Este é o meu quartinho de bagunça. Da embalagem vazia de Chokito ao último livro do Saramago que eu não terminei de ler, você encontrará aqui de tudo um pouco.

segunda-feira, julho 31, 2006

Cães que ralam


Cães que ralam
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Essa nareba linda pertence ao cão farejador Martin, da Guarda Municipal. Tudo esse cara quer cheirar, dá vontade de encher peludo ti beijume.

domingo, julho 30, 2006

Peludoterapia

Celso, MM e quem mais tiver peludos lindos e maravilhosos como os meus: mandem pro meu vanorresponde@gmail.com
fotos de seus peludos para publicação aqui no blog.
Tem dias que só a peludoterapia intensiva para injetar
ânimo na alma do contribuinte.

Corrupção é câncer

Quem está acompanhando a CPI dos sanguessugas deve estar, como eu, estarrecido com a frieza para fazer o mal e a falta de caráter dessa gentalha. Eu nunca vou me acostumar com isso, eu sempre vou ter vontade de cuspir na cara de um corrupto o excesso de saliva que mina de minha náusea ante a podridão humana.

Quem está acompanhando a CPI dos sanguessugas sabe, como eu, que a corrupção é um câncer em diversos estágios de diferenciação. Os mais benignos são, na taxonomia dos sanguessugas, pessoas comuns que dão dez reais pro filho não contar pra mamãe uma coisa errada que o papai fez; ou aqueles que oferecem uma cerveja pro guarda os liberarem da multa só dessa vez. Esses seriam os corruptos inocentes, se houvesse qualquer inocência na corrupção. Mas não há. Câncer é câncer, e mesmo quando não mata de cara, ele pode voltar: pior e em outros pontos. Depois, há os corruptos mensalistas, que recebem seus duzentinhos regularmente do contribuinte pra não lhe causar problemas. Depois, vêm os sanguessugas mais sofisticados: aqueles que fazem acordos para vencer licitações superfaturadas, aqueles que tiram o dinheiro da Saúde e da Educação de centenas de milhões para comprar a trigésima mansão de três, no nome de um laranja qualquer.

Se crimes do colarinho branco se tornassem hediondos e inafiançáveis; se nossa justiça não estivesse corroída desse câncer até o pescoço; se um corrupto preso não pudesse cumprir prisão domiciliar em virtude dos problemas de saúde que todos esses putos têm assim que vêem o sol nascer quadrado, talvez nos restasse alguma esperança. Como diria Martin Luther King, sonhei!

Outro dia, lembrei-me do Gil e seu promissor discurso de posse à frente do Ministério da Cultura. Dizia ele que corrupção era um problema cultural, e que seu Ministério se movimentaria para driblar o mal. Infelizmente, lá se vão quase quatro anos e nenhuma campanha do MinC foi lançada nesse sentido. Começo a achar que corrupção é coisa tão grave e distante da alçada do comprometidíssimo poder público, que só se pode combatê-la através da guerrilha urbana. A sociedade deveria se organizar em células combativas para hostilizar, na fila do supermercado, na saída da escola e na entrada de eventos sociais os corruptos expostos pela imprensa, seus familiares e amigos. Com o Orkut, ficou fácil saber onde uma pessoa estará e em que dia, onde estudam seus filhos, em que academia malha e as lojas em que faz compras. Se cada célula de dez pessoas se encarregasse de horrorizar um corrupto e seu círculo social, tenho certeza de que muita gente desistiria de superfaturar em cima do povo. É uma proposta de terrorismo psicológico da qual não me orgulho, mas está ao nosso alcance e, desconfio, traria ao menos alguma repercussão e aumentaria o debate sobre o núcleo de todos os problemas de nosso país.


***

Um amigo meu, professor escolar, contou-me que um de seus alunos adolescentes vivia se gabando da riqueza ilícita de seu pai, um político corrupto descarado que, segundo o moleque, trabalhava pouco e ganhava mais que todo mundo. Foi na época em que pegaram o Silveirinha. Meu amigo chegou na sala de aula e depositou sobre a carteira do moleque o jornal do dia, que trazia na primeira página a notícia de que os filhos do Silveirinha apelavam na justiça pela mudança de sobrenome: não queriam mais ser associados à figura corrupta do pai. A aula transcorreu normalmente e o garoto, mais quieto que o normal à medida que lia a matéria, foi o único a ficar na sala com o professor quando tocou o sino pro recreio. Meu amigo perguntou: "O que você achou disso?". Silêncio. "O grande barato é você ter suas coisas por mérito próprio. Nada se compara à satisfação de fazer a coisa certa, deitar a cabeça leve no travesseiro e dormir tranqüilo, sabendo que não tirou comida da boca de nenhuma criança." O garoto apenas balançou a cabeça enquanto olhava pros pés, que calçavam tênis mais caros que o aluguel do apartamento de seu professor. Por um momento, meu amigo teve a esperança de salvar uma alma da perdição, mas o menino logo se levantou e, desafiador, disse: "Antes tirar comida da boca de outra criança do que da minha!". E saiu pro seu caminho sem volta, o caminho do câncer de caráter.

sexta-feira, julho 28, 2006

Afeto

Seria muito injusto eu dedicar um post ao meu desafeto e nenhum aos meus amigos, que se revelam sangue do meu sangue diante da menor adversidade, riso do meu riso nos melhores momentos e lágrimas do meu pranto nas horas de dor e desespero. A esses, a quem tudo devo, faço minhas as palavras dele, O Poetinha, o deus humano das amizades eternas, nesta linda (e um pouco triste, como é triste pensar que a vida seria insustentável sem vocês) exaltação ao carinho.

Amigos meus
Vinicius de Moraes

Ah, meus amigos, não vos deixeis morrer assim... O ano que passou levou tantos de vós e agora os que restam se puseram mais tristes; deixam-se, por vezes, pensativos, os olhos perdidos em ontem, lembrando os ingratos, os ecos de sua passagem; lembrando que irão morrer também e cometer a mesma ingratidão. Ide ver vossos clínicos, vossos analistas, vossos macumbeiros, e tomai sol, tomai vento, tomai tento, amigos meus! – porque a Velha andou solta este último Bissexto e daqui a quatro anos sobrevirá mais um no Tempo e alguns dentre vós – eu próprio, quem sabe? – de tanto pensar na Última Viagem já estarão preparando os biscoitos para ela.

[...]

