pistas.

Quando eu tinha meu carro, não ia sempre pra Miguel porque sou estressada na estrada: quero ultrapassar todos os carros, vacas, árvores, postes e até placas de trânsito. Não admito nada na minha frente. Só que isso sou eu: quando eu dirijo assim, me distraio e nem reparo que meu carona está convulsionando de medo. Outro dia uma amiga pediu um lexotan no meio da serra, porque ela tinha a nítida sensação de que se eu não a matasse, ela morreria sozinha. De pavor. E minha mãe sempre pede que eu ligue pra ela quando chego noutra cidade, mas eu geralmente faço isso depois de chegar, desfazer as malas, tomar banho e umas e outras, porque se ligo na mesma hora ela percebe que eu corri. E eu corro demais, isso é fato.

Já sofri 3 acidentes de carro, dois deles com meu pai dirigindo. Nessas duas, eu sou testemunha de que a culpa não foi dele, e sim do bêbado que vinha na contramão. Meu pai nos salvou do pior graças ao seu super ultra mega reflexo de piloto de fórmula-1, mas hoje eu tendo a achar que grande parte desse reflexo é história. Por isso, quando subimos a serra com meu véio a cento e tanto por hora em quarta, eu evito dizer que estou congelando que nem pingüim que é pra ele não tentar fechar o vidro e, na seqüência, voar com o carro despenhadeiro abaixo. Até porque, conhecendo meu pai como eu conheço, se nós sobrevivêssemos, ele poria a culpa em mim.

Meu irmão, Ilton Hemetério, começou a dirigir aos 13. Teve seu primeiro acidente de automóvel importante aos 16, exatos 7 dias após ganhar um belíssimo FIAT 147 dos meus pais. Minha mãe pôs a chave em suas mãos e, sem saber, vaticinou: "O carro não acaba em uma semana". O danado transformou o carrim em uma safona sem teto. Levou 170 pontos na testa, mais umas dezenas no olho. Quando chegamos ao hospital, Ilton parecia uma múmia. Não tinha nenhum lugarzinho sem atadura no corpo pra minha mãe dar-lhe uma porrada. Por isso, anos depois, ela se vingou em mim, deixando-me tirar carteira apenas aos 20 anos.

Comecei cedo minha carreira de piloto indomável: quando eu coletei meu primeiro caminhão na estrada, eu tinha menos de 30 dias de carteira. O caminhão me tirou da pista e me jogou 20 metros acostamento adentro. Saí ilesa, mas gritando, do mato de 2m de altura. Morro de medo de cobra. Nem tive tempo de ter medo do caminhão, foi tudo rápido demais.

Por isso tudo, eu vou criar meus filhos pra andarem de bike. Carro é um troço muito yang e agressivo. Eu, particularmente, amo carro. Mas não quero isso pros meus filhos.

Acho que posso esperar mais uns 20 anos antes de ter o primeiro. Filho.

Procura-se.

Nos últimos dias, este blog foi invadido pelo humor dilacerante de uma criatura que cisma de assinar Abadessa Souphy, dizendo-se freira e pura como a França. Intrigada com tamanho mistério (como uma freira pode ser pura? como uma pessoa que não conhece os prazeres da carne pode ter humor?), eu decidi pôr o Google pra funcionar a meu favor e descobri que Abadessa é, na verdade, Jezebel, a lasciva.

Na verdade, eu queria muito que Abadessa fosse homem. Acho que estou variando.

terça-feira, março 21, 2006

ABADESSA SOUPHY, a (o) porra louca da vez.

Amigos queridos e sobretudo ABADESSA SOUPHY,

Posso estar cometendo a maior loucura da minha vida, mas venho por meio deste blog aberto declarar meu amor rasgado por este ser humano que ass(ass)ina ABADESSA SOUPHY, e que vem comentando coisas hilárias por aqui.

Não sei quem é, de onde veio e nem a quê, mas confesso (sim, os brutos também confessam) que eu adoro tudo sobre ABADESSA, do blog estilo Agamenon-noviça-rebelde aos erros forjados de português (o carajo que aqueles erros maravotalhosos são de verdade!).

Aproveito este post para dizer à minha querida ABBIE que, embora a vedete deste blog seja eu e mais ninguém, participações hilariantes são sempre bem-vindas, correndo até mesmo o risco de eu me apaixonar irremediavelmente pelo ser hilariante: ELA ou ELE, no caso - e eu fico com os dedinhos cruzados pra que ELA (ABADESSA) seja ELE (FULANINHO), e que, se for ELE (ZÉ DAS COUVES), que seja gato pacas, solteiro, ex-girlfriend-free, cuca legal, morador do Rio de Janeiro e cheio de amor pra ME dar.

Portanto, ABBIE, querida(o), corta essa de voto de castidade. Mande um e-mail pra quesefoda.cansei@gmail com o telefone de seu convento que eu prometo que te farei largar o hábito em dois tempos. A primeira faz tchan, a segunda faz tchuns.

Amanhã, quando o álcool que eu deveras ingeri tiver saído do meu sistema, é possível que nada disso faça qualquer sentido. A sua sorte é que você continuará casada(o) com O Cara (lá de cima), e eu nem isso. Nem Deus toparia casar comigo a essa altura do campeonato! Eu sou um caso perdido pra fé, e o livro azul explica o porquê através de estatísticas americanas seriíssimas. É por isso que se tem uma coisa que eu odeio mais que tudo na vida, essa coisa é americano.

