Este é o meu quartinho de bagunça. Da embalagem vazia de Chokito ao último livro do Saramago que eu não terminei de ler, você encontrará aqui de tudo um pouco.

sexta-feira, junho 30, 2006

No túnel do tempo

Meu sobrinho fará 4 anos em agosto. Há quase quatro anos, depois de 24h sob o mesmo teto que ele, o recém nascido, escrevi um e-menso relato apocalíptico sobre a maternidade baseado em fatos reais. Naquela época, eu tive certeza de que jamais seria mãe. Eu devo ter dado uma pancada forte com a cabeça de lá pra cá, porque hoje nada mais me assusta em relação à maternidade. Só mesmo a ausência de um pai pro bebê. Ou a presença de um pai ausente.

Estou aqui em Sampa, passando um final de semana ao lado de meu sobrinho de dois meses. Ele é, sem dúvida alguma, a coisa mais linda do mundo, com olhos de um azul bem escuro por fora e bem clarinho em torno da pupila. Contudo, 24 horas sob o mesmo teto que ele me fez reconsiderar seriamente aquele antigo desejo de ser mãe. Talvez seja melhor adotar uma criancinha gostosinha, já falando, ou então ficar só na posse responsável de bichos mesmo. Não é drama, não. Olha só a rotina de uma pobre mãe com um bebê recém nascido.

São 3 da manhã: o neném chora. Ela acorda cambaleante, vai até o berço, pega neném, fala com neném, senta no sofá e amamenta. O neném mama afoitamente nos primeiros 2 minutos, mas talvez por a casa estar mergulhada no silêncio e escuridão da madrugada, ele vai ficando com um soninho... os olhinhos vão fechando... e pronto: cochila no peito umas dez vezes até terminar a mamada, que - por isso - dura 45 intermináveis minutos. Aí a mãe, praticamente em coma de tanto sono, põe o menino pra arrotar, caminhando que nem um zumbi pela casa, pé ante pé pra não acordar ninguém.

Às 4 horas ela volta a se deitar, mas só consegue dormir às 5 porque fica vidrada na babá eletrônica, com medo de não ter colocado o neném pra arrotar direito, dele "golfar" e morrer sufocado. Às 6 horas, ela pula da cama sobressaltada com o choro do neném no ouvido dela (a babá eletrônica fica no criado mudo). Provavelmente deve ter sonhado com o bebê morrendo sufocado. Não tem tempo nem de escovar os dentes, senão o bebê acorda todo mundo na casa. Lá vai ela pro sofá, com bafo mesmo, trocando as pernas de sono: dá peito, espera arroto, faz caminhada, berço de novo. No berço, troca de fralda. O bebê está ligadão, parece que vai voar de tanto que bate as perninhas. Justo agora que ela precisa que ele fique paradinho pra limpar o cocô que está entranhado em todas as dobrinhas (e são muitas) e, não sei se vocês sabem disso, mas cocô de neném nessa idade é mole-tipo-sorvete-no-verão. Sempre. Mais uma pernada, e lá vai um
splash de cocô no lençol, na borda do berço, na mamãe. É até bonito de ver, é ocre e plástico, porém muito nojento. Com muita paciência, a mãe limpa tudo, troca fralda e pede à tia (a esta altura estática e horrorizada de nojo) que segure o neném já limpinho enquanto ela troca o lençol e limpa o berço. Depois da faxina, o bebê é colocado no berço bem bonitinho e de ladinho, que é pra não sufocar na própria golfada. Infelizmente, ainda são 7 da manhã e o guri está à toda. Ele quer dançar, não importa o ritmo (ele só vai aprender algo sobre ritmo daqui a uns 10 anos). Então alguém tem que ligar o som, colocar a música e dançar com ele no colo: quando não tem tia em casa, é a mãe que faz tudo. Aí ela tem seus primeiros 15 minutos livres do dia, o suficiente pra escovar os dentes, tomar um banho de gato e voltar correndo pra sala porque, a esta altura, a criança já se cansou do CD e agora começa a estranhar aquela pessoa que jura ser sua tia. Resumindo: o neném chora. A mãe pega o neném, e agora a tia tem 15 minutos pra fazer café, escovar os dentes e pentear o cabelo pra parar de assustar criancinhas. A esta altura, ele se cansou da ginástica e da dança e começa a dar os primeiros sinais de desgaste físico. Vai pro berço de novo, coloca a fraldinha em cima do rosto do neném, dá uma chupeta pra ele (tem toda uma ciência pra escolher chupeta, é muito importante que seja em silicone e com formato anatômico), o bebê dorme. São 8 horas da manhã e eu estou exausta, parece que tomei uma surra. Vou tirar um cochilo e acordo com o choro do meu sobrinho: desta vez ele quer mamar meia hora mais cedo e o peito da mãe dele não está cheio o bastante. Eu fico com a árdua tarefa de embalar o guri, fazer xi, xi, xi, passou, passou, passou, falar um monte de abobrinha pra ver se ele se acalma, enquanto minha cunhada toma 3 litros d'água e uma caneca de canjica pro peito encher – a ciência não justifica nada disso, mas em situações de desespero todos ficamos menos céticos. Todas as táticas e rezas pró-leiteiras são executadas em 2 minutos, porque afinal o guri se esgoela e nunca se sabe se a Polícia vai bater na sua porta pra investigar uma denúncia anônima de infanticídio. Encheu o peito, ótimo. Começa tudo de novo.

Um pouco antes das 11 h, é hora do banho do bebê. Existe um preparo todo especial. Não pensem que é assim, moleza, dar banho num neném. A água tem que ter toda uma temperatura, o ambiente tem que ter toda uma iluminação, há toda uma magia. Apesar de haver um termômetro em forma de tartaruga dentro da banheira, é muito difícil fazer com que a água fique na temperatura ideal e, quando está fora, o neném chora. Aliás, o neném chora à vera! Caramba, tudo é motivo pra ele arreganhar a gengiva e mostrar aquela goela enorme. Uma goela e uma gengiva muito bonitinhas, por sinal. Quando a temperatura está ótima, obviamente o pequeno já está angustiado de fome. Então, ele chora. E quando ele chora, parece que o mundo vai acabar, não existe argumentação, bom-senso, diálogo, nada que o convença de que ele está
over-reacting. E porque ele chora, ou porque ele é neném ainda, o banho é muito rápido, um banho tcheco (tcheco, tcheco, tcheco e acabou). O telefone toca, mas tem que deixar tocar porque, quando o neném está tomando banho, a porta fica hermeticamente fechada por causa do tal do golpe de ar: o pior vilão da pediatria. Seca neném, põe talco, hipoglós, fralda, faz teste pra ver se a fralda não está garroteando a perninha, põe roupa, escova o cabelo e, não sei se eu já comentei: o cara está aos berros!!! É um momento muito tenso. Eu saio do quarto do bebê na frente, fechando tudo quanto é janela, e minha cunhada vai atrás, em direção à sala pra amamentar, e repete-se um novo ciclo.

