Este é o meu quartinho de bagunça. Da embalagem vazia de Chokito ao último livro do Saramago que eu não terminei de ler, você encontrará aqui de tudo um pouco.

domingo, abril 30, 2006

Histórias pra boi dormir.


Histórias pra boi dormir.
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Era uma vez um lobo mau e uma chapeuzinho lilás. E foram felizes para sempre!

sábado, abril 29, 2006

Duas malhadas no churrasco.


Duas malhadas no churrasco.
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A mãe é castanho e rosa; a filha é ruiva e branca.

O Povo no churrasco.


O Povo no churrasco.
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"Eu podia estar aqui roubando, matando e até estuprando, mas eu tou só pedindo: do que quer que vc esteja comendo, eu quero dois."

Vou-me embora pra Miguel, que lá sou amiga do Rei.


Foto: a mulher de 33 há uns 18 ou 19 anos, com seu irmão Ilton e sua prima Joana, na casa de Miguel Pereira.

Pessoal, hoje sigo pra minha Pasárgada particular, onde me aguardam peludos, família e a fiel escudeira, Papita. De lá postarei fotos do Povo e da Princesa, que são o único alento que tenho em dias como este, em que os minutos se arrastam e o único som que meu cérebro decodifica é tum-tum quase parando do meu coração cansado de guerra. Cansado de. Cansado.

Momento Vinicius de Moraes

Recebi em minha caixa postal um lindo poema que aqui não publico sem a devida autorização do autor. Era tão lindo, mas tão infinitamente lindo, que me calou todas as vísceras, secou-me todas as lágrimas, fez sumir meu passado e me tornou toda presente. Que presente querido! Tão querido que me deu esperança de futuro, de um dia... de um dia, quem sabe, eu saber viver sem o grande amor da minha vida, de todas as minhas vidas. Amor esse que já morreu. Que a vida é boa, mas deu de me tomar justo isto.

Com vocês, preenchendo esse oco, Vinicius:

A ausente
Vinicius de Moraes

Amiga, infinitamente amiga
Em algum lugar teu coração bate por mim
Em algum lugar teus olhos se fecham à idéia dos meus.
Em algum lugar tuas mãos se crispam, teus seios
Se enchem de leite, tu desfaleces e caminhas
Como que cega ao meu encontro...
Amiga, última doçura
A tranqüilidade suavizou a minha pele
E os meus cabelos. Só meu ventre
Te espera, cheio de raízes e de sombras.
Vem, amiga
Minha nudez é absoluta
Meus olhos são espelhos para o teu desejo
E meu peito é tábua de suplícios
Vem. Meus músculos estão doces para os teus dentes
E áspera é minha barba. Vem mergulhar em mim
Como no mar, vem nadar em mim como no mar
Vem te afogar em mim, amiga minha
Em mim como no mar...

sexta-feira, abril 28, 2006

Intervenções urbanas


Intervenções urbanas
Originally uploaded by VanOr.
Adivinhem o que é isto!

Orghkut!

Depois que deletei meu perfil do orkut e minha vida tornou-se uma tranqüilidade só, eu recebi uma série de e-mails de uma lista de amigos sobre uma queridinha nossa que se viu forçada a adicionar, em sua conta do orkut, um pentelho trevas, daqueles que encravam e abcedam. As mensagens, todas hilárias, traziam fotos e recadinhos comentados desse sujeito no orkut da querida. Morri de vontade de fazer parte desse bochicho, já que às vezes falar mal dos outros é necessário pra esquecermos de nossas próprias esquisitices. Porém, como orkutexcluída há uns 2 meses, eu só pude escutar bem quietinha.

Aí, dias depois, um amigo me manda um convite pro orkut. Presente de grego, pensei. Choquei-o na minha caixa de entrada por um tempo, dormi com a idéia de voltar e hoje decidi que voltaria, desta vez como VanOr, com um perfil à prova de chacota, à prova de fofoca, à prova de baixaria. Lancei-me no ar às 10h e me deletei às 11h. Tentei, juro. Mas não deu. O orkut, definitivamente, não dá. Ainda mais agora, que tem aquele lance de você ver quem te visitou e vice-versa: isso beira a paranóia esquizóide. Uma amiga confessou que entrou na página de pessoa por pessoa estranha que a tinha visitado e descobriu uma ex-namorada de ex-namorado seu. E aí, é claro, foi detonada a Terceira Grande Guerra Mundial. Não quero isso pra mim. Quero paz, amor e uns joelhaços vez em quando, só pra não ficar mal acostumada. Prefiro não saber quem me lê. A noção de platéia achata o caráter do ser humano.

