Este é o meu quartinho de bagunça. Da embalagem vazia de Chokito ao último livro do Saramago que eu não terminei de ler, você encontrará aqui de tudo um pouco.

segunda-feira, agosto 31, 2009

Teorias de Quentin Tarantino

Eu sei, eu sei: o filme (com Seu Jorge e Selton Mello) é velho, mas eu só descobri há dois dias e estou intrigada até agora. A semelhança entre o Tarantino e o Federer é realmente chocante.

terça-feira, agosto 25, 2009

Gaping Void


Forte, heim? (visite: http://www.gapingvoid.com/)

Entretanto

Entretanto
Mart'nália
Composição: Mart'nália / Mombaça

Não vá agora, deixa eu melhorar
Não fique triste, tudo vai passar
É só ciúme, doença que contraí porque te amo demais
Mas também é loucura, loucura e loucura tem cura, ciúme também
E paixão é o que me faz bem
Entretanto não vá
Não vá me abandonar
Você é o remédio
Que me tira do tédio, quando me faz amar
Não vá agora
Lembra do nosso abraço, beijo, sexo, demais
Lembra do nosso ninho, nosso cantinho
Que tanto desejo não posso disperdiçar
Lembra da nossa música
Entretanto não vá
Não vá me abandonar
Você é o mistério que me tira do sério
Que me faz amar
Entre, entretanto não vá
Não vá me abandonar
Você é o remédio que me tira do tédio
Quando me faz amar...
Entre... tanto...
Não vá...
Não vá embora...
Não vá amor...

Profissão: dipromata

Era o casamento do irmão de uma amiga de escola, então seria apenas natural que eu encontrasse por lá toda aquela galera que eu não via desde os 17 anos. Entre essa gente, encontrei uma das primas do noivo: estava 30 kg mais gorda, mas tão sorridente que eu me animei a prosear com ela - coisa que eu passei a infância inteira evitando porque a bichinha era insuportável no tempo das polainas. Como toda brasileira boa de papo, ela iniciou a conversa da seguinte forma:
- E aí, tá fazendo o quê da vida?

Um parêntese aqui pra reclamar dessa mania. Por que essa pergunta - o que você faz da vida? - sempre encontra lugar nas conversas ditas amistosas? Isto lá é pergunta que se faça pra uma pessoa que você não vê há anos ou sequer conhece? Há um sem número de coisas triviais que se pode perguntar pra uma pessoa desconhecida antes desta pergunta tão íntima - vide o capítulo 1 do básico 1 de qualquer cursinho de inglês, francês ou italiano -, como: qual o seu nome?, de onde você é?, você gosta do Rio de Janeiro?, você tem animais de estimação?, e como se chamam?, está gostando da festa?, entendeu a charge do Chico de hoje?, e por aí vai. Mas não! A gente quer-porque-quer saber o que o ser humano faz da vida, como se todo mundo soubesse o que faz da vida. Tenho pra mim que menos de um quinto das pessoas tem a mais vaga noção do que faz da vida, mas a gente continua perguntando, não sei bem porquê. Fecha parêntese.

Sentindo que o papo não ia fluir, o que era apenas lógico, porque quilos e anos nunca foram capazes de agregar nada de interessante a pessoas precocemente chatas, eu laconizei:
- Veterinária.
- Hum.
Neste ponto, eu olhei pra cara da minha interlocutora pra tentar entender o que diabos queria dizer "hum". E ela, notando meu olhar de interrogação e investida de uma súbita necessidade de se explicar -- afinal, tinha feito diplomacia no Instituto Rio Branco exatamente pra isso, pra ser explicadinha, diplomática e não deixar nada nas entrelinhas --, acrescentou:
- Mas se você gosta disso, né? É isso que importa.

Eu me escusei de tão agradável conversa dizendo que ia sair pra dar um cagadão mas já voltava. Não voltei, claro. Até porque ficou um climão entre a gente. Ela é desse tipo insuportável de pessoa que se sente pessoalmente ofendida com palavras de baixo calão. Eu sou do tipo que se ofende com pessoas de baixo calão. Eu até compreendo os dois tipos, mas prefiro o meu, obviamente, assim como prefiro meu time a todos os outros - mas se os outros não existissem, com quem meu time iria jogar, afinal? Tolerância é isso aí. E olha que eu sei disso sem nem ter estudado no Rio Branco!