Pelo bem que me quereis, amigos meus, não vos deixeis morrer. Comprai vossas varas, vossos anzóis, vossos molinetes, e andai à Barra em vossos fuscas a pescar, a pescar, amigos meus! – que se for para engodar a isca da morte, eu vos perdoarei de estardes matando peixinhos que não vos fizeram mal algum. Muni-vos também de bons cajados e perlustrai montanhas, parando para observar os gordos besouros a sugar o mel das flores inocentes, que desmaiam de prazer e logo renascem mais vivas, relubrificadas pela seiva da terra. Parai diante dos Véus-de-Noiva que se despencam virginais, dos altos rios, e ride ao vos sentirdes borrifados pelas brancas águas iluminadas pelo sol da serra. Respirai fundo, três vezes o cheiro dos eucaliptos, a exsudar saúde, e depois ponde-vos a andar, para frente e para cima, até vos sentirdes levemente taquicárdicos. Tomai então uma ducha fria e almoçai boa comida roceira, bem calçada por pirão de milho. O milho era o sustentáculo das civilizações índias do Pacífico, e possuía status divino, não vos esqueçais! Não abuseis da carne de porco, nem dos ovos, nem das frituras, nem das massas. Mantende, se tiverdes mais de cinqüenta anos, uma dieta relativa durante a semana a fim de que vos possais esbaldar nos domingos com aveludadas e opulentas feijoadas e moquecas, rabadas, cozidos, peixadas à moda, vatapás e quantos. Fazei de seis em seis meses um check-up para ver como andam vossas artérias, vosso coração, vosso figado.

E amai, amigos meus! Amai em tempo integral, nunca sacrificando ao exercício de outros deveres, este, sagrado, do amor. Amai e bebei uísque. Não digo que bebais em quantidades federais, mas quatro, cinco uísques por dia nunca fizeram mal a ninguém. Amai, porque nada melhor para a saúde que um amor correspondido. Mas sobretudo não morrais, amigos meus!




1965


Com todo o meu afeto,

Van

quinta-feira, julho 27, 2006

Desafeto


Afetuosa eu sou muito, talvez até estranhamente demais. Pensando bem, talvez tenha sido por isso que um amigo me apelidou de Imperatriz do Sexo quando eu tinha 17 anos -- e só conhecia, no sentido bíblico, um único homem. E nada sobre sexo. Mas minha capacidade afetiva e minha saúde mental perfeita-- eu não nego amor nunca! -- não vêm ao caso. Estou em plena primavera do desafeto. Eis que aconteceu o inimaginável: arrumei uma arquiinimiga, do tipo que tem uma verruga escrota na ponta do nariz, fala rosnando entre os dentes, tranca a enteada no porão e manda o caçador tirar-lhe o coração durante o passeio na floresta. Juro por tudo que me é mais sagrado: a mocréia é tão sórdida que, se fosse há 30 anos, eu teria me borrado toda!

Hoje, que eu sou uma mulher adulta, penso na ameaça da bruxa à luz de duas cabeças: a da filha, que sou, e a da mãe, que serei um dia. A filha sente vontade de chorar pelas injustiças do mundo, por que a bruxa não me deixa ir ao baile ver o príncipe?, ó céus, mundo cruel! A mãe olha pra filha toda encolhidinha no canto, coça o saco, cospe no chão e manda: você prefere que ela morra implorando perdão de joelhos, sentada ou deitada? Maçarico, alicate ou serra elétrica? Tenho um pouco de medo dessa serial mother que há em mim, mas acho que ela me dá moral pra enfrentar a bruxa sem pedir ajuda a uma fada madrinha. Só acho meio foda que, pra eu me defender sozinha, eu precise ser mãe de mim mesma. Quem foi que falou pra minha que ela estava dispensada do cargo para ser avó full time? Protesto, meritíssimo! Eu vou acertar contas com minha desafeta, mas quando eu voltar eu quero a minha mãe, pô!
A bruxa que se cuide. Embora eu acredite em justiça divina e meu santo seja forte, sou fã ardorosa do aqui-se-faz-aqui-se-paga.

Bicampeões


Bicampeões
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Eles estão em toda parte. Ainda bem!

quarta-feira, julho 26, 2006

Correr para parir.



Defini as duas coisas que mais quero da vida neste momento: correr uma maratona e parir. Como corrida é exercício de alto impacto desaconselhado para gestantes, e como são necessários pelo menos dois anos para um ser humano comum tornar-se apto a correr 42km no mesmo dia, estou oficialmente adiando meus planos de parição para os 37 anos. Serei uma grávida de 50kg ou não me chamo Vanessa Ornella.

Sorry, Lau, ma i bambini vão ter de esperar!
Começo a treinar no dia 11 de agosto. Até lá, vou abusar do álcool, do ócio e de sobremesas pesadas.
PS pertinente: Mengoool!!!

terça-feira, julho 25, 2006

OM

Fiz faculdade numa cidade a uma hora do Rio, e eu lá morava de segunda a sexta, às vezes de segunda à segunda, dependendo das provas e festas. Talvez porque eu achasse o campus universitário Rural muito quente, eu levei para minha república seropédico baixadiana fluminense todas as minhas roupas super ventiladas. Eu dava preferência às furadas e rotas que, de forma alguma, eu teria ocasião para usar na fresquíssima cidade do Rio de Janeiro. Foi assim, desconfio, que eu ganhei esse estigma de bicho grilo na faculdade. Foi rápido: no primeiro período o Mion começou a me chamar de Flora Própolis. Então, da noite pro dia, eu passei a ser a primeira a saber de tudo que fosse mais ou menos esotérico, orgânico ou macrobiótico. Namorei um agrônomo, melhor amigo de uma veterinária homeopata, que me ensinou as vantagens da agricultura orgânica e da culinária macrô. Aprendi a reverenciar o sol e a agradecer à mãe terra pelo alimento orgânico que saía de seu ventre. Fiz capoeira com a galera, estudei homeopatia e acupuntura, salvei a vida de dezenas de ratos no biotério, mas nada me fazia sentir tão bicho grilo quanto os mantras que eu entoava nas aulas de Yoga que eu fazia às terças e quintas à noite.