Sistema universal de classificação de exs, segundo Gabi Amaral.


O papo era sobre o que fazer com o ex-namorado, amante, rolo ou marido; reciclar ou não reciclar, eis a questão. Aí entra em campo a iluminada Gabi, que explica como tem de ser:

Classificação de exs, segundo a reciclabilidade

Lixo irreciclável: Alguns ex sao pilhas, chiclete, bateria, chip... gente irreciclável.

Lixo orgânico: Uns são orgânicos, servem de adubo, mas vá ter coragem de pegar naquele cocô!

Lixo reciclável: Outros sao latinha de alumínio, papel, garrafa pet... com engenho e arte dá pra reutilizar sem medo...

E tem ex que a gente sempre deixa por perto, como fotos antigas, pra lembrar de quem somos. Tem que botar cada qual na sua cestinha!

Obrigada, Gabi! Inspirada em você e naquele seu amigo, eu criei outras duas cestinhas:

Lixo radioativo: cápsulas de Césio 137, pó de urânio e aqueles exs que casam e têm filhos com a primeira fulaninha que aparece, mesmo se dizendo doidos por você. É importante frisar que o lixo radioativo não deve ser manipulado nem em caso de emergência: tem que enterrar em caixa lacrada de chumbo 50m abaixo dos lençois freáticos, que é pra não contaminar a vida que segue perfeita na superfície.

Lixo contaminante: agulhas, seringas e gente que te puxa pra baixo. O lixo contaminante precisa ser manipulado por especialistas: larga esse maluco amarrado e com uma toalhinha na boca, pro pobre não enrolar a língua, numa recepção de emergência psiquiátrica.

PS: obrigada, TPM!

... e ela entrega sua declaração aos 48 minutos do segundo tempo.


Nos últimos 5 meses, tive contatos imediatos de primeiro grau com 3 leoninos distintos, e eu já deveria ter adivinhado que isto era um prenúncio de que este ano eu encontraria dificuldades para fazer minha declaração de imposto de renda. (C'étais très, très, très fodes. Vraiment sinistre.) Passei dias procurando papéis inexistentes e acabei descobrindo que o informe anual do meu banco agora é só pela internet. Liguei pro disk-atrapalhado do internet-banking de madrugada, chorando, implorando por nova senha, que eu tinha esquecido a mardita e tentei várias até bloquear meu acesso; e eis que me atende a ligação um rapaz de voz garbosa e sotaque semi-gaúcho com quem passei longos minutos ao telefone - eu me fazendo de vítima e ele me consolando, dizendo "calma, senhora... quero dizer... senhorita. Eu vou te ajudarr.".

Obrigada, leão!

Aí, na reta final, lembrei que estou novamente, ou talvez ainda, sem impressora. Salvou-me o Tom Taborda, que me ensinou passo-a-passo com baixar o PDF writer e configurá-lo como impressora padrão, o que permite que eu tenha meu recibo e declaração em formato pdf e grave isto e os demais os arquivos gerados pelo programa da receita em uma pastinha, bla bla bla. Pastinha esta que eu, seguindo o conselho de meus chapas aqui neste bloguito, vou arquivar não apenas num maldito disquete, mas também em 3 CDs que eu armazenarei em locais e até continentes diferentes, afim de ter sempre o back-up do IR mesmo no advento da destruição de meu lar pelo fogo, enchente ou invasão do poder paralelo. A gente sabe que o leão cagou pra esse tipo de drama familiar, ele tem um calendário e pronto.

Obrigada, Tom Taborda!

Precisei da ajuda do meu pai pra tirar umas dúvidas (o Alexandre Reis até se ofereceu, mas fiquei sem jeito de escrever de madrugada e esperar uma resposta até 6h da manhã) e tomei esporro em cima de esporro. Ele acha que eu não preciso de psicanalista, e sim de papel e lápis pra pôr minha vida em ordem.

Obrigada, meu monstro de plantão!

E assim, graças à ajuda de tanta gente, eu entreguei mais uma declaração de IR engraçadinha, com bilhetes ao "Sr. Fiscal" já antecipando que eu devo ter feito alguma merda, mas não foi por mal.

Tenho muito respeito pelo leão, mas por um lado... ele é só um gatinho. E gatinhos são fofos.

quinta-feira, abril 27, 2006

Pensamentos TPêMicos


Pensamentos TPêMicos
Originally uploaded by VanOr.

Gravidez: 9 meses sem TPM.

Atualização importante: OK, vocês me convenceram de que gravidez está mais para 9 meses de Tensão Pré-Nascimento da Cria (TPNC, que maravilha!) que pra 9 meses sem TPM.