Na hora do almoço, eu faço tudo o que posso pra minha cunhada poder descansar um pouco: esquento a comida congelada no microondas e faço um arroz, mas estamos todas tão exaustas que ninguém vai reparar que eu esqueci o sal. Às 13h eu penso em mil desculpas irrefutáveis pra pegar o primeiro avião pra casa ou qualquer lugar bem longe dali, porém resisto bravamente porque ainda tenho esperança de cochilar depois do almoço. Minha mãe chega e me rende. Eu finalmente cochilo, mas sonho o tempo todo com o neném e não consigo descansar. Acho que estou muito impressionada. Acordo rouca. Ou melhor, muda. O meu celular toca e minha amiga não consegue ouvir minha voz. Ela desliga e liga de novo 3 vezes, até perceber que eu estou muda. Minha cunhada acha que pode ser gripe e dá a entender, sem grandes sutilezas, que é melhor eu me afastar do menino. Então eu tomo um banho, saio do chuveiro renovada e provo que estou ótima. Mas no duro estou um caco. Aí chega uma visita.

A visita é um capítulo à parte. Um saco, visita. Visita é um troço que não vai embora nunca, e o pior é que todo mundo faz uma cara de "que ótimo". A família fica sempre com medo de mau olhado e, apesar dos elogios, que o menino é lindo, que olhos bárbaros ele tem, etc, a gente fica sempre com um pouquinho de resistência e ódio da visita - não sei bem porquê. A sorte é que está na hora do guri mamar de novo, então a visita se toca e vai embora. O bebê fica bem feliz e é chegado o momento dele balbuciar algumas sílabas (uma delícia, voz de nenezinho). Minha mãe, a avó, jura que ele já fala "angu", o que não deixa de ser extremamente criativo da parte dela. Mais criativo ainda seria se ele dissesse "angu" e ela entendesse "vovó". Começa uma interminável (e abominável) sessão de fotografias repleta de
flashes, e é visível a irritação da mãe e do bebê. Eu penso em lesão de nervo óptico, torço praquilo acabar logo, mas sigo o correto exemplo de minha adorável cunhada e fico quieta, esperando que o filme acabe.
O filme finalmente acaba e meu sobrinho não ficou cego. Ufa.

A esta altura eu perdi a noção da hora, mas já escureceu. Minha cunhada cochila pela primeira vez desde as 6 da manhã. O crepúsculo em São Paulo me traz um certo pessimismo e eu fico pensando como deve ser a vida de uma pessoa em turnos de duas horas. Em duas horas, você não tem tempo de ir para a academia fazer musculação e esteira: tem que ser um ou outro (senão não dá tempo nem de tomar banho). Em duas horas, você não consegue fazer supermercado. E quem cumpre uma jornada de trabalho em duas horas? Em duas horas, pra falar a verdade, não dá nem pra dormir de verdade. Deve ser um inferno viver em turnos de duas horas. Isto tudo porque não estou computando o tempo da shantala, o choro da cólica, da dor de ouvido, etc. Nem estou computando a deformação física da gravidez e da amamentação, que a pele estica de forma irreal, e há de se cumprir toda uma rotina espartana para que a pele retorne e, junto com ela, o peso e a auto-estima.

Isso tudo é muito grave. Eu não tinha idéia. Acho que ninguém tem idéia, senão reconsideraria. Por isso eu agora penso que bebê bom é o bebê dos outros, e eu estou muito feliz por ser tia, que não deixa de representar uma relação honesta de consangüinidade entre duas gerações consecutivas. Tinha que existir uma escola preparatória pra essa loucura de viver de 2 em 2 horas, que pra mim é a coisa mais grave e desumana da maternidade. Apesar da minha cunhada e toda família estarem muito felizes, eu estou muito (mal) impressionada. Nada pode ser mais exaustivo do que ser mãe.

Vocês podem estar se perguntando: "mas e o pai da criança, não faz nada?" Faz, sim, claro que faz (senão não seria mais meu irmão). Mas faz quando dá. Quando não está trabalhando de 6 às 22h, de segunda a sábado. E se vocês pensam que ele resolve o problema quando o neném fica roxo de tanto berrar, estão enganadíssimos: ele vai lá, interromper o cochilo da pobre mamãe, pra que ela faça alguma coisa pro bebê sossegar. Afinal, só quem carregou aquele pacotinho na barriga por 9 meses entende o que ele quer. E só quem passa por isso é capaz de produzir um suspiro longo e sentido de saudade “daqueles tempos” em que a mãe é mesmo o mundo inteiro pra criança.

Grupo de ajuda

Eram mulheres que amavam demais. Existe um grupo de ajuda pra isto. Por coincidência, estavam todas separadas naquele very momento, algo raro e inédito em se tratando de mulheres que amam demais, pois mulheres que amam demais estão sempre grudadas no very saco de alguém. Talvez o grupo de ajuda estivesse produzindo bons resultados.
 
- Eu perdi minha família!, disse a mais exaltada.
- Mas seus filhos já são todos adultos e casados, sua família continua aí e até maior que antes, retrucou a mais moderada.
- Pior foi comigo, que perdi meu sonho de ter uma família com o homem que eu amava, perdi meu futuro!, disse a mais melodramática.
Pra não dizer que foi completamente ignorada pelo grupo, a mais aborrecida rosnou entre os dentes:
- Ora, não sei porquê. Você continua aí, viva, jovem e bela. Daqui a pouco, arruma outro pato e pode voltar a fazer seu enxoval.
- Isso não é nada: eu perdi meu passado, minha história, todas as minhas referências. Perdi o chão sobre o qual pisava.
Todas olharam pra ela: estava velha e murcha, ressecada por causa das lágrimas vertidas sem cessar nos últimos meses. Tinha os olhos opacos, como que tampados por um véu que quase não escondia o brilho que um dia tiveram. Nenhuma delas teve coragem de minimizar o peso da perda do passado. Perder o passado é como atear fogo em museu, roubar fotos do arquivo público, derrubar os budas gigantes milenares do Afeganistão. Perder o passado deixa uma pessoa oca por dentro. Mesmo assim, a mais otimista ponderou:
- Mas não ficou nada, nem uma lembrancinha de cabeceira? Um trapinho de história pra você transformar em pantufa e sair por aí, criando novos caminhos?
- Não... só ficou uma profunda vontade de deixar de existir, de nunca ter existido.
 
E todas pensaram, lá com seus botões: amar demais é uma merda mesmo.
 
***
 
Todos os contos publicados neste blog são ficcionais. Qualquer semelhança com a realidade é mera infelicidade.

quinta-feira, junho 29, 2006

A segunda pessoa singular

Foto roubada do flickr desta pessoa sensível.


Sua vida tinha sido totalmente conjugada para a segunda pessoa do singular: te amo, te adoro, te quero, te cuido, só tenho olhos pra ti. Então veio a cisão, e com isso eu se perdeu prum lado, tu debandou pra outro e nós, a primeira pessoa que povoa o mundo com seus sonhos, morreu à míngua. Já eles - os outros -, era como se não existissem; ela até nutria algum respeito por vós, mas nada lhe devolvia seu próprio eu.