Foi o Alex quem me contou dessa professora de Yoga no km 49. Ângela, se não me engano. Ela tinha outro codinome impronunciável em sânscrito, daí eu não ter certeza, mas fiquemos com Ângela, que é um nome elevado por definição. O Alex me disse, mesmo imaginando minha vasta experiência com eventos e substâncias extra-sensoriais, quase tudo intriga da oposição, diga-se, que eu nunca sentiria nada igual àquilo. Sentir, ele disse. Então fui lá pra ver qual era. A imensa sala era toda revestida por madeira, parecia uma caixa sem janelas, mas não oprimia porque tinha ventiladores enormes nas paredes e uma discreta penumbra azul. Ângela falou comigo em volume e tom de prece de igreja, coisa que fez meu coração desacelerar instantaneamente, explicou-me que eu faria a prática de olhos fechados o tempo todo e, se eu precisasse de correções, ela iria ao meu lugar me reposicionar. Eu não acreditava que ela pudesse fazer alguma coisa por mim em meio a 30 outras pessoas e comecei a "prática" (yogins não têm aula, vivenciam práticas) meio cética, mas ela me manipulou com mãos etéreas de fada-mãe várias vezes. E, a cada toque, parecia que meu corpo adquiria uma nova consciência e tentava levitar. Com Ângela, mentalizei a luz dourada e fiquei recheada de uma felicidade extra-sensorial absurda, mas tão absurda que eu chorei o tempo inteiro da metade pro fim da prática. No fim, eu acabei dando uma abridinha discreta do olho esquerdo pra ver como os lábios das pessoas se moviam durante a entoação dos mantras. Levei 3 meses pra ter coragem de entoar algo diferente do OM, mas quando eu finalmente passei a participar dos mantras, eu virei outra pessoa.

Hoje, que eu preciso mais uma vez de energias pra enfrentar a jararaca peçonhenta do meu trabalho, coloquei pra tocar o CD de mantras que a Marina me deu de aniversário. Estou tão radiante que parece que cheirei um troço mutcho lôco, estou fora do meu corpo. Tanto que estou doida pra ver a megera e desejar-lhe OM, do fundo do meu coração. "OM, sua vaca escrota." Não é a cara dos ensinamentos da Ângela, mas credito a ela a parte do OM.

À noite, eu vou postar uns mantrinhas aqui pra vocês sentirem esse barato total. OM a tutti, haribô e carpe diem.

Mengão


Mengão
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Dei bandeira! Esta aqui é a maior que eu já vi numa repartição pública, e na quarta ela será agitada no Maraca pelo bicampeonato.

segunda-feira, julho 24, 2006

A grande muralha


Hoje encontrei uma amiga sua, daquelas de infância. Gosto dela como se fosse você, minha irmã, mas não é a mesma coisa. Ela pede notícias suas e eu sempre fico constrangida de dizer que não sei, nunca mais ouvi sua voz, meus e-mails nunca têm resposta. Digo, entre sorrisos, que você é uma grande cretina arredia e mudo de assunto, pra que ela não perceba minha dor de tê-la exilada. Conversamos sobre outros assuntos e, quando ela sai, fico sozinha com minha saudade de você. Uma saudade que só aumenta com o tempo, uma dor que só piora com os anos e os filmes que falam sobre o amor de uma irmã pela outra. O amor, o ódio, a competição, a cumplicidade, a amizade e todas essas coisas que nunca mais tivemos, desde que você fugiu e construiu atrás de si essa grande muralha. Uma muralha descomunal e intransponível, através da qual só conseguimos falar sobre economia, música e a previsão do tempo. O tempo, esse algoz que deixa cicatrizes, nunca voltará atrás, mas ainda há tempo para tentarmos resgatar nossa história de amor e cumplicidade; de respeito e admiração. Desconfio, não tenho certeza, que ainda há tempo de voltarmos a ser irmãs. Desconfio, não tenho certeza, que ainda posso corrigir o que quer que eu tenha feito de errado.

Se ao menos você me dissesse, mas você não diz nada, onde foi que eu errei.

domingo, julho 23, 2006

Lau in Rio


Lau in Rio
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sábado, julho 22, 2006

Detalhes


Detalhes
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Pintinhos


Pintinhos
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Ave, Lau!

Peludoterapia intensiva

Tá triste, entediado, amargurado? Peludoterapia na veia.

Radija e Povo em ação, perseguindo pernas em seu private muro, com janelas ergonômicas próprias para peludos de estatura mediana.

Tudo vale a pena quando a alma é gigante

Can

Clipe emocionante extraído do blog de Carrie, a Estranha. Vale a pena ler o que ela escreveu sobre essa dupla emocionante de pai e filho triatletas. CHOREI HORRORES!

Duas receitas para uma boa festa

Mulheres sexualmente agressivas no Woodstock desta pessoa



As receitas não são minhas, mas eu confesso que uso muito:

Receita um, uma receita de ternura:
Só amigos do peito, desses que quando perguntam "como vai você?", de fato esperam ouvir a resposta verdadeira; desses que podem te ver desgrenhada e vão te achar ótima de qualquer jeito. Não importa onde, como, com quantos, quando e nem por quê. Será sempre uma boa festa.

Receita dois, uma receita de balacobaco:
* um quarto de homens maravilhosos, inteligentes, divertidos e porventura gays;
* um quarto de bofes heterossexuais bonitos, nem tão inteligentes, nem tão divertidos, mas disponíveis;
* um quarto de mulheres sexual e/ou intelectualmente agressivas;
* um quarto de amigos queridos que, por definição, não se encaixam em nenhum estereótipo e podem interagir à vontade com a biota local.

Resoluções revolucionárias para os 34

1. Não coma, Vanessa, não coma: nada que corra mais do que eu (doravante, estarão eliminados de minha dieta todos os quadrúpedes e aves pernaltas; peixes não estão eliminados porque não correm, nadam -- too bad for them!!!). Eu quero ser vegetariana antes de ser mãe (because-because, because é incompatível amamentar e comer o filhote mamífero alheio), mas antes tenho que fazer um estágio sério na restrição de longo prazo.


2. Corra, Vanessa, corra: a meia maratona do Rio em setembro de 2007 (e pra isso eu vou ter de mudar minha vida, minha bunda, minha capacidade cardio-respiratória, enfim...). Vou começar fazendo pequenas corridas, como a Corrida contra o câncer de mama do Rio, em 28 de agosto, e depois vou intensificando o treino. Quem quiser formar um grupinho semanal de corrida a partir de setembro, quando eu já terei saído da estaca zero, é só escrever para quesefoda.cansei@gmail.com , que o treinador eu já tenho. Não sei quanto a vocês, mas eu não pagarei o mico de me inscrever em corrida ou maratona pra cruzar a linha de chegada toda torta, com balão de oxigênio e na madrugada do dia seguinte!

Eu não aguento mais correr atrás de homem, agora é hora d'eles correrem atrás de mim um pouco, UHAUHAHA! (Lauzinho, é tudo intriga!)