Um beijo, uma ave-maria e um joelhaço no milho,

VanOr

segunda-feira, março 20, 2006

Super Rio


Super Rio
Originally uploaded by VanOr.
Rica: frango agora voa.

Coisa de doido


Coisa de doido
Originally uploaded by VanOr.
A foto ficou péssima, mas eu juro que é o Bob Jeff dando uma palestra sobre "os caminhos do Brasil" na abertura de uma convenção de supermercados.

domingo, março 19, 2006

O spa do Povo


O spa do Povo
Originally uploaded by VanOr.
O peludoterapeuta Povo Brasileiro durante a tradicional caminhada ecológica pelo pomar. "A biodiversidade só depende de nossa incompetência como predadores", filosofa cretinamente, como se não tivesse sido ele o assassino da cigarra ontem à noite.

sábado, março 18, 2006

A vida no campo é flórida.


A vida no campo é flórida.
Originally uploaded by VanOr.
Uma cigarra exacerbou minha insônia. Tive de acordar meu pai.

Cold turkey


Cold turkey
Originally uploaded by VanOr.
Todos dormem no spa. E eu, insone. Vou apelar pra enoterapia intensiva. Acabo de ouvir a Simone cantar "falando sério, entre nós dois tinha de haver mais sentimento" e tive uma súbita recaída.

Leitura em dia no spa.


Leitura em dia no spa.
Originally uploaded by VanOr.
O azul é uma merda. O preto deixou meu abdomen sarado de tanta risada.

Spa da Princesa


Spa da Princesa
Originally uploaded by VanOr.
A peludoterapeuta Princesa Radija e eu na sessão matinal de preguiçoterapia aromática canina. Já me sinto bem melhor.

quinta-feira, março 16, 2006

Orkut

Acabo de deletar minha conta do orkut. Foi bem mais fácil do que eu jamais poderia imaginar. Ufa.

Carência afetiva, quem é que não tem?


Depois da tormenta, o arco-íris.

Depois da TPM raivosa, o chororô.

Depois do chororô, a carência afetiva.

***

Há coisas que não mudam:

Durante a carência afetiva, eu costumo me apaixonar irreversivelmente pelo primeiro merda que abra a boca pra me dizer: "bom dia, como vai a senhora?". De preferência se ele tiver na testa um neon piscante onde se lê: "EU VOU VOLTAR PRA EX-NAMORADA."

***

Há coisas que vão mudar doravante ou eu não me chamo Vanessa Ornella!

Desta vez, eu vou burlar o sistema fazendo uma coisa louca e diferente: no auge da carência, em vez de ficar no Rio indo a programas onde eu potencialmente poderia encontrar o primeiro merda de neon na testa dizendo"Bom dia..." e etc, irei para Miguel Pereira, onde meus peludos terapêuticos, endorfinogênicos, lindodemorrênicos e maravilhosênicos me colocarão numa estufa de pelume para um tratamento intensivo de cafuné, sono e lambidas, de onde sairei revigorada, animadíssima pra voltar a malhar 3-horas-por-dia-6-dias-por-semana, e pronta pra fazer uma dieta radical.

Ou comprar um vestidinho, tanto faz - o que for mais fácil pra mim. Afinal, eu não passei por esse inferno estral todo pra me matar numa academia de ginástica comendo alface! O que importa é que a peludoterapia me tirará da crise aguda e eu já chegarei no Rio com uma carência afetiva crônica, o que é o meu normal e o de todo mundo.

Porque carência afetiva, meu nêgo, quem é que não tem? (Procure direito, você também tem.)

quarta-feira, março 15, 2006

Bar Luiz na orla


Bar Luiz na orla
Originally uploaded by VanOr.
Fafy iluminando a orla com seu sorriso.

As fotos que deram certo.


O povo do blog da Cora em noite de festa (http://www.flickr.com/photos/felinosespeciais/112717146/)



Vejam a cobertura do lançamento - com as fotos honestíssimas da Jussara - em http://www.flickr.com/photos/felinosespeciais . Essa aí de cima é uma delas, só pra contrastar com aquele desastre que eu postei ontem à noite.

terça-feira, março 14, 2006

Caiu na rede.

Hoje teve o lançamento do livro "Caiu na rede", organizado por ela, a nossa Cora Rónai. Muitos amigos adorados, sorrisos derretidos, abraços demorados, flashes pra todos os lados e ela, a queridíssima Coralinda, de plantão no posto de autográfos.

Houve um momento em que estava todo mundo mais ao menos de bobeira ao lado da mesa da Cora, então interrompemos sua entrevista para fazer uma foto do galerão. A repórter da revista Época, coitada, foi obrigada a bater a mesma foto trezentas vezes com trezentas máquinas fotográficas diferentes. A minha entre elas.

As fotos, de forma geral, ficaram excelentes. Mas pra vocês verem como eu estou cagada por urubu, olha como ficou a foto da minha máquina: enquadramento que é bom, necas!; a fila de trás ficou escura e cortada na altura da testa; a fila da frente ficou escura e deformada nas laterais; e eu fiquei parecendo uma anã barriguda, sem pernas e flutuante. Aliás, se vocês repararem bem, eu só estou no chão porque a Heliana (linda) está caridosamente me apoiando com as mãos e me impedindo de flutuar.