Embora eles tivessem sido especiais, ela não conseguia esquecer de sua segunda pessoa eterna, a segunda depois dela; ou talvez tivesse ela sempre sido a segunda, e tu a primeira. A primeira e única. Como é único todo primeiro amor. Como é amor tudo aquilo que anquilosa duas almas no mesmo verbo conjugado, por pura teimosia, na primeira pessoa afetivamente inviável do plural.

Eu tu
Tu tu
Ele tu*
Nós tu
Vós tu
Eles tu

*do pra ela


***

Todos os contos deste blog são ficcionais.
Qualquer semelhança com a realidade é mera infelicidade.

Cada um vende o peixe que merece.


Cada um vende o peixe que merece.
Originally uploaded by Van-Or.

Eu recomendo a exposição sobre a vigilância sanitária no centro cultural da saúde, na Praça XV. Até agosto!

quarta-feira, junho 28, 2006

Budaísmo



Tudo parecia estar dando errado em sua vida, então ela resolveu acatar os conselhos de seu personal tarólogo e decidiu se espiritualizar num templo budista. Nunca tinha pisado num, por isso telefonou na véspera pra saber o que vestir e a melhor hora pra chegar: precisava de instruções pra se misturar aos demais fiéis sem dar muito na pinta.

Como tudo parecia estar dando errado em sua vida, se atrasou 20 minutos justo no primeiro dia! No templo chegando, encontrou duas pessoas já no clima: um vestido à la Dalai Lama - provavelmente o monge -, e outro à paisana, que lia um folheto enquanto o primeiro entoava um mantra. Discretamente, enquanto o monge beijava o chão, perguntou pro coleguinha de budismo onde devia se sentar. Quando ele finalmente ouviu a pergunta sussurada entre os dentes da moça, disse com toda a sinceridade de seu coração: "Sei lá, ué." E eis que o monge percebe que ela, justo ela, a segunda ali, perturbava a paz do templo; e por isso, e não para puni-la, mas para que ela se sentisse especial, convida-a a sentar-se a seu lado e entoar com ele mantras cujas letras ela sequer conseguia entender, que dirá reproduzir. Porque tudo em sua vida parecia estar dando errado, e numa situação dessas não se pode dizer não a líder religioso algum, que vai que ele se zanga e lhe roga um karma, ela foi lá pra frente. E depois de 3 intermináveis minutos tentando, sem conseguir, reproduzir uma sílaba sequer dos mantras malucos do careca de burka, ela interrompe o culto, missa, ela nem sabe bem o quê, e diz assim praquela platéia de dois: "Olha, gente, eu não tô entendendo nada, nada vezes nada! Cheguei atrasada, me desculpem, mas eu juro que volto outro dia e tento tudo de novo, OK?" E saiu sem olhar pra trás, com o que lhe restava de dignidade, os olhos marejados de lágrimas de bocejo e uma vontade infinita de dormir pra nunca mais acordar.


Ainda havia 23 outros templos budistas na cidade. Nocupardal que ela ia deixar de ser budista só por causa desse maU* começo.
*Valeu, Abadessa Souphy-querida!

Bow bay ra

Depois do dia de pagamento (pay day) ter deixado de ser a melhor piada das escolinhas de inglês, eis que surge a ESCALAÇÃO DA SELEÇÃO BRASILEIRA, NA IMPRENSA INGLESA:

1 - Did are
2 - Car full
3 - look see you
4 - Who one
5 - When mear son
6 - Who bear to car loss
7 - Add dream an no
8 - Car car
9 - Who now do ( Few now mem no )
10 - Who now dream you gay you show
11 - Zero bear to
12 - Who jerry scene
13 - See seen you
14 - Crisis
15 - lowis on
16 - G you bear to
17 - June in you
18 - Mean arrow
19 - G you bear to silver
20 - Rich are dream you
21 - Fried
22 - July scissor
23 - Who bean You

Coach : Car loss all beer to pair here a

Unforgettable

Megan Mullally - Unforgettable

OK, inaugurando mais uma ferramenta para bloggers a partir de uma dica da Yas: a última cena (inesquecível) de Will & Grace.

Unforgettable
Irving Gordon

Unforgettable, that's what you are
Unforgettable though near or far
Like a song of love that clings to me
How the thought of you does things to me
Never before has someone been more

Unforgettable in every way
And forever more, that's how you'll stay
That's why, darling, it's incredible
That someone so unforgettable
Thinks that I am unforgettable too


No never before
has someone been more ooh

Unforgettable in every way
And forever more, that's how you'll stay
That's why, darling, it's incredible
That someone so unforgettable
Thinks that I am unforgettable too

terça-feira, junho 27, 2006

Wonder Bra. Nós gostamos de você!


Wonder Bra. Nós gostamos de você!
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Gool!


Gool!
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Nunca vou entender esse tal de impedimento.

Comilança.


Comilança.
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A gente nao quer que Gana marque gol.

Gana que eu gosto.


Gana que eu gosto.
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Começou!

Kichute é uma merda.

Era uma menina-boneca: apesar dos míseros cinco anos de idade, só se sentava de pernas cruzadas, cuidando pra que o plissê da saia escolar não amassasse. No ballet, era a primeira da fila do baby-class e a orgulhosa portadora do coque mais impecável, do qual não cogitava fugir nem um fio atrevido. Não foi à toa que o-d-i-o-u quando a madre superiora entrou na sala de aula da escola em que estudava para anunciar que, dali pra frente, o kichute - calçado econômico, resistente e apropriado para as brincadeiras do recreio - passaria a ser permitido como parte do uniforme. Não que antes daquele anúncio as crianças já não o tivessem adotado: todas na sala de aula, à exceção da bonequinha e seu pretinho de verniz, gritaram de alegria, colocando por cima das carteiras e uns dos outros, como se exibe o troféu de um grande prêmio, seus indomáveis e horrorosos kichutes.

Aquilo foi o fim pra bonequinha, que ficou remoendo um ódio incontrolável da madre superiora, imaginando que ela certamente recebeu alguma propina ou tomou alguma pancada forte na cabeça pra autorizar uma monstruosidade como o kichute. Mais ódio ainda tinha dos coleguinhas, que se mantiveram em êxtase pelos poucos minutos que se estenderam até o soar do sino do recreio, enquanto ela permanecia quieta, pensando no que fazer. Quando todos se preparavam pra sair, a dondoca mirim achou que aquele seria o momento adequado para externar o que sentia, então correu à porta, antes de todos, bloqueando-lhes a saída e berrando a plenos pulmões:

- KICHUTE É UMA MERDA!!!

Seguiu-se um, talvez dois segundos de silêncio, ao fim do qual alguma criança gritou:

- Porrada!!!

E saiu a indiada toda, uma horda de 25 delinqüentes juvenis, atrás daquele par de sapatinhos de boneca que, verdade seja dita, não corriam tanto quanto a merda do kichute. Alcançada no pátio do recreio, a menina não se lembra exatamente como ou de quem apanhou, mas ao fim do linchamento, tinha um arranhão visível no antebraço direito, que mostrou pro irmão mais velho, então na terceira série, dizendo com o beiço deste tamanho apontado pro gordão que a agarrou primeiro pelos cabelos:

- Esse garoto me bateu.
- Foi? Pode deixar que eu vou falar com o irmão dele, que estuda na minha turma.
A menina seguiu seu irmão, na certeza de que ele defenderia sua honra.
- Ó, seu irmão bateu na minha irmã.
- E daí?, disse o ainda mais gordão irmão do gordãozinho, dando de ombros.