E já que eu estou super tolerante hoje, quero deixar registrado, da forma mais fina possível, que diplomacia no orifício anal dos outros é lemonade. Que história é essa de o Brasil liberar 332 milhões de dólares pra construir uma rodovia boliviana? Além de escoar bens de exportação do nosso vizinho muy amigo, a Bolívia do Evo Morales de Cu es Hola, o governo brasileiro deu um jeitinho de compensar perdas que a Bolívia teve recentemente, quando expulsou o embaixador estadunidense de seu país. Os hermanos fazem o que querem e quem paga o pato é a gente? Ah, haja nova CPMF pra sustentar as cagadas do Itamaraty!

quarta-feira, agosto 19, 2009

Veja o vídeo e ajude a campanha nacional de adoção de animais

Um grande fabricante de ração promete doar uma refeição a cada visualização deste vídeo (mas o limite máximo está, neste exato momento, a menos 8.000 hits de ser alcançado). Vale dizer que este fabricante, em abril deste ano, estava bombando esta campanha no Chile - onde, diga-se de passagem, o problema do abandono é ainda pior que aqui! Agora, pelo que parece, eles resolveram dar uma canja aos 20 milhões de cães abandonados do Brasil .

100 mil refeições pra 20 milhões de cães abandonados? Eu, heim. Devo ter entendido alguma coisa errada.

terça-feira, agosto 18, 2009

Da série "os poodles sabem das coisas"

Tem muito ator global que ganha bem mais que um kibble e não sabe fingir que toca um instrumento tão bem quanto os poddles.

Da série aprendendo com os poodles: look leãozinho sem tosa

Só na maromba.

Da série: aprendendo com os poodles

Lição de hoje: ignore todas as criaturas infinitamente mais ridículas que você.

segunda-feira, agosto 17, 2009

Alguns quadrúpedes são bípedes



Vídeo do Cabralzinho, mascote-resgate da ONG Movimento Pelo Bicho, de Niterói (RJ). Eu amo quando o resgate de um animal ajuda a resgatar a auto-estima de seres humanos. O Cabralzinho, pelo visto, é mais um bicho que rala, levando sua alegria a asilos.

Gostei desse cara.

sábado, agosto 15, 2009

Quem disse que é inverno?


Quem disse que é inverno?
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É outono!

quinta-feira, agosto 13, 2009

Mataram Alegria

A notícia já está antiga, mas o assunto - crueldade contra os animais - nunca morre, infelizmente. Encontrei este VT do Jornal do Almoço por acaso. A boa notícia é que o projeto Patas Dadas, de proteção animal, não esmoreceu e persiste, firme e forte, salvando vidas e resgatando a humanidade das pessoas.

http://informepatasdadas.blogspot.com/

quarta-feira, agosto 12, 2009

Peludos que entram e saem

Bradock gosta muito de correr. Dia desses, correndo atrás de um pombo numa rua tranquila do Grajaú, esbarrou num carro sem querer. Chegou na clínica com a maior cara de quem fez uma arte danada (uma fratura de fêmur danada), mas quem fez arte mesmo foi o dono que, acreditando na tranquilidade das ruas do Grajaú, deixou seu hiperativo cão passear sem guia. "Você pelo menos tomou um sustinho?", perguntei. "Tomei, doutora. Tomei o maior sustão, sim senhora." Então eu prescrevi uma cirurgia pro Bradock e uma dose de juízo pro seu dono. Devia ter prescrito duas.