Estava aqui pensando... e se eu, depois de muito treino, conseguir correr mais do que uma vaca? Poderei comer uma vaca porque lhe sou superior na corrida? Estaria eu pensando com a cabeça de corredora ou de comedora de vaca? Ou de vaca gorda? Qual será, afinal, o mistério de Tostines? Como eu me sinto diferente, como os 34 são uma idade diferente, coisa impressionante!

sexta-feira, julho 21, 2006

As rosas do Joel


As rosas do Joel
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Lindas!

Notinha singela de agradecimento

Fiquei emocionadíssima com os bilhetinhos, ligações e surpresas que me fizeram ontem, pela ocasião especial da minha trigésima quarta virada (uma idade diferente, afinal). Saí de casa maquiada, coisa rara, para evitar o chororô de praxe: eu choro o dia inteiro no dia do meu aniversário, de alegria e emoção. Então, maquiada ou não, não deu outra. Era só alguém querido começar a dizer: "Van, que seus 34....", que eu me derretia lacrimosamente.
Eu adoro fazer aniversário. Eu amo o calorzinho afetivo que emana de vocês.

quinta-feira, julho 20, 2006

U-hu!


U-hu!
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Trinta e quatro.

Surpresa!


Surpresa!
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Olha quem veio de surpresa!

Palhaço Orelha


Palhaço Orelha
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Entrou vendendo cartões de aniversário no ônibus que peguei pro trabalho de manhã. Fez piadas de aniversário e farejou aniversariantes. Fiz-me de morta. Não fosse a infernia, teria fugido com o circo.

Aniversário

"Hoje eu faço 14 anos. É uma idade diferente." Era o início da febre da agenda de loja de grife que as adolescentes usavam como diário, e eu encontrei essa frase enigmática escrita na agenda-diário de minha melhor amiga, Buba. "Como assim?", pensei. O que ela, essa criatura inteligente e enigmática, quis dizer com isso? Será que ela está sugerindo que os 14 anos são um marco, um rito de passagem, o encontro da vida em desintegração, o derradeiro suspiro da infância? Tive de perguntar: Cara, muito maneiro o que você escreveu, mas o que você quis dizer exatamente com isso? Ela teve um acesso de riso e revelou: "Eu não tinha nada pra escrever, então tasquei a primeira coisa que me passou pela cabeça."

Ou seja: um charuto, às vezes, é só um charuto. Eu poderia ter aprendido a lição aos 14 anos, ma nã! Cismei de buscar significado em tudo: nos gestos, nas faces, nas palavras, nos timbres, no meu peculiar destino de mulher abandonada e até na porra do mau comportamento das pessoas de coração ruim do meu trabalho. Quando nada mais parecia fazer sentido, tomei tudo que uma pessoa pode tomar pra parar de pensar na existência, do chocolate à cachaça, passando por todos os remédios de tarja preta. E hoje, 20 anos depois de uma das mais importantes lições de simplicidade da minha vida, eu me lembro muito da Buba e de um bordão que a gente repetia quando não queria mais queimar a mufa pensando nas coisas: é tudo uma questão de sei lá. Entende?


***


De 20 de julho de 2005 pra cá, eu vivi uma vida. Não vou enumerar eventos nem tragédias pessoais, mas foi, sim: uma vida. Quando eu penso que já vivi de tudo, e aí me sinto com 95 anos, lembro que não tive filhos ainda, e aí me sinto com 15 e sei que o melhor da vida me aguarda, the best is yet to come. O que eu quero mesmo é me sentir, para sempre, como eu me senti aos 33: entre altos e baixos, redescobri como é bom ter e cultivar amigos. Eu serei sempre uma mulher de 33 nesse aspecto, e vocês sempre morarão no meu coração.

Tudo vale a pena quando a alma não é PP


Tudo vale a pena quando a alma não é PP
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Última tardinha dos 33 e o inevitável balanço: foi bom para caráleo! Que venham os 34!

quarta-feira, julho 19, 2006

Antidotia na veia!

Dez anos depois, em função de uma hiperatividade que só a raiva gera, ela finalmente baixou as 200 fotos de seu celular para o computador. 200 fotos depois, seu parassimpático estava devidamente estimulado, seu tez macia e seus olhos brilhantes. Boas recordações neutralizam a caralha da mocréia infernizadora por alguns valiosos instantes.

Da Princesa Radija em diante, no sentido horário:
Trio Maravilha de professoras do Wise Up;
Ju e eu no verão carioca;
Fafy e eu no carnaval carioca;
O Fantástico Engolidor de Pilhas em seu disfarce de Batman;
Cora e eu no pôr-do-sol do Arpex;
As flores do Lau (um homem com flores embutidas);
Pierre e eu na noite Cervantesca, em um dia particularmente vegetariano.










Boa jornada a tutti. Amém.

terça-feira, julho 18, 2006

Campanhas Long Dong Silver para um mundo melhor

Pra quem não é bom de contas ou perdeu alguma indireta lançada neste quartinho, aviso-aos-navegantes que faço aniversário nesta quinta, dia 20 de julho. Depois eu volto neste assunto carinhoso, mas agora eu tenho um assunto nada delicado para tratar, e ainda menos delicado em fase de infernia astral.


***

Se alguém do meu trabalho - embora eu tenha mais de um trabalho, a carapuça há de servir - estiver lendo este blog, sugiro que cancelem qualquer bolinho surpresa que algum desocupado porventura tenha organizado pra mim com os 3 reais super faturados recolhidos de todo o staff, porque eu me recuso a consumir alimento contaminado por falsidade. Com o perdão da franqueza e mil desculpas aos bem intencionados que já tiveram seus três reais extorquidos, que falsidade de cu, pra mim, é rola.


***

Campanhas Long Dong para um mundo melhor:

Dê um consolo Long Dong Silver pra mocréia que te inferniza.
Por apenas 5 reais semanais - eu disse: cinco reais semanais! -, em apenas nove meses, você pode conquistar sua liberdade comprando um consolo de 18 cm com vibra call, giroestroboscópio, aroma e sabor artificial de homem para a jararaca que te inferniza largar a porra do teu saco.


Dê um consolo Long Donkey Gold Super Hiper Jeba Plus para lobotomizar a mocréia que te inferniza.
Juntando 5 reais semanais, adquira para a sua jararaca de estimação, em apenas vinte e sete meses sem esconjuros, um consolo maciço com 80 cm de pura travessura.

E já vem com lobotomia!

Notícias da barriga do menino

Depois de uma semana de pescarias improdutivas, que valeram tão somente pela imersão na mente e na perversão alimentar de um menino de 3 anos, meu sobrinho voltou ao hospital pra radiografar a barriga e tentar localizar a pilha engolida semana passada.

Não sabemos como, nem por onde, mas ela saiu de dentro dele. E é isto que importa, aleluia!