A coisa ficou por aquilo mesmo. A menina nunca mais conseguiu enxergar seu próprio irmão como um ser humano digno. Semanas mais tarde, recusou o par de kichutes que sua mãe lhe dera de aniversário e, dizem as más línguas, logo tratou de desenvolver uma asma gravíssima, que fez com que sua família se mudasse do sertão árido de Brasília pro clima praiano do Rio de Janeiro. Pra bem longe daquelas crianças e seus kichutes assassinos.

segunda-feira, junho 26, 2006

Você vai morrer.

História real ocorrida com Pedro, 5 anos, estudante do jardim de infância de uma escola experimental no Rio.

Durante a aula de arte com massinha, um coleguinha chega pro pequeno Pedro Pedra e atira à queima roupa:
- Aí, sabia que você vai morrer?
- Quem te disse?
- Meu avô vai, minha avó vai, eu vou e você também vai. Foi meu pai quem me disse.
- Por quê?
- Porque todo mundo morre um dia.
- E o que é morrer?
- É quando você dorme e não acorda. Aí as pessoas te põem numa caixa e te enterram.

O pequeno Pedro pensou naquilo por dois minutos enquanto esmurrava a massinha com toda a sua força. Pensou em continuar a conversa de forma civilizada, mas estava aborrecido demais para isso. Então partiu pra ignorância:
- Eu não vou morrer! Você é que vai!!!
- Ué, eu vou. - disse o cretino do coleguinha quase que distraidamente, enquanto fazia minhocas de massinha de todas as cores - Mas você vai também. Teu pai vai, tua mãe vai, todo mundo vai morrer.

Aquilo foi a gota d'água: matar a mãe e o pai dele foi o fim da picada. Sem forças mais nem pra esmurrar massinha, amiguinho ou professora experimental, Pedrinho detonou um pranto incontrolável. A professora não conseguia entender o motivo da crise, a psicopedagoga ligou pra mãe a fim de sondar o ambiente familiar, a mãe se preocupou e acabou indo buscá-lo na escola, onde o menino ainda se encontrava aos gritos e lágrimas duas horas depois. Levado pra casa como um mistério insondável da psicopedagogia moderna, Pedro ainda chorava quando seu irmão de oito anos aproveitou uma escapada da mãe aflita pra cozinha, em busca de algo comestível pra distrair o caçula, e perguntou ao pirralho:
- Aí, moleque: tá chorando por quê?
- Porque o Gabriel me disse que eu vou morrer.
- Ih, qualé. Isso é que dá não saber ler.
- Por quê?, perguntou ele, dando uma ligeira trégua ao chororô.
- Porque tá escrito na sua testa: eu não vou morrer.
- Tem certeza?
- Tenho. Se você soubesse ler, saberia.
- E a mamãe?
- Ela também: não vai morrer. E correu o dedo na própria testa, como que mostrando com exatidão onde estavam anatomicamente impressas as tais palavras proféticas.

Pedro então enxugou com o dorso das mãos as lágrimas que se misturavam caudalosamente ao catarro que lhe escorria do nariz, pulou da cama e convidou o irmão:
- Tá a fim de brincar de playmobill?

domingo, junho 25, 2006

Domingão


Domingão
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Nove e meio no posto, dez em todo o resto.

Domingão


Domingão
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Pierre e Rico, dois queridos com sol embutido.

It's a beautiful day.


It's a beautiful day.
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O dia fica mais bonito com o reconhecimento, em vida, da notoriedade de 100 brasucas de se tirar o chapéu.

Como eu ia dizendo...

A mulher está em movimento, mas não sai do mesmo lugar. (Foto: Lucas Landau)


Escrevi um texto enorme prum post intitulado... bem, não importa, mas ele me deixou tão deprimida que eu desisti de publicá-lo. Foi quando me dei conta de que hoje faz 8 meses, 27 dias, 8 horas e 32 minutos que eu entrei neste limbo. Se toda a população mundial pulasse ao mesmo tempo, e se este micro-impacto multiplicado bilhões de vezes conseguisse deslocar a órbita do planeta em algum pentelhésimo; se eu fizesse uma lobotomia; se o perfume do amor de fato existisse... talvez, e somente talvez, eu conseguisse parar de contar dias, horas, minutos e segundos na expectativa de vê-los formar anos e décadas, ao fim dos quais eu finalmente voltaria a ser quem eu era, se for mesmo verdade que o tempo tudo cura.

Eu tinha sol em mim. E sempre acordava cantando.

sábado, junho 24, 2006

Enquete rima com...



Quem é seu candidato à presidência?

Heloísa Helena

Cristovam Buarque

Enéas

Alckmin

outros












Brasil no coração e em boca de matilde.


Brasil no coração e em boca de matilde.
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Pensei em comprar uma camisa da seleção, empolgada que estava com a goleada de quinta. Mas ontem fiz as unhas e ganhei do salão chinelinhos em'verde e amarelo, daí pensei: esse ufanismo tá exagerado, meio fora de lugar.

Gatto Pardo


Gatto Pardo
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Rico na naite, digo, nuth. Todos os pardos são gatos.

sexta-feira, junho 23, 2006

Vigilante em ação!


Vigilante em ação!
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Hoje fiz minha primeira visita de inspeção sanitária em supermercado e fiquei hiper orgulhosa do meu trabalho. É impressionante a quantidade de comida imprópria que se expõe à venda (sempre a um precinho camarada). Eu sou vigilante do que como, e você?

quinta-feira, junho 22, 2006

Festa da virada no BG


Festa da virada no BG
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Viver é bom! Gente é tudo!

O barulhéu do meu país

Saíra em pose nacionalista na casa da Pordeus. Não ia ser fofinho trocar cornetas pelo canto dos passarinhos?

Não assisti a mais um jogo do Brasil porque fico nervosa; e porque eu não assisto e o Brasil ganha mesmo assim, concluí que sou um tremendo pé frio, e portanto não posso assistir a nenhum jogo, nenhunzinho, sob o risco de o nosso time perder e eu ficar com todo o peso da frustração nacional em minhas costas.

Ver a bola rolando, que é (ou não) bom, eu não vejo; fico aqui no computador, dando um duro medonho, prestando uma atenção danada na voz do Galvão Bueno lá na sala e ouvindo os gritos, trombones, cornetas e outros objetos fálico-sonoros que eu enterraria nos orifícios todos desses barulhentos malditos se tivesse uma chance. Aí o barulhéu anuncia: é goooooooooool! Corro à sala pro abraço, vejo os meninos da seleção felizes, pulando uns nos outros, e fico arrepiada, com os olhos marejados de lágrimas. Aí os fogos pipocam, as cornetas ensurdecem, eu penso no meu peludinho que tem pavor de ruído, e choro de verdade. Hoje foram quatro pequenos surtos de chororô: primeiro de emoção, depois de pena do meu Povico, tadico, que não entende por quem cornetam os rojões. O Brasil tem muito barulhinho bom, mas cornetório e foguetório de Copa estão entre os piores da lista dos mais horríveis.