Nina não está comendo nada. Só um pouquinho de queijo, mas tem que insistir muito. E maçã ou banana, mas só se for em rodelinhas super finas. E ontem, quando tudo parecia estar perdido, Nina fez um esforço danado pra comer meio copinho (bem pequenininho) de Häagen Dazs de doce de leite. Aí, não se sabe bem porquê, o cocô ficou mole. Mole, mas mole-mole mesmo. Tenho vontade de rir do início ao fim da consulta, mas não posso: afinal, Nina está muito doente. Estou frouxa de rir por dentro, mas tenho de ficar dura-durinha pra dizer, com a maior cara-de-pau, que sorvete - ai, ai, ai! - não é comida pra cachorro. E que toda vez que o cachorro comer sorvete, ele vai fazer um cocô mole daquele jeito. Aí eu vejo pelos olhos arregalados da dona da Nina que aquela informação era realmente inédita pra ela. Aliás, tudo sobre cachorro era completamente inédito pra ela. Foi a primeira vez que alguém lhe tocou a maior real de todos os tempos: a Nina é um cachorro. Por mais incrível que pareça, tem muita gente boa que não percebe a diferença entre um peludo e uma criança de 3 anos. Pensando bem, a diferença mais marcante é que algumas crianças de 3 anos falam.

A Shaiene achou muito engraçado o meu estetoscópio. Primeiro achou seu cheiro de mil cachorros e gatos meio esquisito e quis mordiscá-lo de leve, depois ficou dando ré na mesa pra tentar encontrá-lo em seu peito. Para fazê-la parar quieta, eu passei o braço ao redor de seu corpitcho gorducho e fechei seu focinho com o polegar e o indicador para lhe auscultar o coração. Ela sentiu uma ternura tão grande com o abraço que ficou se contorcendo pra lamber meu nariz com a pontinha da língua. Enquanto ficamos assim, abraçadas de olhos fechados, nariz com nariz, o coração dela me disse um sem número de coisas lindas que não têm tradução na língua das pessoas.

sábado, agosto 08, 2009

Fila night run


Fila night run
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quinta-feira, agosto 06, 2009

Missão Sete Anos

Hoje meu sobrinho, O Cara, O Magnífico Engolidor de Pilhas, completou sete anos. Este ano eu não pude visitá-lo em seu aniversário, então mandei seu presente pelos meus pais. O presente (maneiríssimo, claro) acompanhou um e-mail que eu escrevi em letra de forma (porque meu sobrinho lê tudo, só que a famiglia gosta de aliviar a barra dos seus):

AGENTE PEUGUTO,

CONGRATULAÇÕES POR SEU ANIVERSÁRIO DE SETE ANOS. AGORA VOCÊ É GRANDE O SUFICIENTE PARA ASSUMIR SEU POSTO DE ESPIÃO SECRETO EM NOSSA ORGANIZAÇÃO, O IMPÉRIO CARIOCA CONTRA O MAL. ESPERAMOS POR ESTE MOMENTO DESDE O SEU NASCIMENTO, E AGORA QUE NOSSA EQUIPE DE ESPIONAGEM ESTÁ COMPLETA, NINGUÉM PODERÁ CONOSCO!

PARA QUE NINGUÉM SUSPEITE QUE VOCÊ É UM ESPIÃO, MANDEI ENTREGAR SEU KIT DE ESPIONAGEM EMBRULHADO COMO SE FOSSE UM PRESENTE DE ANIVERSÁRIO: TEM PIRULITO, PAPEL DE PRESENTE RIDÍCULO E TUDO, NINGUÉM VAI SUSPEITAR DE SUA IDENTIDADE SECRETA. SEU AVÔ BIKO E SUA AVÓ EDNÉA O IRÃO AJUDAR A USAR AS ARMAS SECRETAS DE ESPIONAGEM QUE VÊM NO KIT.

SUA PRIMEIRA MISSÃO É INVESTIGAR A MENININHA INOCENTE DO SEGUNDO ANDAR. CUIDADO COM ELA: SUA ARMA SECRETA É SIMULAR INOCÊNCIA, MAS NA VERDADE ELA INTEGRA UMA ORGANIZAÇÃO BAIANA ANTIPALMEIRENSE CUJO OBJETIVO É DESTRUIR SEU TIME. MANTENHA-A SOB VIGÍLIA PERMAMENTE, O ELEMENTO É PERIGOSO E ATENDE PELA EXÓTICA ALCUNHA DE MARIETA DO AGRESTE.