Em tempo: descobrimos o motivo da perversão do apetite: meu sobrinho queria ver se, ao comer a pilha, sua barriga acenderia como a do sapo. Ele já viu que não acende, mas desde então meu irmão tem tido conversas seriíssimas com ele a respeito da impossibilidade de um menino de 3 anos ou até dum burro velho como seu pai voar. Mesmo com a capa do Super Homem ou o cinto do Homem Aranha.

Antidotia contra a infernia





































De cima pra baixo:
1. Cruz enfeitada na porta, tradição local;
2. eu;
3. Loja de artesanato autoral;
4. Um dos quatorze passos (lacrimosos da vida de Cristo) que Tiradentes só abre na quaresma, mas que eu encontrei aberto, por algum merecimento divino, fora disso;
5. Do Rio pra BH: 6h; de BH pra Tiradentes: 3h30; longe é um lugar que não existe.
6. E por último, justamente por ser o mais importante: ele, o rei da minha cocada preta, meu docinho de coco, meu quindinzim, meu tudibom demais da conta, sô: Lau.


Perdoem os rosas de minha câmera: ela, assim como eu, não tem a menor noção do que faz.

Infernia astral


Tá certo, Rosemary, também não foi moleza pra você...


Depois de um final de semana foda, em companhia extraordinária;

Depois da segunda-feira pós-idílica com tudo que uma segunda-feira pós-idílica pode ter de ruim pelo simples fato de não existir idílio numa segunda-fucking-feira;

Depois de mentalizar cinquenta mil, oitocentas e cinquenta e sete vezes a música da Rita Lee que diz que "se me der na telha eu sou capaz de enlouquecer e mandar TUDO praquele lugar....";

Depois de fazer uma lista de prós e contras, comparando Shangri-lá ao mundo real em que vivemos;

Depois de ligar pra minha analista solicitando encarecidamente uma hora extra esta semana, que sem hora extra, não vai dar pra engolir esse gole de cicuta (ah, mas não vai mesmo!);

Depois de constatar que faltam dois dias pro meu aniversário, e que o único grande presente que eu consigo desejar, de coração, é que o coraçãozinho hipertenso da criatura que me inferniza o caralho da vida pare de bater de repente, de forma fulminante, de preferência na minha frente que é pra eu poder não acudir, e que essa síncope cardíaca não seja indolor...
que Deus é justo, Deus é Pai e Deus sabe o que faz!...

... declaro que não foi desta vez que eu passei sem um inferninho astral.

domingo, julho 16, 2006

Tardinha


Tardinha
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Lojinha de artesanato

Gigolô canino


Gigolô canino
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Arrumei um peludo pra chamar de meu em Tiradentes. Reparem que ele deitou no meu pé e tomou a calçada só pra gente.

Arte popular


Arte popular
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Crianças sobre leão de madeira

Pra minha vó


Pra minha vó
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O congado e o jongo.

Congado


Congado
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Sorte de principiante encontrar uma procissão popular entrando na Matriz.

Matriz


Matriz
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Não é culpa da câmera: nenhuma máquina faria jus à beleza interior da Igreja da Matriz.

Tiradentes.


Tiradentes.
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Evidentemente.

Pro Lau.


Pro Lau.
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Mangia che te fa bene.


Mangia che te fa bene.
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Dez quilos mais tarde...

sábado, julho 15, 2006

Tiradentes


Tiradentes
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Pimenta e doce em calda

Mercado Central


Mercado Central
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Tudo isso é peixe!

quinta-feira, julho 13, 2006

A mulher de 33 sobe no telhado.

Nada contra a mulher de 33, até acho que ela seja um cara legal, mas dentro de uma exata semana ela dança. E se ela dança, eu danço. 
 
Vanessa dá uma de Justus:
Sorry, mulher de 33: I'll have to let you go. Em seu lugar, entrará uma mulé de 34 e, eu sei, você pode até ficar ressentida por estar sendo trocada por uma mulher um ano mais velha, mas veja isso pelo lado bom: agora você pode tirar férias, cuidar da sua vida afetiva e freqüentar peças infantis aos domingos levando os filhos dos amigos pra ver se você agarra algum homem descasado mais distraído. Só tenha cuidado com essa coisa de homem descasado, que eles são basicamente de dois tipos: os que jamais se casarão de novo, ou os que voltarão pra ex um dia. Há um percentual extremamente baixo de descasados que querem fazer tudo de novo com outra pessoa, mas desses,  metade quer fazer tudo de novo com uma pessoa barbada, o que diminui ainda mais as suas chances no teatro infantil. Mas não gaste muita energia com isso, mulher de 33 querida: agora que você vai ter todo o tempo do mundo pra você, volte a fazer yoga, homeopatia, acupuntura, pare de comer carne, eleve o pensamento acima desses enervantes, faça cursos livres de cerâmica, culinária macrô, meditação, workshop de yoga (dá muito ator paulista em workshop de yoga, 90% gay, mas alguns bissexuais que dão um caldo) e, é claro, shantala. Nunca se sabe quando você engravidará do espírito santo, e é bom que esteja preparada para tudo. Como eu disse, poderia ficar com você pra sempre, mas como vigilante sanitária, não consumo nada fora da data de validade, e a sua é no dia 20 de julho de 2006.
 
A mulher de 33 retruca:
OK, sua ingrata. Sem ressentimentos!!! De tudo o que você falou, só não entendi bem uma coisa: você está insinuando que eu preciso de Botox?!? Rá! Espera pra ver a mulher de 34, minha filha. Depois não diz que eu não avisei. Vou cumprir meu aviso prévio de uma semana numa boa,  no hard feelings, mas o que eu puder fazer pra te sacanear... eu não vou fazer, porque, afinal, sou maior que isso. Eu e Jesus Cristo.

A última ceia.

Almocei com minha avó 8 dias antes d'ela morrer. Passei na casa dela logo depois de minha primeira reunião no Vigilantes do Peso (VP), a solução que eu encontrei pra eliminar cinco quilos inconvenientes, daquele tipo que se aloja nas férias e, tal qual um sem-teto marrento, vai ficando, vai ficando.