Ia ser muito bom se depois de cada gol o Brasil explodisse em música: samba, que nada combina melhor com futebol. Ou em cantos orquestrados de passarinhos verdes e amarelos, um som nacional, ufanista, estilo minha-terra-tem-palmeiras-onde canta-o-sabiá. Tudo bem que os passarinhos teriam de parar de cantar alguma hora, senão eu mesma cantaria pra eles a ameaçadora "Passaredo", do Chico:

Some, coleiro
Anda, trigueiro
Te esconde colibri
Voa, macuco
Voa, viúva
Utiariti
Bico calado
Toma cuidado
Que o homem vem aí


Não sei se é a idade que me faz reclamar de barulho, pois é bem verdade que há 15 anos eu fazia tanta zoeira (sem corneta, até porque meu grito é mais potente que qualquer instrumento de sopro), que nem conseguia ouvir o ruído alheio. Só sei que é muito bom quando acaba o jogo e a paz retorna: não pela falta de barulho, mas pelo fim do medo de perder e voltar pra casa. Sei não, mas se esses meninos voltarem pra casa sem a sexta estrela, eu vou ficar muito fula da minha vida. Vou comprar corneta e tudo, vou tocar o terror na cidade do Rio de Janeiro.

No te creo.

Brasil tomando surra dos japoneses? Tudo bem em saúde, educação, ética, cidadania, economia, tecnologia, bla bla bla,
MAS NO FUTEBOL TAMBÉM, PÔ?
Pára tudo, que eu quero descer.

Pierre é um gênio!


Pierre é um gênio!
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Ele me deu ontem o livro-documentário do "Caçador de Pipas" que ganhou toda uma primeira página elogiosa no Segundo Caderno de hoje. U-hu, abafei! Pierre é rei!

quarta-feira, junho 21, 2006

Leãozinho


Leãozinho
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Acho que zero dezoito é o nome da banda. Ou um código secreto. Ou uma piada que eu não entendi. De toda forma, muito maneiro, aê.

Zero dezoito what?!?


Zero dezoito what?!?
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Meu miguim Arthur in concert na Cobal. Bom demais ter amigos talentosos.

terça-feira, junho 20, 2006

A mulher de 33 e a síndrome de Peter Pan


A mulher de 33 e a síndrome de Peter Pan
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O Lau me lembrou que eu faço 34 daqui a um mês. Eu não quero fazer aniversário este ano. Dia 20 de julho cai no meio da semana, tô achando caidaço ficar mais velha nessas circunstâncias.

VanOr responde - edição SUS

Nosso consultório sentimental hoje funcionará em regime SUS, com 3 consultados de pé fazendo perguntas breves pela grade da janela de atendimento que dá acesso à joelhaçoterapeuta VanOr. E vamos logo, que time is money no serviço público!

***

X., fêmea, SRD, balzaca, moradora de Parada de Lucas:

Vanôr, minha filha: eu sempre gostei de hômi, sempre dei már que chuchu na serra, fui mãe pela terceira vez antes dos 18 ano, mas desqui a minha cunhada boazuda, Wanderléia, me agarrou à força na laje e me tascou uns beijo de arrancá dente, qu'eu não penso noutra coisa que não em mulé. Naquela mulé: um esculacho de mulé, cas coxa grossa assim, cus pêlo tudo loiro assim, e uns biquinho de peito, tudo durinho, que quasiscapole do topper de laicra. Se o Everson Clayton, meu marido, mais o Sanderson Jackson, irmão dele, me pega pensando essas bobage, perdi, Vanôr, perdi! De formas que meu pobrema é esse: o que eu faço pra voltar a sê tchutchuca e largá mão de sê fanchona?

Querida enrustida de Lucas,

Seu distinto marido Everson Clayton ainda dá no couro a contento? Se der, enquanto não tiver coragem de chutar-lhe a bunda, faça-o seu escravo sexual nos intervalos entre as tórridas sessão de sexo lésbico com sua cunhada, que a julgar pela numerologia do nome do marido (Sanderson Jackson, na mitologia numerológica, significa "viadão enrustido"), deve estar no zero a zero há tempos. O sexo com seu bofe vai atenuar provisoriamente sua culpa de ter trocado de opção sexual, o que, convenhamos, é coisa de gentinha pequena. Todo mundo vira a casaca: estão aí a Ana Carolina, a Preta Gil e a/o Michael/Latoya Jackson que não me deixam mentir. Vou reservar o joelhaço pro caso de você resolver falar grosso e coçar saco só porque resolveu transar com outra mulher. Mona power, u-hu! Mas ó: Vanôr de cu é rola. Meu nome é VanÓr.

***

Y., macho-ma-non-troppo, Bichon Frisé, gaton de meia idade, morador do Leblon:

Cara VanOr, desculpe ter vindo aqui no SUS, mas a classe média está um horrorrrrrr de achatada, esta semana mesmo dispensei o motorista de mamãe e estou pensando seriamente em trocar a ração importada de meus Shitzus por um similar nacional, mas ainda não tive coragem de conversar com eles a esse respeito (não quero que eles saibam da extensão real da crise). Agora vamos à minha personal crise, que eu tenho 850 caracteres pra falar dela. Ou melhor, dele! Ele se chama Victor e, desconfio eu, ainda não sabe que é gay. Queria ser eu a dizer isso pra ele pela primeira vez em Paris, durante um jantar à luz de velas, mas ele acabou de ficar noivo de uma... argh... virgem... tijucana. Ou seja: ou ele tem o DVD de Anos Dourados, ou precisa conhecer um homem de verdade pra chamar de seu. Ainda que seja eu! Como faço pra catalizar a metamorfose dessa Barbie, Vana D'Or?

Querida Brisa da Primavera,

Como você mesmo observou, os sintomas de Victoria no seu amigo Victor são patognomônicos. Em casos extremos de negação como este, querida, o melhor que você faz é entregar pra Deus, sabe? Entrega pra Deus, que logo Victor se casará e terá três filhos. E um dia ele lhe procurará pra reclamar da vida conjugal de sexo inconsistente, e enquanto você finge que ouve e disfarça a empolgação, abrirá seu melhor champagne, tocará seu melhor CD e deixará que ele chore, chore à vontade em sua camisa Armani, que ele alisará a pretexto da incrível textura, e aí... Bem, e aí seja gentil com o Vic. Não esqueça que ele ainda será virgem então.

E quanto à ração dos seus Shitzus, economize em tudo, menos nisso. Peludoterapia se paga pelo estômago, meu bem.


***

Z., fêmea, Puro Sangue Balzaquiano, moradora do Jardim Botânico.