BEIJO GRANDE.

AH, ESTA MENSAGEM SE AUTODESTRUIRÁ EM 5 SEGUNDOS.

POW!

AGENTE DJINDINHA

terça-feira, agosto 04, 2009

Para que servem os mísseis

Uma vontade absurda de te ver.

Incrível como a distância - tempo e espaço - me torna ainda mais tua. A ponto d'eu esquecer como era antes de me perder em vc.

Esse dia lindo, em cada um dos seus detalhes, me chama de volta pra vc.

Então volta pra mim. Amanheci febril de desejo de vc.

Minha febre persiste, meu corpo está moído. Acho q seria péssima companhia. Adoeci literalmente.

Impossivel vc ser uma péssima companhia, independentemente do teu estado! It's not up to you...

Meu voo esta marcado p as 18:00, estava pensando em tentar antecipar para cuidar do teu corpo febril.

Vc vem me ver!

Ficou fofo. Era pra ser uma pergunta, ficou uma exclamação presunçosinha.

Acabei de embarcar.

Acabo de pousar.


Em cheio. Você acertou em cheio o meio do recheio do meu coração.

sábado, agosto 01, 2009

Com a palavra, o especialista em orientação vocacional.

Chamem de TPM, chamem de saudades do Jerônimo, chamem de dúvida (afinal, eu fiz a coisa certa ou fiz a coisa errada e acabei me acertando pelo caminho?), mas desde ontem eu estou especialmente chorosa e emotiva com a temática "o que vou ser quando crescer".

Chorosa porque, até hoje, aos 37, eu me pergunto isso. Gosto de pensar que eu talvez eu seja um tipo exótico de pessoa que cresce sempre, até porque eu demitiria meu superego mau antes de deixá-lo insinuar que eu não cresço nunca. Já fui vendedora, professora, tradutora, modelo artístico, babá de cachorro, redatora e adestradora, então não dá pra dizer que eu não circulei por aí experimentando coisas, mas depois de experimentar um monte, eu sempre volto pro porto seguro da peludoterapia ocupacional: a veterinária.

Hoje de manhã, encontrei uma quantidade impressionante de comentários comoventes no texto da minha crise vocacional. Um deles, em particular, me chamou a atenção por sua sobriedade, e por isso eu gostaria de destacá-lo aqui para que todos possam ler, mesmo sem saber abrir a caixa de comentários.

Com a palavra, Silvio Bock:

Como profissional da Orientação Profissional posso dizer que sua história é bastante interessante e elucidadora para quem vive o momento desta decisão.


Testes vocacionais que como você diz tentam avaliar se as pessoas são humanas, exatas ou biomédicas, são abstrações.


A escolha profissional é atravessada por conhecimentos e afetos como você claramente demonstra.


Seu texto ainda ajuda a desmistificar a idéia de uma vocação, que seria um chamado (religioso ou interno) como se fosse uma missão.


Você mostra claramente que formamos imagens das profissões ao longo de nossa vida (e estas imagens contem conteúdos afetivos), tipo do veterinário que vive aventuras mexendo com leões ou "escritores", jornalistas a partir da sugestão de um professor.


Na hora da escolha estas imagens são mobilizadas e valoradas. Mas a pessoa não deve decidir apenas em cima desta "cara" construída, como nós denominamos. Sim, as profissões têm "cara" para cada um de nós. A partir delas devemos buscar muitas informações para ampliar e conferir esta(s) cara(s). Não podemos deixar de pensar em nós (quem somos e quem pretendemos ser). Também devemos analisar a situação social e econômica do país para termos clareza do que é de nosso âmbito como pessoa que escolhe lidar ou modificar e o que é de nossa pessoa como cidadão(ã) buscar modificar junto com os demais cidadãos.


Em última instância a escolha é um genuíno ATO DE CORAGEM de seguir um caminho e não o outro.


Parabéns por contar sua história.


Silvio Bock

PS: Obrigada, Silvio.