Na casa d'avó chegando, vi o que me aguardava sobre a mesa: purê de batata (minha vó sempre fez purê de batata só pra mim!), tutu de feijão, arroz refogadinho daquele tipo que reluz de tanto óleo (e exatamente por isso, uma delícia), bifinhos refogados em litros de manteiga com cebola, uma salada só pra constar e mostarda refogada. O melhor cheiro de comida do mundo estava ali, debaixo do meu nariz, e tudo o que eu pensava era na quantidade absurda de pontos VP que uma colherada de cada coisa daria. Vendo-me comer tão pouquinho, com a calculadora do lado, minha avó perguntou qual era o meu problema, mas daquele jeitinho lindo d'ela falar, dizendo que eu estava muito magrinha, que devia comer mais. Expliquei-lhe o esquema dos pontos VP, que um bife de frango grelhado tinha 3, meia xícara de arroz, 2, uma xícara de morango, zero, e por aí vai. Depois de ouvir em silêncio, minha sábia avó decretou: "Pode comer à vontade, minha querida, que tudo aqui é zero ponto."

Achei aquilo incrível, e eis que operou-se um milagre: eu fiquei leve. E comi de tudo, e repeti tudo 3 vezes, e pedi pão pra comer o molho do bife, e ainda tracei, de sobremesa, uma fatia gigantesca de rocambole com doce de leite feito por ela. Lembro da vovó me explicando pela enésima vez como ela fazia aqueles risquinhos lindos sobre o rocambole, e fiquei olhando embevecida praquela jovenzinha de 94 anos, que me contava de seus planos pra uma nova feira de artesanato e do modelo de toalha de crochet que ela tinha tirado duma novela.

Oito dias depois, quando eu cheguei em casa sem fome e talvez por falta de qualquer coisa boa no que pensar, ou talvez por falta de sentido pra vida, ocorreu-me que os pontos que eu tinha poupado por ter passado 24h sem comer compensariam a farra do boi da semana anterior na casa da vovó. Repeli o pensamento com todas as forças que ainda tinha e olhei pra minha velhinha sorrindo no porta-retratos na sala: os pontos daquela última ceia, vó, eu quero guardar pro resto da minha vida.

quarta-feira, julho 12, 2006

Para ser vegetariano

Para os simpatizantes do vegetarianismo ou praqueles que gostariam de saber mais sobre esse regime alimentar & life style, a Mônica avisa que haverá um balacobaco vegano no sábado vindouro:
 
II EVENTO VEGETARIANO &
 I MOSTRA DE ARTE VEGETARIANA
 
" VIVA E DEIXE VIVER! "
 
Entrada Gratuita
 
Sábado, 15 de julho, 15h
 
Informações sobre a programação, que inclui palestras, filme, demonstrações culinárias e até um jantarzinho (opcional), ligue para 21- 2246-7318.
CIA Ecológica: Rua Conde de Irajá, 288 - Botafogo
 
 
 
 
Consulte a programação em:
 

Ser mãe é... foda.

Hoje meu sobrinho de três anos, aquele lá de Salvador, passou por uma espécie de emergência pediátrica. A coisa deu-se mais ou menos assim: a Bel, empregada sindicalizada do meu irmão, reparou que um brinquedo do PêÁ estava sem bateria e perguntou: Quedê a bateria deste brinquedo, Pedro Augusto? Ao que ele respondeu, muito naturalmente: Eu comi. Bel achou tudo natural, que na Bahia tudo é espontâneo e duma lindeza tamanha, e foi minha cunhada - paulista - quem estranhou a pilha ter ido parar na barriga da criança. Sendo ela uma primípara, e por isso uma sem-noção do que fazer no advento da ingestão de uma pilhazinha pequena pelo filho, ligou pro meu irmão perguntando o que fazer. "CORRA JÁ COM ELE PRA UM HOSPITAL, EU TE ENCONTRO LÁ NA EMERGÊNCIA!"

Meu irmão deve ter imaginado que o George Clooney trataria do caso na base da ignorância, ou seja, cirurgicamente.

O médico radiografou e estava lá a pilha, no meio da barriga do menino, para o encanto de todos e o desespero do manolo, que estudou muita pilha pra cursar engenharia no IME, e ele sabe bem, melhor que eu, a Bel e meu sobrinho, que tipo de nojeira química existe numa pilha. Prescrição médica: voltar pra casa e fazer cocô até a pilha aparecer.

Toda a família, de norte a sul no Brasil, foi avisada do incidente. Gente de São Paulo ligava pra Brasília pra dar notícias dos movimentos intestinais da criança: Ele deve ir ao banheiro daqui a uma meia hora, que ele almoçou faz pouco tempo. Dá leite condensado pra esse menino cagar logo! E lá foi o menino pro penico, o Maraca vibrando, a multidão ululando e, ploft: ovipõe uma bolinha menor que a bateria engolida. A mãe faz cara de decepção e desespero.

- Você está zangada comigo, mamãe?
- Não, filho, mas é que a mamãe esperava mais... cocô.
- Eu posso fazer mais, se você quiser, disse o menino, sentindo a barra pesar pro seu lado.

Enquanto os dois ficam lado a lado esperando a promessa se concretizar, minha cunhada se lembra dum versinho fofo -- "O pum é um mensageiro que vem lá do intestino/ pra dizer à dona bunda que o trem bosta já vem vindo" -- e, tirando isso, na ante-sala do cocô não rola muito clima pra conversa:

- Me conta uma história.
- Só depois que você terminar.

Até que surgem mais duas bolinhas diminutas -- acho que meu sobrinho é um híbrido de gente com cabrito --, e lá se foram os dois catucar o material fecal em busca da pilha. Como profissional da vigilância sanitária, adoraria que eles tivessem usado gorro, luvas, máscara e avental descartável para tão nefasta operação, mas eu já me daria por feliz se soubesse que eles usaram ao menos um palitinho pra revolver o bostume. E revolveram, revolveram, meu sobrinho achando tudo mágico, até que encontraram... um capacete do Power Rangers... e uma azeitona com caroço.

Começo a desconfiar que meu sobrinho seja um híbrido de gente com draga.

terça-feira, julho 11, 2006

Não me canso de fazer propaganda de quem merece

Alma Thomas e Pedro Mills Milman são criaturas que eu amo, é verdade. Mas eu nunca rasgaria tanta seda pra cima deles se eles não fossem os talentos que são. Quem tiver curiosidade pra ouvir com os próprios ouvidos uma amostra inteiramente GRÁTI$ de Alma, há uma oportunidade amanhã, quarta 12, no Armazém Digital do Rio Design Center do Leblon, onde ela cantará jazz standards como convidada especial da Proper Jam, uma (surprise-surprise!) jam que rola toda quarta no Armazém há sete meses.
 
E pra quem não puder comparecer amanhã, mande um e-mail pro Pedro pedromills@alternex.com.br
e peça pra entrar em sua lista de divulgação.

Bicho solto

Foto surrupiada do Flickr desta pessoa, que muito me fez lembrar da aurora da minha vida.