Querida VanOr,

Eu sei que o tempo é curto, por isso vou resumir: eu amo o féladaputa, faço tudo pelo féladaputa, o féladaputa me chama pra sair o mínimo possível pra eu não desistir dele, fala que nossos filhos serão lindos, me deita na cama e me chama de lagartixa, some por semanas e aí, quando reaparece, vem com a notícia de que engravidou uma mocréia inexpressiva lá do trabalho. E, pra piorar, vem me pedir conselho: se ele casa ou não, se ele só assume o filho ou se ele muda de país pra sempre. No calor das emoções, eu o aconselhei a enfiarodedonocurasgarecheirar e ir pro diabo que o pariu. Falar foi fácil, mas a verdade é que estou sofrendo à vera, porque esse cretino sem-vergonha vivia me seduzindo com a idéia de que teríamos filhos, e agora está aí às voltas com um rebento que ele nem sequer cogitou. Por favor, acerte um joelhaço letal na fração de minha memória que armazena meus melhores momentos com ele. Tudo que quero é esquecer.

Querida Ludibriada em Crise do JB,

Não há joelhaço mágico pra isso. Esse tipo de traição cognitiva, só o tempo resolve. Traição cognitiva, porque ele nunca assumiu um compromisso com você, de fato. Você se deixou enganar pelo slogan do outdoor, mas não foi capaz de ler a advertência do ministério da saúde, em caixa 6, na margem vertical esquerda, no canto inferior que dizia: esse cara é um galinha. O tempo resolve isso da seguinte forma: operando pra que você se perdoe por ter sido tão tonta a ponto de amar um cara com objetivos de vida tão diferentes dos seus. No início, a gente se odeia por ter perdido nosso tempo e por ter se doado em vão, mas depois brota o alívio de saber que seu útero não gerou um filho indesejado pelo pai; que sua vida familiar não virou pretexto para o inferno de ninguém; e por fim, mas não por ser menos importante, que seus filhos nunca terão o caráter fraco desse medíocre candidato a pai e a ser humano. Que caráter, minha filha, é coisa que se herda. Nós, mulheres, senhoras de todos os úteros, detentoras do dom de renovar a população humana do planeta, temos de ser extremamente criteriosas na escolha do gameta masculino: não basta ser gato, tem de ter um QI avantajado; não basta ter QI elevado, tem de ter hombridade e um coração de ouro. Não basta ter tudo isso: tem de amar a gente.

Todo meu carinho e compaixão (de paixão co-sentida) pra você. Joelhaços, hoje, nem pensar: não quero ferir a mãe que dorme aí dentro, à espera do cara certo. Acredite, ele pintará. O Greg vive dizendo isso.
beijos triple X,

VanOr

segunda-feira, junho 19, 2006

Musiquinhas do Castpost

Eu tentei colocar 3 musiquinhas no blog de ontem pra hoje, mas duas delas não subiam corretamente de jeito algum! Foi aí que o Joel me deu a fantástica dica de observar as diferenças entre a música que subiu (Hino Nacional) e as que não subiram ("O amor é filme" e "Eu tô tristão"). Descobri que se o título do arquivo MP3 tiver acento agudo ou hífen, o Castpost não consegue fazer seu upload corretamente. Se alguém aqui tiver blog, preste atenção nisso ao subir músicas. Depois que eu troquei os títulos dos arquivos, deu tudo certo.
Mônica L, está computando esses pontos aí pro Joel? Ele merece! ;o)

domingo, junho 18, 2006

Pátria amada, Brasil.


Terra adorada. Adoro o nacionalismo esportivo.


Gol de Adriano.
O Fenômeno parece estar vivo novamente.
Meu otimismo ressuscita.


Hino Nacional na voz da Fafá de Belém.


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Eu tô tristão.

Um pagode do Casseta & Planeta

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OK, Bussunda. Lembrei da música. Tudo bem ficar triste, mas com samba, cerveja e muita piada de duplo sentido, por favor. Daqui a pouco fico boa, deixa o Brasa golear os ornitorrincos. Manda um abraço aí pro Mussum. Mussum forevis.

PS: A letra só tem uma pequena incorreção: "Se eu morrer, ninguém vai sentir a pena."

O amor é filme.

O amor é filme


Cordel do Fogo Encantado
Letra: Lirinha

O amor é filme
Eu sei pelo cheiro de menta e pipoca que dá quando a gente ama
Eu sei porque eu sei muito bem como a cor da manhã fica
Da felicidade, da dúvida, dor de barriga
É drama, aventura, mentira, comédia romântica

O amor é filme
Eu sei pelo cheiro de menta e pipoca que dá quando a
gente ama
Eu sei porque eu sei muito bem como a cor da manhã fica
Da felicidade, da dúvida, dor de barriga
É drama, aventura, mentira, comédia romântica

Um belo dia a agente acorda e hum...
Um filme passou por a gente

e parece que já se anunciou o episódio dois
É quando a gente sente o amor
se abuletar na gente

tudo acabou bem,
Agora o que vem depois

O amor é filme
Eu sei pelo cheiro de menta e pipoca que dá quando a gente ama
Eu sei porque eu sei muito bem como a cor da manhã fica
Da felicidade, da dúvida, dor de barriga
É drama, aventura, mentira, comédia romântica

É quando as emoções viram luz, e sombras e sons, movimentos
E o mundo todo vira nós dois,
Dois corações bandidos
Enquanto uma canção de amor persegue o sentimento
O Zoom in dá ré e sobem os créditos

O amor é filme e Deus espectador!

Cenas tristes

Vamos assumir: ninguém é feliz, não existe gente feliz. Existe gente que, vez por outra, fica feliz. Fica, do verbo "experimentar algo momentaneamente". A felicidade é arisca: ela foge da gente quando menos se espera, e por qualquer besteira. Um momento feliz é estragado pela notícia da morte do Bussunda, por exemplo; ou por cenas tristes que alojamos sem querer em nossa memória, como aquelas que eu tipicamente extirparia do cérebro em troca de um braço, se fosse possível amputar uma coisa pela outra:


Cena 1: Sala de espera do centro cirúrgico do Pró Cardíaco. O cirurgião sai por aquela porta que só abre por dentro e diz pra gente que minha nonna morreu na mesa operatória. Pra mim, nada de bom que aconteceu no mundo depois desse segundo chegou perto de neutralizar, atenuar ou me fazer esquecer da dor desse momento.

Cena 2: Pampulha, Belo Horizonte. Um cinegrafista amador registra o momento em que um bebê vivo é retirado da lagoa, dentro de um saco plástico preto. Minha fé na Humanidade nunca mais foi a mesma desde então.

Cena 3: Via Dutra, dia ensolarado. Depois de ter desviado de um cachorro que atravessava a rodovia, vejo por meu retrovisor um carro - que vinha cerca de 1 km atrás de mim - mudar de pista na estrada vazia para ir de encontro ao cão que eu acabara de salvar. Até hoje, se fecho os olhos depois de fixar o olhar em uma estrada como a Dutra, ouço o mesmo baque seco seguido de um ganido e vejo aquele cão amarelo rodopiando de lado no asfalto, com seus membros estirados como se empalhado fosse, girando mil vezes, até parar inerte. E sinto, até hoje, a mesma náusea e o mesmo urro estrangulado na garganta daquele dia. Um urro de ódio por pertencer à mesma espécie dessas criaturas que matam por prazer.