Se isso não for urucubaca, bicho, eu não sei que merda é essa. Seja o que for, eu fico perguntando a Deus: "Deus! Deuzinho amado do céu, meu querido: o que eu fiz pra merecer tanto castigo? Será que eu já não aprendi a lição?".

Por sorte, que quem merece tem sorte, Cora e D. Nora ficaram lindas que só elas no centrão, saca só:

A mulher de 33 e o exorcismo.



Eu pensei muito antes de escrever este post, o que é raro em se tratando deste blog. Me chamei no cantinho e disse: "Vanessa, minha filha, você está possuída. Se não tiver nada agradável pra escrever ou dizer, fique quietinha na sua, tá? E não esqueça de desvirar o pescoço antes de sair à rua".


Mas eu não me agüentei e prescrevi pra Mônica R, que é uma pessoa boa e mãe de família, a terapia do palavrão lá no post do pezinho.

Pra quem não sabe, a terapia do palavrão é prima-irmã da joelhaçoterapia, só que nela, o joelhaço vai para vítimas inocentes. Estou possuída assim.

Hoje é meu terceiro dia de TPM e ainda faltam 4 pra acabar meu inferno estral. Passei o dia ouvindo "Sympathy for the devil": nem preciso dizer que estou identificada, né? Até o meu apetite está pervertido: acabo de comer torta de chocolate com feijão e agora estou com vontade irrefreável de fazer meu pescoço girar 666 graus só de ódio.


O Ministério da Saúde adverte: a TPM engorda e distribui joelhaços aos mais incautos.

É o fim!


O dia está nublado! Eu devo ter jogado lama, pedra e caca na cruz!

Liquidação de joelhaços

Prezados leitores razoavelmente civilizados deste blog,

Prezado , leitor assíduo e dimenor deste blog,

Sei que estou dando joelhaços a três por quatro e peço-lhes perdão pelos hematomas distribuídos gratuitamente, mas tenho motivos de sobra e endosso hormonal (ALGUM PROBLEMA CONTRA TPM?!?) pra esmurrar o ar e quem passar por perto neste momento. Amanhã fará sol, darei um pedaladão, irei à praia e tudo ficará bem. Contudo, se chover, garanto mais 24h de joelhaços gratuitos ou nem tanto. Vocês podem até nem saber porque estão tomando joelhaço, mas eu sei porque estou dando.

Odeio pedir perdão nessa fase do ciclo estral, mas... argh.... irgh... desculpem-me.

Beijos e joelhaços profiláticos,

VanOr

segunda-feira, março 13, 2006

VanOr responde III

"Querida (ai) VanOr (ui),

Eu não tenho animais de estimação, mas tenho um ex-namorado que trato como cachorrinho. De forma geral, eu esqueço que o cara existe, até que descubro que ele está saindo com outra. É maior do que eu, eu não queria fazer esse papel, mas não resisto à tentação e sempre vou lá na casa dele e faço aquele estrago, digo que não vivo sem ele, etc e tal. E o idiota sempre termina com quem quer que seja até que eu o chute novamente.

Será que me falta amor aos animais? Será que eu odeio os cães porque eles são fiéis aos donos? Será que eu sou doente? Será que eu tenho concerto? (SIC)

beijos com capacete, almofadas e protetores por todo o corpo,

Kelly Key de Vila Kennedy"


VanOr responde:

Caríssima Kelly Key,

Pode esperar sentada por esse joelhaço, porque de mim você só receberá a mais completa admiração. Até que enfim tomei conhecimento de uma mulher que dá ao homem babaquara o tratamento de choque que ele merece. E ainda acho pouco. Você devia pedir que ele lustrasse as suas botas brancas franjeadas (e sua pochete vermelha ou o seu "topper"' preto de vinil) com a ponta da língua. Infelizmente seu trabalho é incompleto porque é artesanal: você devia fazer isso em escala industrial para livrar o mundo dessa cepa insipiente de machos volúveis de nossa espécie.


Por outro lado, o fato de você gostar tanto de infernizar a vida de seu ex-namorado apenas prova que: 1) sim, você é uma doente psiquiátrica da enfermaria do aldol e do eletrochoque; e 2) seu animal predileto é você mesma. Sugiro que da próxima vez que você queira se relacionar de verdade, tipo assim, de igual pra igual, procure um homem, e não um bichinho indefeso, submisso ao seu bel prazer.

sem beijos,

VanOr

VanOr responde II

"Querida VanOr,

Fiquei sabendo de sua coluna por intermédio de uma amiga [bla, bla bla], já que eu e meu marido estamos nos separando e ele quer que eu venda esta casa pra ir pra um apartamento infinitamente menor. O problema é que, se eu vender a casa, não terei como enfiar 3 dogues alemães num apartamento, e também não quero mandá-los pra SUIPA, que dizem que a ração de lá é da pior qualidade possível. O que eu devo fazer?

beijos já com um pouquinho de medo dos seus joelhaços,

Mocréia fútil e traída de Jacarepaguá"

VanOr responde:

Prezada Mocréia Fútil,

Ser uma mulher traída já é forte, mas ser fútil é dose pra leão. Se você acha que o problema de mandar cães pra SUIPA é a ração de última linha, você precisa sofrer um sequestrinho pra modi passar umas férias em contato com a realidade mágica do Complexo do Alemão. Enquanto moradia, queridinha, a SUIPA está para o inferno assim como a Polinésia Francesa está para o Paraíso. De forma que essa separação toda é uma péssima idéia, pois um Dogue Alemão em apartamento já é o ó do borogodó - que dirá três!