A vinheta do Snoopy me deu muita saudade dum Beagle que morou com a minha família por cinco anos quando eu era criança, o Polaco. Éramos duma promiscania só, Polaco e eu. Ele tinha mania de fazer o que quisesse: não admitia ter sua liberdade limitada a um reles quintal, então tratou de aprender a pular o muro e fazer seu pipizinho em todos os postes de Miguel Pereira, de Paty a Portela, comendo em casa de gente pobre e assistindo TV em casa de gente rica, nos matando de vergonha quando o encontrávamos plantado nalgum sofá alheio, d'onde estranho algum o tirava, por mais que o sofá não fosse seu.

Ele tinha um sofá só pra chamar de seu na casa de Miguel Pereira, e era ali que todos os amigos do meu irmão dormiam quando chegavam bêbados demais da naite. Se tinha uma coisa que Polaco não suportava era gente bêbada no sofá dele, mas esquecia de tudo isso quando eu chegava em casa na sexta à noite e ele se mudava pra minha cama até o domingo de tardezinha. Às vezes ele não estava em casa quando eu chegava pro fim de semana. À chegada, eu largava as bolsas no jardim, corria pro quintal e me punha a gritar pros morros, pra estrada, pras casas dos vizinhos, pra dentro do meu coração aflito e louco de saudades: Polaco, Polaco, Polaco! Não dava dois minutos e despontava ao longe uma pontinha branca de rabo quebrado levantando poeira na escuridão; e quando ele corria era tão bonito de se ver, que ele contraía o cantinho dos lábios como que sorrindo, e as orelhas batiam umas nas outras como palmas em câmera lenta.

Do Polaco, só tenho boas recordações, tantas e tão boas que eu raramente visito esse diretório, que é pra não aumentar o nível dos rios e mares com minhas lágrimas de saudades, uma saudade que só faz aumentar com o tempo, nunca vi coisa igual. O cachorro que me ensinou que o amor é bicho que não sobrevive preso no quintal, a despeito do meu respeito quase fanático por ele, tinha dois graves defeitos:
1) Rolava em cima de bosta de boi, tendo predileção pelas secas, mas é bem verdade que errava às vezes o julgamento da secura e ficava todo tingido de verde-cocô, me obrigando a enfiá-lo na banheira em plena madrugada invernal, que era dureza dormir com um cara fedendo a entranhas de ruminante;
2) Não olhava pros lados antes de atravessar a rua.

E numa triste sexta-feira, eu cheguei a Miguel Pereira e gritei aos sete ventos: Polaco, Polaco, Polaco! Mas meu Polaquinho, meu bicho solto, nunca mais voltou pra casa. E eu acho que resolvi fazer veterinária só pela microscópica chance de reencontrá-lo na vida, na ativa, tratando dum tumor venéreo ou duma orelha rasgada em briga, e pendurando a despesa na conta da Poodle do vizinho.

segunda-feira, julho 10, 2006

A primípara - capítulo 1

Encontrou a vizinha grávida no elevador. Ficou impressionada com o tamanho da barriga - parição marcada pra semana -, mas ficou ainda mais impressionada com a constatação de que todo mundo estava tendo filhos, menos ela. A vizinha, 10 anos mais nova, prestes a ser mãe; ela, namorando há 4 anos, nunca nem passou pelo susto da menstruação atrasada ou qualquer outro indício precoce de gravidez. Das duas uma: ou seu método anticoncepcional era infalível, ou ela era estéril. O namorado não, que ele já tinha engravidado um sem número de mulheres - e pago o aborto de todas. Quando chegou no ponto o ônibus que a levaria ao trabalho, mudou de planos e pegou um táxi pro seu ginecologista. Ligou no caminho dizendo que era questão de vida ou morte. Sentada diante do médico, perguntou: Me diz a verdade, eu sou estéril? Ele jurou que não, mostrou no computador todos os exames que ela tinha feito nos últimos anos, mas ela queria que ele a olhasse no olho, e não praquela tela fria, e lhe dissesse a verdade: Você põe sua mão no fogo por minha fertilidade? Saiu do consultório com uma requisição pra mais de 30 exames e ligou pro trabalho dizendo que precisaria se ausentar por uns dias, durantes os quais fez todas as ultras, tomos, bioquímicas e sorologias que a medicina moderna conhece. Estava convencida de que era infértil, seca por dentro, oca, embora nunca tivesse tentando engravidar na vida.

Na semana seguinte, com todos os resultados em mãos - resultados esses que ela não teve coragem de espiar antes do médico porque não queria, ela, tomar ciência de notícia ruim sem apoio profissional -, voltou ao seu ginecologista. "Você é perfeitamente normal e saudável. Nada a impedirá de ser mãe se você quiser isso um dia."

E naquele dia mesmo ela decidiu tirar o DIU. Se o namorado lhe propusesse aborto, ela o mataria com as próprias mãos. Não deixaria ninguém, nem mesmo o genitor, ameaçar a vida de seu filho.

domingo, julho 09, 2006

Alma Thomas e Pedro Mills Milman



Olney me perguntou como foi o show do Pedro e da Alma; foi lindo. Teve um solo de sax que me fez chorar que nem bebê, duelito de voz e sax que me arrepiou, a voz irretocável da Alma (que como o Joel observou, iniciou o show nervosa, mas depois entrou na pele da musa do jazz), uma cozinha luxuosa e o piano condutor magnífico do Pedro Mills.

Pra quem nunca ouviu Alma Thomas, eis aqui uma amostrinha de Father, composição brotada da alma de Ídem para seu próprio pai falecido, mas nem por isto um santo. Pra ouvir mais, só comprando o CD. À venda no Japão ou na mão dos músicos.

Father
Alma Thomas

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Mas que feio, Zidane!

Estou chocada com a cabeçada que o Zidane,
a grande figura da Copa,
que podia se aposentar no auge,
deu no jogador italiano de maldade.
Que primitivo!

Charlie Brown and Snoopy show

Recordar é viver. Eu amo o Snoopy e sua tchurma!

Frase do dia

Entre o mar e o rochedo,
quem se estrepa é o marisco.
(provérbio carioca válido, principalmente, para funcionários públicos)

sábado, julho 08, 2006

Grupo de ajuda mútua


Grupo de ajuda mútua
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Deu no Gente Boa! Noite de solteiros hoje no Jobi.

Pro Pierre


Pro Pierre
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Novo corte. Merece uma pedalada de estréia?