***

Só espero que o Brasil vença a partida amanhã. Não estou podendo arcar com nenhuma tristeza adicional.

sábado, junho 17, 2006

Fim de festa


Fim de festa
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O ônibus engiçou e, quando pensamos que jamais chegaríamos em casa, tiramos uma soneca e perdemos nossa parada por meio km. Tóim!

Barbosa


Barbosa
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Tutti erbi


Tutti erbi
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Tem maluco, tem peão, tem maria breteira, tem minhoca, tem bêbado, tem puliça, tem bombeiro (!!!), tem gente sem camisa e tem gente, como eu e Lucas, com roupa demais.

sexta-feira, junho 16, 2006

Love me, don't eat me.


Love me, don't eat me.
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Bebêzerro da Castanha

Baronesa


Baronesa
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Pro Lau


Pro Lau
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Diretamente da Festa do Tomate...


Diretamente da Festa do Tomate...
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Aqui também tem morango!

O Rappa na Feira do Tomate


Ok, é festa, não é feira. Mas eu não resisti à tentação de dizer que deu rapa na feira. Hoje eu e Lucas enfretaremos o frio e o engarrafamento; a oferta de alimentos preparados contra todas as recomendações da vigilância sanitária e a tentação da fome; a espera de 4 horas por um show de 45 minutos e a falta do que fazer numa festa cuja principal atração é o... tomate. OK, podem dizer: nós somos caciques. Mas somos jovens, somos valentes, somos... quero dizer: o Lucas é. Eu só tiro onda, he he he.

Nem subornando com petiscos...


Nem subornando com petiscos...
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O Povo não está tão empolgado: "Põe logo o moleque de titular e deixa o Fenômeno descansar. Tem gente que não sabe a hora de largar o osso.", filosofa. "Falta muito pra acabar essa droga de Copa do Mundo?"

Princesas também gostam de copa do mundo


Princesas também gostam de copa do mundo
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Pausa no spa da Princesa e do Povo


Pausa no spa da Princesa e do Povo
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Hora de descansar. Peludoterapeuta rala!

Lago Javary


Lago Javary
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Meidumato


Meidumato
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Mamoeiro em flor.

quinta-feira, junho 15, 2006

Tomate em toda parte


Tomate em toda parte
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Adoro tomate, nasci vermelha como tomate, salada pra mim não existe sem tomate. Mas essa lindura aí é aspatódia. No mais, aqui o tomate está no ar.

Feriado!!!


Feriado!!!
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Lucas estreando na Festa do Tomate.

quarta-feira, junho 14, 2006

Lapex


Lapex
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Masalapélinda!

terça-feira, junho 13, 2006

A televisão e a família


Eu não ligo pra TV: poderia levar semanas, talvez meses, até perceber que removeram a TV de 29 polegadas da sala. Mas meus pais, embora atípicos em muitas coisas, assistem TV como a maioria das pessoas; e o fazem só por teimosia, porque, a rigor, eles odeiam tudo o que é televisionado.

Alguns exemplos da interação da minha família com a telinha:


Propaganda de algo indefinido, talvez telefone celular Motorolla, na TV. Eu estava distraída, então peguei o bonde andando. Findo o vídeo clipe, minha mãe pergunta:

Mãe: Não entendi nada. Isso aí era propaganda de quê?
Pai: De gente magra.
Mãe: (após 10 segundos de silêncio) Odeio gente magra.
Pai: Odeio propaganda.


***

Cobertura de Copa do Mundo na TV durante o almoço de hoje. Eu, de costas pra TV, como sempre, ouço uma dessas mocinhas da Globo dizer:

Aspirante a Fátima Bernardes: Gente, isso aqui tá uma lou-cu-ra! Olha só essa gente toda! Está tudo calmo aqui na frente do (...)
Pai: Não entendi nada: está calmo ou uma loucura?
Mãe: É uma loucura calma.
Aspirante a Fátima Bernardes: (...) Olha lá! O ônibus vai saindo, é uma multidão atrás do ônibus com a seleção do Brasil em direção ao (...)
Pai: Agora ônibus saindo é notícia! Daqui a pouco vai dar na primeira página: “Ônibus sai e solta monóxido de carbono.” É o começo do fim.



PS: Como eu estava de costas, há uma chance de a mocinha aspirante a ser a PRÓPRIA Fátima Bernardes (mas, bem lá no fundo, eu teria muita pena de ver a Fátima Bernardes, uma pessoa importante, mãe importante de trigêmeos importantes, esposa dum cara assim, tipão importante, correndo atrás de ônibus da seleção para transmitir esse furo jornalístico impressionante ao vivo, via satélite.) Agora deixa eu ir que, lá na Alemanha, já estão cantando o hino mais bonito do mundo depois da Marseillaise.

Coitado do Povo Brasileiro!


Coitado do Povo Brasileiro!
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Acordei com rojões, praguejei baixinho, mas morri de dó do meu peludo, que a partir de hoje ingressa num inferno sonoro desnecessário. Adoro Copa do Mundo, mas coisa que eu odeio é rojão.

O mundo é dos cretinos.


É só um acesso de pessimismo.
Vai passar assim que a página de obituário me trouxer alguma noção de justiça divina.

segunda-feira, junho 12, 2006

Não foi: é complô mortadeliano!


Não foi: é complô mortadeliano!
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Ó o arroz aí, ô! Cura total. Vegan power, yes!

A família R também marca presença aqui!

Ontem, quando fui levar o Tom Taborda à porta (ele trouxe um arroz mágico embalado com carinho que me curou da rotavirose!), meu telefone tocou.

Em parte porque eu estava lerda, em parte porque eu queria dar toda a atenção do mundo ao Tom -- que só me visitou porque viu que era caso de vida ou morte (hehehe) --, deixei a secretária eletrônica atender a ligação. E só fui verificar quem tinha deixado um recadinho horas mais tarde. Qual não foi meu choque histérico ao descobrir que a ligação perdida tinha sido da Mônica R, figurinha querida que eu conheci via Cora, e cuja voz eu nunca tinha tido o deleite de ouvir. É uma voz assim: meio voz de mãe, meio de menina-moça; meio sorrindo, mas meio preocupada com o tamanho da gravação e, por isso, meio apressada; lindinha sem ser piegas, meiguinha sem ser enjoada e, finalmente, do tamanho exato do buraco que faltava pra preencher o campo "voz" em meu quebra-cabeças de construções virtuais personalíssimas. Como a voz importa! Como eu amo ainda mais a Mônica R por causa de sua voz cativante em minha secretária eletrônica! Querida, você ficou linda com essa flor nos cabelos!

Aí, não bastasse tanta emoção, hoje no Diário da Cora tem uma linda foto da família R, com a Mônica repleta de de badulaques brasileiros, do cabelo ao pescoço. Eu não sou feliz sempre, mas trocaria, sem piscar, a eternidade por essas felicidades efêmeras que produzem nossos melhores sorrisos. A vida é bela!