Se a separação envolver a venda da casa, cobre do seu ex-parasita uma pensão para os cães e mantenha-os em um hotel de luxo lá do Recreio. Aliás, tem vários apartamentos ótimos ali por perto pra você poder ficar perto das crianças e vê-las todos os dias. Se a pensão não colar, pense seriamente em contratar um matador de aluguel. Mais vale um ex-marido cretino morto que 3 cães na SUIPA. Deus irá te perdoar pois Ele sabe o que faz.

beijos e joelhaços no saco do babaquara do seu marido,

VanOr

domingo, março 12, 2006

VanOr responde

Atendendo a centenas de pedidos, este blog passará, a partir de hoje, a oferecer hoje mais um serviço de utilidade pública: o VanOr Responde.
O VanOr Responde é uma coluna animal-sentimental no melhor estilo analista de Bagé, com joelhaço no saco e furada de olho. Tatibitati de cu é rola. Aqui, o barato é outro.
Os leitores que tiverem coragem de escrever para o VanOr Responde - vanorresponde@gmail.com - terão sua identidade protegida sob um pseudônimo espirituoso que eu mesma criarei.
Aqui vai a primeira carta da coluna:
"Querida VanOr,
Meu namorado tem uma cachorra de raça que me odeia. Ela faz cocô no meu lado da cama, rosna pra mim e me morde sempre que eu tento fazer-lhe um carinho ou colocá-la no colo. E o pior é que eu sei que o futuro desse namoro depende da aprovação dessa cachorra maldita, pois o cara vive pra ela, fala nela vinte e sete vezes por dia e a gente nunca viaja pra não deixar a bandida sozinha. Já pensei em chumbinho, afogamento na banheira e atropelamento, mas minha consciência ecológica diz que nada disso é correto. O que devo fazer pra conquistar o amor dessa cadela e, em seguida, a confiança do meu namorado?
K9Killer"
VanOr responde:
Querida K9Killer,
Sinto lhe dizer, mas os cães sabem o que fazem. Você chegou roubando o cara de sua Bichon Frisé e espera que o canino deixe isso barato, tipo ela por ela? Pirou! Você vai ter de provar de todas as maneiras possíveis que merece ser considerada um elemento idôneo da matilha, e pra isto vai ter de dar pra sua algoz canina muito presunto defumado, iogurte de frutas vermelhas (os cães preferem os integrais) e biscoito recheado sob a mesa para atingir seus objetivos. Não force a barra nunca: mostre seu valor (as guloseimas que você tem sob a manga da camisa) e espere que ela morda a isca. Nunca, jamais, haja o que houver! abra a boca de um cachorro contra sua vontade. E evite alimentos com molhos gordurosos ou vermelhos, pois seu namorado pode perceber, pelos bigodes sujos da menina, que você está se utilizando de artifícios nutricionalmente ilícitos para atingir seus objetivos, o que não será nada bom para aumentar esse estreito círculo de confiança, certo?
Se em 2 semanas você e a cadela não forem melhores amigas, procure outro namorado. Perdeu, malandro, perdeu. Nunca tente separar um cão de seu dono, ou eu mesma lhe darei um joelhaço no saco.
beijos e joelhaços,
VanOr

Mãe Vanessa traz o ex-amor de volta em 3 semanas.



Mizunfio terminou com a namorada e não sabe como voltar pra ela?

Mizunfio tomou um pé na bunda da namorada e não sabe como reconquistá-la?

Pois Mãe Vanessa sabe! Namore com Mãe Vanessa que, em até 3 semanas, ela lhe trará a ex-namorada de volta. Satisfação garantida ou o seu dinheiro na mão. O pagamento, aliás, é adiantado, porque mizunfio vai sumir do mapa assim que voltar pra mocréia.

Para mais informações sobre este serviço e tarifas, escreva para quesefoda.cansei@gmail.com

PS: Mãe Vanessa se reserva o direito de pré-selecionar os mizunfios candidatos ao serviço pelo histórico psiquiátrico, QI, IMC, % gordura corporal e fotos de corpo inteiro.

sábado, março 11, 2006

Criador e criatura.


Criador e criatura.
Originally uploaded by VanOr.
Cora e Bia

Um amor de casal.


Um amor de casal.
Originally uploaded by VanOr.
Dartagnan e Júlia.

And the pappa.


Não é um homem sério. Onde já se viu, fazer careta para a câmera!

The mamma.


Mamma mia, ma che!

Todo sobre mi madre


Ontem foi aniversário da minha mamma meio-sangue italiano. Minha irmã que mora em Nova York perdeu o juízo e não ligou pra lhe dar os parabéns. A terceira guerra mundial não poderia ser tão ruim quanto isto pra uma mamma como a minha.

Eu sei que depois dos 24 os filhos não têm mais o menor direito de pôr a culpa nos pais por PN, pois já é a hora de cada um se virar com seus próprios probleminhas e pronto, mas eu atribuo à minha mãe a origem dessa minha veia hiperbólica-fatalista. Olha o que eu ouvi a vida inteira dessa linda mulher que eu amo mais que tudo no mundo:

* Vocês querem entrar por dentro de mim! (quando a gente usava alguma coisa dela sem pedir autorização e de preferência sem devolver pro local de origem);
* "Se eu paro, eu penso; se eu penso, enlouqueço." (dizia como se fosse fala nossa, explicando-nos de forma didática o mecanismo de nossas burradas);
* Quem sai aos seus, não degenera; (dizia da gente quando fazíamos alguma merda, invariavelmente em alusão ao nosso progenitor do sexo masculino);
* Estou careca, cansada, gorda, acabada! (se jogando no sofá, quando chegava do trabalho);
* Quando eu morrer, não venham chorar sobre o meu caixão. (nos acusando de não fazer-lhe as vontades).