Show do Pedro


Show do Pedro
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Daisy, eu, Zan, Tati e, na fila de trás, Joel e Giovanne.

sexta-feira, julho 07, 2006

Farma Voto


Farma Voto
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Tempo médio de espera para atendimento na Farmácia Popular do Brasil: 25 min. Pelo preço, vale esperar. Há cadeiras para isto e o público é prevalentemente idoso.

FAQ SOBRE FARMÁCIA POPULAR DO BRASIL:

1) É necessário dar atestado de pobreza pra usá-la? Não, qualquer pessoa pode usar o programa.

2) Eu posso comprar Xenical, Viagra e outras drogas de consumo por impulso na Farmácia Popular? Não. A FP vende apenas os 107 medicamentos listados aqui. Só tem remédio básico e espada.

3) Qual a vantagem de se comprar remédio na Farmácia Popular? O preço. Se você comprasse na Farmácia Vita, por exemplo, uma caixa de Amoxicilina 500mg genérica da Medley, pagaria R$10,78 por 15 compridos. Na FP, a mesma quantidade de cápsulas sairia a R$2,85. Dependendo do medicamento, sobretudo no caso de antibióticos, a diferença pode facilmente ultrapassar R$50,00.

4) O que é necessário pra comprar remédio na Farmácia Popular? Um receita médica com seu nominho completo no campo de identificação do paciente (e receita azul, em caso de medicamentos controlados), assinada e carimbada por um médico, um documento de identidade e dinheiro, que a FP não aceita AMEX, VISA, DINNERS nem MASTERCARD.

5) A receita precisa ser do SUS? Não, pode ser de médico particular.

Eu vou torcer pra Itália porque...

Foto enviada por e-mail por uma parente próxima do Senhor.
Eu não sou de reparar, mas esses caras têm bagagem!

quinta-feira, julho 06, 2006

Sisterhood

Eram duas: uma de seis, outra de oito anos. A mais nova achava tudo lindo, se ria de tudo, ao passo que a mais velha queria tomar tudo o que a outra gostava, como que tentando lhe drenar o sorriso na origem. Uma ou outra tia solteirona chamaria aquilo de inveja, mas dizer que o desejo de fazer a alegria da caçula sumir é ciúme ou inveja seria simplório demais até pra uma criança de 6 anos. Pois, no Natal, a mais velha teve uma idéia: iria trocar seu presente pelo da menor, e assim ela garantiria para si a felicidade da irmã. Naquela noite, sem desconfiar dos planos da filha, a mãe coloca os presentinhos aos pés das duas caminhas e não nota a troca até o dia seguinte, quando a menor acorda a casa toda dando gritinhos de felicidade ao ver os pacotes de Papai Noel. Abre seu presente - uma boneca de cabelos azuis - e pula na cama de alegria, porque azul era justamente a cor do quarto de sua irmã, e talvez com este passaporte ela pudesse ter finalmente ter acesso ao quarto proibido da mais velha. No quarto ao lado, no entanto, uma menina desembrulhava uma linda boneca de cabeleireira rosa, e tudo em que pensa é o quarto cor-de-rosa da caçula: sua mãe nunca mais a amaria quando descobrisse a troca de bonecas. Seria muito mais fácil se a fedelha não existisse.

***


Finalmente nascia o bebê que mamãe trazia em sua barriga por todos aqueles meses. Ela ainda não entendia bem o que era nascimento, nem como eles tirariam o bebê da barriga pelo umbigo. O umbigo lhe parecia estreito demais pra oferecer passagem a um neném, mas isso não era um grave problema, pois aos quatro anos o que dilata é a mente, e não o corpo físico. Só pôde ver a mãe quando as cores lhe haviam retornado ao rosto e a irmã estava milagrosamente vestida e limpa, como uma dessas bonecas que ela tinha às dezenas. Mamãe parecia ter acabado de acordar, estava um pouco estranha, o nariz algo largo, e do alto daquela cama altíssima de hospital ela abre um pouco um pacotinho que tem nos braços e mostra - primeiro um dedinho, depois uma mãozinha fechada e vermelha, em seguida um rosto minúsculo, mas ainda assim maior que o de suas bonecas - o bebê. Sua irmã. E diz: "Olha só a sua irmãzinha: não é linda?"

A menina passa horas fitando aquilo sem mexer um músculo sequer da face. Faz menção de tocar o bebê, a mãe recua e pede cuidado com cabeça, que o bebê é ainda muito molinho. Aquilo lhe dá ganas de esmagamento. O clima no quarto é tenso: todos os adultos querem saber o que a menina acha do bebê. Pressentindo a urgência, ela diz: "Ah, mãe. Ela é linda! Mas quando ela vair morrer?"

***


Uma era otimista, outra pessimista. Pra testá-las, o pai resolve dar-lhes um presente inusitado, fora de época. À pessimista, dá a bicicleta mais maneira do mercado, com tudo o que uma menina poderia desejar numa bicicleta: design das Garotas Superpoderosas, buzina com 1800 toques polifônicos, selim italiano e rodinhas laterais com ajuste eletrônico de altura. À otimista, dá um balde repleto de merda de cavalo. Observa a reação das pequenas:
(pessimista): "Pô, essa cor é escrota. Vou pagar o maior mico de pedalar uma bicicleta lilás, quando todas as minhas amigas pedalam bicicletas rosa. As músicas da buzina são cafonas, o banco é alto demais pra mim e pra quê rodinhas, se daqui a pouco eu já não vou precisar delas?"
(otimista): "Você ganhou uma bicicleta? Puxa, legal, mas ó, quero te enganar, não: acho que eu ganhei um cavalo, e dos grandes! Só não descobri onde ele está dormindo."
PS: este último texto, uma versão mulambenta duma piada do Juca Chaves que eu ouvia na infância.

Era de Aquário

Age of Aquarius: suruba na veia.


Eu falei pra minha fiel escudeira que tô por aqui com o Greg e o esoterismo; que é pra ela não vir com esse papo de tarô, búzios, bola de cristal e quiromancia pra cima de mim, que eu cheguei ao limite do meu ceticismo e da minha paciência.


Mas não sei o que foi o que me deu ontem, que eu entrei num site de astrologia online e dei uma olhadela na minha revolução solar, que é uma espécie de roteiro astral da vida de uma pessoa do aniversário do ano atual até o seguinte. Não deu outra: entrei numa era de aquário. Fudeu: minha vida será regida pelo signo de aquário por 365 dias. Não tenho a menor idéia do que isso quer dizer, mas já que estou com essa informação instigante pela metade, serei obrigada a procurar um bom astrólogo pra entender isso até o fim, doa a quem doer.


Alguém aí recomenda algum astrólogo gentil?