Família R, fotografada pela Cora Rónai (Diário da Cora, Caderno Copa 2006, jornal O Globo de 12 de junho de 2006)

Feliz dia dos namorados


Feliz dia dos namorados
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Data comercial ou não, aqui vai meu carinho pra todo mundo que namora, não por compulsão-ou-patologia-social, mas por amor. Coisa rara é o amor.

domingo, junho 11, 2006

Arroz Basmati


Arroz Basmati
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O Tom veio me visitar e trouxe um carinho na forma de arroz paquistanês. Eu amo os meus amigos!

Deu na Época: o vegetarianismo é geral!


Que a carne é fraca, todo mundo já nasce sabendo. Depois de 15 dias sem pôr carne na boca --exceção feita ao pescado, embora eu reconheça que se os peixes não são vegetais nem minerais, eles deveriam estar fora de um dieta vegetariana, mas cada um só faz o que pode --, na última quarta-feira, eu quebrei minha promessa e caí dentro de uma mortadela.

Mortadela: embutido com mais amido e nitrito que carne, com sabor artificial de carne e aroma artificial de mortadela, do tempo em que mortadela era, de fato, mortadela.

E aí, porque caí no conto do pão com mortadela, me deixei levar por carnes processadas ainda mais extravagantes e terminei vítima de uma rotavirose sem precedentes históricos ou histéricos. Se eu pudesse voltar no tempo, eu teria olhado fixamente praquela mortadela e, mais tarde, praquele presunto que recheava um salgado que eu comi no dia em que adoeci e diria: VADE RETRO, SATANAS!


Resumindo: tudo bem que algum porco nojento manipulou um alimento que eu comi na rua com a mão suja de diarréia rotaviral (uma das hipóteses epidemiológicas que mais me aflige), mas algo me diz que eu nunca estaria assim se não tivesse comido carne. A carne não só é fraca, como enfraquece. Criei verdadeiro horror. Por quanto tempo -- 10, 15, 25 dias --, eu não sei. Só sei que se eu me salvar dessa gastroenterite, e o médico de 16 anos que me mal atendeu hoje me garantiu que eu não vou morrer de rotavirose, prometo parar de comer carne vermelha.


E a matéria de capa da Época desta semana dá um enorme apoio psicológico para eu me manter-firme nessa decisão. Na página 93 tem um bate-bola com o Peter Singer, autor de "Libertação Animal" (que eu só lerei quando estiver recuperada de "O caçador de pipas"); achei pouco esclarecedor e me parece que as respostas do Singer foram editadas fora de contexto, mas ainda assim, no geral, a matéria sobre vegetarianismo desta Época pretende informar àqueles que tendem a abolir a carne da dieta por amor aos animais, saúde ou viadagem. Ou, como é o meu caso: por todas as opções supracitadas.

Falta de assunto

Agora deu! Hoje é, definitivamente, o último dia de rotavirose pra mim. Ou ela sai do meu sistema por bem, ou eu chamo um xamã pra tirá-la a fórceps por mal. Acordei angustiada com a constatação de que eu não tenho a menor condição de passar nem mais um dia na cama: porque eu passei 3 dias dormindo quase que o dia inteiro, sem energia pra fazer outra coisa, já não tenho mais assunto pra sonhar. E porque eu não tenho mais assunto pra sonhar, comecei esta noite a ter pesadelos com natimortos, brigas com pessoas com quem eu nunca briguei e catástofres naturais. Já chega!

***

Amanhã, amanhã. Sempre lembro do Kid Abelha na época do dia dos namorados por causa dessa musiquinha marota:

Os outros
Kid Abelha
Letra: Leoni

Já conheci muita gente
Gostei de alguns garotos
Mas depois de você
Os outros são os outros

Ninguém pode acreditar
Na gente separado
Eu tenho mil amigos mas você foi
O meu melhor namorado

Procuro evitar comparações
Entre flores e declarações
Eu tento te esquecer
A minha vida continua
Mas é certo que eu seria sempre sua
Quem pode me entender
Depois de você, os outros são os outros e só

São tantas noites em restaurantes
Amores sem ciúmes
Eu sei bem mais do que antes
Sobre mãos, bocas e perfumes
Eu não consigo achar normal
Meninas do seu lado
Eu sei que não merecem mais que um cinema
Com meu melhor namorado

Procuro evitar comparações
Entre flores e declarações
Eu tento te esquecer
A minha vida continua
Mas é certo que eu seria sempre sua
Quem pode me entender
Depois de você, os outros são os outros e só

***

Caso encerrado por excesso excessivo de provas.

sábado, junho 10, 2006

Carência afetiva, quem é que não tem?

O quarto do artista, de Vicent Van Gogh. Tenho passado muito tempo no quarto...

O que eu tenho é uma rotavirose. Pelo menos esta foi a conclusão da médica do Pronto-Socorro (do qual virei habitué, primeiro com o pé que claudica, depois com o piercing que engastalha, e agora com essa gastroenterite), após analisar meu exame de sangue. Já vou pro segundo dia de cama, sem desejo de ingerir coisa alguma e eliminando tudo que como a uma velocidade assombrosa. Talvez os médicos devessem fazer como os veterinários e prescrever "dieta zero" por 2 ou 3 dias para pacientes como eu. Essa coisa esquizofrênica de comer e eliminar é que não dá. É muito frustrante e dolorosa.

***

O Lucas Landau colocou no Flickr uma série de fotos feitas no MAC (peçam pra ele botar todas!), no domingo passado. Não é porque eu sou a modelo (um tanto quanto boteriana) do moço: é que ele tem talento, o danado!

***

Tem uns malucos que dizem que todo distúrbio de pele e mucosa tem origem emocional; que a pele e as mucosas têm a mesma origem embriológica do sistema nervoso, bla bla bla. Ou seja: alguns enervantes diriam que eu não tenho rotavirose porra nenhuma: que eu tenho mesmo é carência afetiva. Mas quem é que não tem?

sexta-feira, junho 09, 2006

É geral.


É geral.
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O Rio de Janeiro inteiro está padecendo de gastroenterite aguda. Tive que passar num PS pra tomar soro. :o(

Pra mim, são todos lindos.

Intrigada com o que o livro ("O caçador de pipas") fala sobre a limpeza étnica que os talibãs fizeram no Afeganistão - eu já odiava esses barbudos por causa dos budas derrubados, agora então eu quero mais é que eles se fodam -, procurei no Google images algumas fotos de crianças hazaras e pashtuns.







Na foto acima, meninas pashtuns: olhos mais arredondados. A menina afegã que ficou famosa como capa da National Geographic duas vezes é pashtun: linda, linda, linda!

Este P&B é de um menino hazara quase como eu imagino o Hassan. Lindo, lindo de olhinhos puxados, cabelos lisos e rosto redondo.

Resumo da ópera: como o ser humano pode ser escroto! Como pode uma pessoa olhar pra outra e achar que não é tão gente quanto, que é melhor ou pior? Estou doente ainda. Não sei se ainda estou padecendo de intoxicação alimentar ou se minha intoxicação é contra a escrotice do mundo.