Isso sem contar as chineladas com careta que levamos até a adolescência (se eu não me engano, até nossos amigos levaram chinelada num certo carnaval em Miguel Pereira). A chinelada, em si, não doía nada (dava até vontade de rir, mas se ríssemos, morreríamos na certa). Era a careta que matava a gente de susto: fazia-nos crer que ela partiria a ponte Rio-Nitéroi ao meio de tanta força.

***

Eu ia começar a lista agora as coisas moderadamente boas sobre minha mãe, mas isso não interessa. Se eu falasse, vocês iam querer roubá-la de mim. E esse é um risco que eu não estou disposta a correr.

Eu te amo, mãezuleida.

sexta-feira, março 10, 2006

Morram de inveja!


Morram de inveja!
Originally uploaded by VanOr.
Arrasei abraçada com a D. Nora. Meu coração veio na boca. Sei, é jeca ser tiete, mas é maior que eu.

Morram de inveja!


Morram de inveja!
Originally uploaded by VanOr.
Na Travessa, com Laura e Ju, lindas!

NOTÍCIA URGENTE!!!

HOJE É ANIVERSÁRIO DO NELSINHO!

Pixinguinha


Pixinguinha
Originally uploaded by VanOr.

Corrente blogueira da Bia Baudaud sobre manias

Cora Rónai me escreve dizendo:

"Cada bloguista participante tem de enunciar cinco manias suas, hábitos muito pessoais que os diferenciem do comum dos mortais. E além de dar ao público conhecimento dessas particularidades, tem de escolher cinco outros bloguistas para entrarem, igualmente, no jogo, não se esquecendo de deixar nos respectivos blogues aviso do 'recrutamento'. Ademais, cada participante deve reproduzir este 'regulamento' no seu blogue."

Eu digo que tenho mania de:

1) abrir a geladeira de madrugada, só pra pensar (às vezes adormeço com a cara nas verduras);
2) tomar um copo de água antes e um depois do café;
3) começar dieta às quartas, já que na segunda nunca dá certo;
4) ver o lado bom das pessoas, por mais malucas que elas sejam;
5) cheirar os presentes que ganho antes de ver o que é.

Nana, Jussara, Mônica L, Helenice e Nelsinho: comigo não tá!

quinta-feira, março 09, 2006

Que se foda, cansei.


Hoje ocorreram vários eventos desagradáveis de ordem afetivo-patrimonial em minha vida e, num primeiro momento, eu pensei: "Não tem jeito, lá vem a fossa...". Cheguei em casa, pus pra tocar aquela música triste, enchi um cálice de vinho e fui tentar ler pela enésima vez um livro de auto-ajuda que eu deveria ter transformado em um cinzeiro de papier marché há séculos: "Por que os homens se casam com algumas mulheres e com outras não?"

De repente me deu uma raiva danada e a resposta ao título do livro saiu gritada da minha goela:

PORQUE SÃO TODOS UNS BABAQUARAS FILHOS DA PUTA!

Acabo de criar um support-group chamado Que se foda, cansei. O objetivo é mandar pro carajo tudo o que faz o ser humano comum e honesto se cansar: gente maluca, gente com ex-mal resolvida, gente que caga pra gente, assaltos em ônibus, etc.

O e-mail pro grupo é quesefoda.cansei@gmail.com. Em breve criarei a lista. Se a lista for um sucesso, o blog. Se o blog for um sucesso, o livro. E se isso der em nada, que se foda. Cansei.

E não sei se eu já disse, mas que se foda o mundo que eu não me chamo Raimundo.

A mulher sabe.

Ainda aproveitando a empolgação do Dia da Mulher, gostaria de acrescentar mais um item ao ritual do auto-elogio de gênero: nosso instinto é infalível: se algo nos diz que alguma coisa não vai bem, é porque há mesmo algo de podre no Reino da Dinamarca.

Se o pressentimento ruim é quanto ao futuro da relação, é porque essa porcaria já caiu do telhado.

Se um dia a gente acorda com vontade de perguntar “Você me ama?”, é porque está patente que ele não ama mais porra nenhuma.

Se a gente fica angustiada, achando que o interesse dele já não é aquela coisa, sobretudo porque ele respondeu com um ríspido “Já disse que te amo, cacete, posso ler agora?”, é porque a gente já sabe que ele está comendo alguma vagabunda (e temos até uma certa noção logística de quem é a mocréia).

Se a gente pergunta se ele por acaso está comendo outra(s) por aí e ele nega, com aquela cara de espanto mal ensaiada no espelho, é porque o cretino está mesmo, comendo todas, a torto e a direito.

Sabendo de tudo isso, sabendo que a mulher sempre sabe, não sei porque tanto espanto, porque tanto pranto, porque tanta dor quando a verdade atona. Ao “descobrir” que o cara tem uma noiva, uma amante, voltou pra ex, virou gay ou o diabo que o carregue, nós mulheres deveríamos nos limitar a fazer cara de desprezo e dizer: “Ah, é?”. E talvez, em casos extremos, poderíamos até destinar alguma emoção para falas mais pragmáticas, como a pergunta que nunca quer calar nessas horas: “Querido, você quer tomar no olho do seu c* agora ou pode ser daqui a dois minutinhos?”.

Mas como a gente já nasce sabendo, sabemos que a resposta pra essa pergunta praticamente retórica é sempre: “daqui a dois minutinhos”.

Covardes, bah!

E com vocês, Mônica R!



Tchã-nan! Eis aqui nossa queridíssima e apimentadíssima morena gelada, Mônica R, segurando os patins de rodinha que o filho dela certamente deve usar dentro de casa. Imagina quanta alegria! :o)))) A Alemanha nunca teve tanto calor humano.






Só de olhar pra esta foto, eu tenho pneumonia. Só de pensar nesses meninos "tudo no gelo frio", como diria minha bisa, sinto a garganta me arder. Acontece que me deu uma felicidade enorme de ver tanta criança na neve; me deu esperança de primavera.
Quais são os seus, Moniquinha?

Alerta vermelho para os gatos de rua




Ontem saiu uma notícia no jornal que motivou conversas calorosas na Vigilância Sanitária sobre direitos dos animais e o fantasma da pandemia de Gripe Aviária. A notícia falava das notificações do vírus H5N1 em gatos de rua e da possibilidade, ainda não comprovada, de os gatos transmitirem a doença. Sabe-se que o vírus H5N1 tem alta morbidade e alta mutagenicidade. Em função disso, já se fala em política de extermínio de gatos de rua no mundo inteiro como forma de "evitar" a mutação do vírus in natura e a tal pandemia catastrófica da doença.

Na época do Ebola, eu achei que o fim do mundo estava próximo e que a população brasileira seria dizimada. Como Deus é brasileiro, nada aconteceu por aqui. Desta vez, contudo, estou genuinamente preocupada com a Gripe Aviária. Mas estou mais preocupada ainda com o oportunismo alarmista que pode encontrar no H5N1 a desculpa perfeita para o exercício da maldade.



ALEMANHA PLANEJA EXTERMÍNIO DE GATOS PARA CONTER GRIPE
08/03/2006


Nova teoria sustenta que H5N1 teria se espalhado na Europa em razão do comércio ilegal de fezes de aves


BERLIM. Depois que o vírus da gripe de aves foi encontrado em gatos na Alemanha e na Áustria, o governo alemão defendeu ontem o extermínio de todos os gatos de rua, numa medida drástica para impedir a disseminação da doença. Autoridades recomendaram à população que mantenha seus gatos de estimação confinados.

Segundo os especialistas, os gatos ofereceriam um risco ainda maior de transmissão da doença para as pessoas do que as aves porque vivem em contato muito próximo com seus donos. E, acrescentaram, se andam soltos, podem também contaminar aves de granjas, ao transportar excrementos de um local a outro ou mesmo comer aves contaminadas.

Mas não se sabe ainda ao certo se os gatos são capazes de transmitir a doença. Dos três gatos que inicialmente testaram positivo para o H5N1 num abrigo de animais na Áustria, dois revelaram não serem mais portadores do vírus num segundo exame. Os especialistas pretendem repetir os exames nos próximos dias para verificar se o vírus realmente desapareceu. Um outro gato infectado foi encontrado na semana passada na Alemanha.

Teoria das aves migratórias não seria convincente

Ontem, a ONG Liga de Proteção da Natureza e das Aves da Alemanha (Nabu, na sigla em alemão) defendeu uma nova teoria para a rápida disseminação da gripe de aves na Europa. Diferentemente do que se tem sustentado até agora, os especialistas suspeitam que a doença pode ter se espalhado em razão do comércio ilegal de ração feita com restos e detritos recolhidos em abatedouros de aves e de adubos a base de excrementos.

Segundo o biólogo Markus Nipkow, a comercialização de sobras e excrementos de abatedouros é o caminho mais provável de transmissão. Observando no mapa as regiões já afetadas pela doença, ele concluiu que a teoria das aves migratórias não é convincente. E não apenas porque a migração deste ano esteja apenas começando.

— Se as aves migratórias trouxeram a doença, como explicar o fato de a gripe não ter surgido em diversas ilhas por onde elas passaram? — questionou o cientista.

A doença, que surgiu na China, chegou à Turquia no fim do ano passado e, logo depois, à Europa Central. Em poucas semanas foi registrada em praticamente todos os países da Europa. Segundo ele, se os pássaros migratórios fossem os veículos de transmissão da doença, então a gripe teria sido detectada também na Austrália e no Japão, por onde passaram milhares de aves migratórias.

Para ele, a teoria do comércio ilegal de ração e adubo a base de excrementos de aves é bem mais plausível, já que o vírus H5N1 é capaz de sobreviver por 35 dias nesses meios. Para embasar sua teoria, o especialista cita o fato de a doença ter sido identificada pela primeira vez fora da Ásia em países com muita criação de aves e não em pássaros silvestres.


Jornal: O GLOBO Autor:
Editoria: O Mundo Tamanho: 507 palavras
Edição: 1 Página: 42
Coluna: Seção:
Caderno: Primeiro Caderno

And so it is.

Estou ouvindo "Blower's daughter" again. Passei duas semanas seguramente refratária, mas foi só eu me distrair por uns segundos que eu voltei a ficar afetada pela música, pelo filme, por tudo. Estava tudo bem 3 minutos atrás, não sei porque eu fui ouvir essa música de novo.

quarta-feira, março 08, 2006

A boa de ser toda boa.


Este Dia Internacional da Mulher me tocou profundamente. Talvez eu tenha sentido e usado este verbo (tocar), porque o nosso exame ginecológico regular mais obrigatório se dá por meio de toque. E o toque é tocante. Ser mulher é tocante. A gente sente coisas, pressente coisas e percebe coisas de um jeito que faz os homens nos olharem como alienígenas muitas vezes.


Não somos paranóicas, somos sensíveis.


Não somos neuróticas, somos preocupadas.


Não somos exageradas, somos engraçadas. E a graça do mundo está na gente.

Temos endosso hormonal pra fazer a louca todo santo mês e ninguém pode nos internar por isso. A gente chora e grita sempre que necessário, e só Deus sabe o quanto é sempre necessário. Porque trazemos no ventre o milagre da vida, conhecemos integralmente o sentido do perdão. Talvez perdoemos mais do que deveríamos, mas isso também nos faz mais lindas e incríveis e etéreas.

Se eu nascesse homem, me chamaria Leandro. E faria um sex-change, mais tardar, aos 18 anos. Até lá, eu seria um homem completamente gay, sem dúvida alguma. Meu destino é ser mulher. Minha inteligência é feminina, meu instinto é acasalador, minha agressividade é maternal.


Hoje olhei com deleite todas as mulheres que passaram por mim. Beijaria todas na boca, porque são todas lindas, de uma forma ou de outra: ou porque usam a unha do pé comprida, ou porque têm uma pequena hipótese de barriga pulando pra fora da calça justa, ou porque têm uma boca incrível, ou porque exalam feminilidade, ou porque têm aquele olhar vago, sempre pensando no ser amado - mais do que o ser amado jamais pensaria nelas, porque as mulheres aprenderam a amar em um planeta jamais pisado pelo homem.

Passei pelo Pão-de-Açúcar de ônibus e pela primeira vez achei que o maior ícone de nossa cidade é uma representação perfeita de um seio negro bem pontudo, como os daquelas africanas coloridas do Discovery Channel, onde a plataforma de embarque do bondinho seria um mamilo super proeminente.


A mulher é onipresente, a mulher é onisciente, a mulher é divina. Eu amo a mulher, eu amo ser mulher e amo tudo o que já foi escrito por poetas e Poetinha sobre a mulher.


Parabéns, garotas, por serem vocês quem vocês são. Parabéns, rapazes, por apreciarem as mulheres que vocês têm.

Isto é Impulse!


Isto é Impulse!
Originally uploaded by VanOr.
As mulheres da Lavradio e as belas rosas que nossos fãs mandaram. É bom demais ser mulher!

Dia da Mulher


Dia da Mulher
Originally uploaded by VanOr.
Parabéns, garotas super poderRosas. É bom demais ser fêmea.

terça-feira, março 07, 2006

A vida é perfeita por ser imperfeita.


Outro dia a TeAmo me disse algo sobre minha filosofia de vida. Estanquei ali: fiquei chocada de saber que eu tinha uma filosofia de vida. Ainda acho que não tenho. A gente só tem filosofia se pensa nisso. Eu não. Sou uma prática, e não teórica. Ainda assim, por ter essa pulga plantada atrás da orelha, estou lendo "Mais Platão, menos Prozac" (aliás, li 3 páginas completas no carnaval, e só não li mais porque o livro praticamente clama por um uisquinho). Tenho esperança de que a filosofia me livre, um dia, das tarjas pretas.

Pra mim está muito claro que a vida boa não é aquela que a gente persegue (a vida perfeita), mas esta aqui, toda errada, de cabelo roxo por falta de divã, de homens impossíveis por falta de joelhaços amigos; a vida surpreendente dos acertos casuais - raros, no caso de uns e eus e outros - e das felicidades efêmeras mas constantes das luzes douradas do sol, do cheiro bom do abraço da pessoa amada e dos pêlos eriçados de tesão.

Nem tudo na vida é karma. Nem tudo na vida é bom. Mas o conjunto da obra, de uma forma ou de outra, é muito agradável. E faz a gente, vez por outra, sonhar com a eternidade.

domingo, março 05, 2006

Os filhos dos nossos amigos


Eu sei que tenho andado mais manteiga derretida que o normal, mas é indiscritível a emoção que eu sinto quando vejo o filhote de um amigo meu. Essa emoção cresce em PG se o amigo em questão for alguém que eu conheci antes dos 18 anos. É como se eu fosse testemunha ocular da perpetuação de nossa espécie, do nascimento de uma nova geração, do milagre da vida na melhor acepção do termo.

Eu sei que a esta altura do campeonato eu já deveria estar acostumada com a reprodução dos meus amigos, afinal a maioria deles amigos tem idade muito parecida com a minha. Não estou me colocando contra a parede de novo, mas é que 33 anos é idade suficiente pra se ter até 3 filhos depois da formatura, a intervalos folgados e regulares. Não quero ficar pensando nos 3 filhos que eu não tive, só que as lágrimas me escapam com facilidade quando meus amigos têm por mim esta felicidade: a de botar nos braços um rebento seu, com olhos, mãos, pernas e boquinha praticamente clonados de tão perfeitamente iguais.

A Gabi foi a irmã caçula postiça que eu escolhi pra mim por cinco longos anos. Aí a gente parou de se falar por uma besteira qualquer que eu nem me lembro mais, ela casou e mudou, fizemos as pazes por e-mail anos depois e, há poucos dias, ela me mandou as fotos de sua filhota, Juliana, linda como ela. Agora que eu sentei no computador pra organizar umas fotos, não consigo parar de olhar pras fotos da Juju e lembrar de todos os momentos divertidos que eu tive com a Gabi. O tempo perdido não volta, mas eu gostaria muito de poder dizer, na hora certa, aos filhos de cada um de meus amigos, o quanto cada um deles me ensinou a viver; e o quanto eles, filhos, devem ouvir e amar seus pais, que são pessoas lindas, dignas, incríveis, amáveis e, sobretudo, humanas.

Há certas horas em que eu gostaria de ouvir isso de algum amigo dos meus pais. E poder, assim, reconhecer neles o traço de humanidade perdido na tentativa vã de acertar na carreira de pai e mãe.

Juju, sua mãe é uma mulher incrível. Um dia eu te conto quanto. De quebra, ainda guardo umas historinhas dela sobre salame de Páscoa e fuga de casa aos cinco anos, com chutinho na bunda e tudo.

O dia seguinte

Ontem eu fiz a louca e pintei boa parte do meu cabelo de violeta. Demora pra caramba pintar o cabelo de uma cor fantástica. Depois, eu fiz um piercing no nariz. Dói pra caramba enfiar um brinco no nariz, tanto que eu desisti de me tatuar no mesmo dia.

Bem, nem tão desvairada assim. Eu pensei nisso por quase um dia inteiro. Dormi com a idéia, como se diz, e acordei ainda resoluta. Fiz as mudancinhas, fiquei felizinha e fui pro sambódromo, toda trivial.

O dia seguinte

Hoje eu me olhei no espelho e pensei: fudeu. Parei de respirar pela narina do piercing, não sei porquê. Eu puxo o ar, e ele só entra pela não-furada. Estou com a respiração aleijada. Talvez pra sempre. Abri um e-mail do meu chefe (que me passa e-mail de trabalho aos domingos), me convocando pra uma discussão super séria sobre assuntos sérios e coisa e tal. Acontece que eu estou com o cabelo praticamente roxo. Ainda não tive a chance de comprovar na prática, mas acho que cabelo violeta é o maior anti-clima-sério. Agora já era.


Mas fogo mesmo vai ser sobreviver à minha mãe meio-sangue italiano, que volta hoje à noite de Miguel Pereira e vai no mínimo me perguntar se eu sou gay e propôr terapia familiar pra - na cabecinha dramática dela - evitar que eu me vicie em heroína.

É incrível, mas eu não pensei em nada disso antes.

Encontro na avenida!


Encontro na avenida!
Originally uploaded by VanOr.
A foto não faz jus à Jussara, que estava linda de cabelinho novo.

sábado, março 04, 2006

Pena


Pena
Originally uploaded by VanOr.
Os mais animados são os outros. Eu sei que é chatão, mas eu tô sonhando com um ar condicionado. E tô morta de pena dos pavões, faisões e avestruzes que ficaram com tudo no tempo pra vestir esse povo da Beija-Flor. É pena pra dedéu.

Desfile das campeãs


Desfile das campeãs
Originally uploaded by VanOr.
Fafy e eu no sambodromo quente pa cará.

Violeta e piercing


Violeta e piercing
Originally uploaded by VanOr.
Pintou o cabelo e furou o nariz.

quinta-feira, março 02, 2006

Argh, o próximo feriado é só no meio de abril!!!


Hoje foi o dia mais tedioso da minha vida inteira.

Não bastasse ser o primeiro dia útil depois do carnaval, eu fui trabalhar com o estômago embrulhado. Tomei litros de café, tive azia e calafrios, cochilei na frente de um texto e lavei meu rosto umas duzentas e cinquenta vezes pra ver se acordava. Os segundos se arrastavam.


Para me movimentar, resolvi almoçar mais cedo, às 11h e tal, um péssimo horário pra quem está na manguaça pós-carnavalesca porque dá ao estômago a impressão de que está descendo um gordíssimo café da manhã. E café da manhã é coisa hermeticamente proibida nessas circunstâncias. Além de confundir todo o meu tubo digestivo, o almoço precoce me fez sentir fome às 14h. Nessa hora, num esforço sobre-humano, berrei a plenos pulmões para exterminar a quietude anormal que se abatia sobre o prédio e saber: "Alguém vai de empada aí?".


Faz muito bem gritar pra quebrar o tédio.


A idéia da empada causou um burburinho e alguns colegas fizeram seus pedidos, o que me ocupou por quase seis minutos. Depois disso, nada de o tempo passar. Seguiu-se um silêncio fúnebre: era como se todos lamentássemos o fim do carnaval. Ou o início efetivo do ano. Eu queria me atirar do terraço do prédio toda vez que olhava o relógio e via que só tinham se passado dois míseros minutos desde a última conferida.


Quando o entregador de empada chegou, fazendo cinco pessoas sairem de seus lugares para pegar seus pedidos, quase o beijei na boca de tanta emoção: cinco pessoas se moveram! Quando ele foi embora, faltavam exatamente 2h37 min para acabar o expediente. Eu queria me rasgar todinha só de pensar no relógio que marcava de dois em dois minutos.


Sinceramente: estou achando 2006 um saco.