Tudo bem, eu encaro. O que são nove meses de TPNC pra quem já viveu 33 anos disso? ;-)

Altos e baixos (pensamentos TPêMicos)

"Sou super amigo de todas as minhas ex-esposas", disse ele gabando-se de seus altos espíritos. "Pois eu, se fosse tua ex, preferiria te ver morto a ser tua amiga", respondeu, libertando seus baixos espíritos.

Feliz aniversário, Eduardo!


Hoje é aniversário do Edu, escritor, blogueiro e botequeiro carioca da melhor qualidade. Moças assanhadas de plantão, podem tirar o cavalinho da chuva: ele já é casado com a Dani Toda Pura, mulherão nota mil que eu adoro.

Aproveito o ensejo para contar um historinha triste e fazer uma chantagem emocional: o Edu e a Dani perderam recentemente a Pimenta, filha do casal, vítima de doença ruim, daquele tipo pro qual veterinário que gosta de bicho e não suporta ver nenhum sofrer até recomenda eutanásia humanitária. O sofrimento da Pimenta é findo, mas o dele e da Dani, não. Ontem eu descobri que ele adora Buldogue francês, mas - como eu - não compraria um cão, da mesma forma que não se compra um filho (no máximo, se reembolsa despesas com enxoval e vacinas). Portanto, se algum de vocês souber de alguém que tenha filhotes desse bichinho e queira encontrar uma família extraordinária pra eles, por favor entrem em contato com este bloguito e tratem imediatamente dos papéis de adoção.

A mulher de 33 acerta contas com o felídeo selvagem.

A fotografia acima explica singelamente o motivo da minha insônia, rouquidão, desespero, e sumiço nas últimas 24h: estou TENTANDO fazer minha declaração de imposto de renda. Eu sei que, para isso, preciso de 4 papéis importantes. Sei também que eu já vi, ouvi falar e/ou botei minhas mãozinhas neles em algum momento de minha vida, mas eu NÃO sei exatamente onde podem estar tais documentos. OK, 2 deles eu acabo de encontrar dentro de um caderno de viagem do Globo sobre Cuba que eu escondi no meio de apostilas de inglês, o que é uma mistura ideologicamente interessante, mas ainda faltam dois papéis!

Isso sem contar com o mínimo, meigo e básico: eu não tenho back-up das declarações anteriores. Formatei duas vezes meu HD desde março do ano passado, e de lá pra cá becapeei somente meus documentos, músicas e fotos. E as malditas declarações de IRPF ficaram na pasta de "program files", numa sub-fucking-pasta chamada "gravadas". Ou seja: vou passar o ano inteiro com medo da minha própria sombra e vou saltar de pavor à mera menção das palavras "malha" ou "fina". Tentarei retificar e pedir perdão ao governo nos próximos 5 anos, e espero sinceramente que até 2011 chegue a segunda via das declarações perdidas que eu vou solicitar à Receita assim que tiver coragem de entrar numa repartição pública. Até lá, contudo, já terei virado ração de leão.

Pelo menos assim alguém come alguém neste blog. Viva a cadeia alimentar!

quarta-feira, abril 26, 2006

Hoje me atrasei porque...


Hoje me atrasei porque...
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...no meio do caminho tinha um gatinho. E ele PRECISAVA de carinho.

terça-feira, abril 25, 2006

Cinofilosofias by Meg


Cinofilosofias by Meg
Originally uploaded by VanOr.
"Quem tem amigo cachorro não tem do que reclamar."

segunda-feira, abril 24, 2006

Adeus, Ibeas.


Multimedia message
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Amanhã haverá um letreiro da Argh!Body Tech no lugar deste. C'est fodes.

Tributo à melhor academia de ginástica do Rio

A Ibeas Top Club cerra amanhã suas portas para dar espaço à Universal do Reino de Deus das academias de ginástica, a A!BodyTech. Hoje, em vez de arrastar minhas correntes de preguiça por seus corredores, máquinas e aparelhos, como eu deveria - que depois dos 30 não fica fácil pra ninguém -, tive uma crise de nostalgia: fiquei minutos a fio alisando seus letreiros e chorando diante dos quadros informativos depenados, prontos para a afixação dos novos horários e aulas da novargh! academia. Diante de tamanha ruína, não tive energia nem pra fazer meia horinha de esteira.

E olha que eu comi um cookie de chocolate contando com essa meia horinha!

Comecei a fazer ginástica na Ibeas em 1997. Era novidade pra mim malhar indoors, que toda a minha vida eu pratiquei, embora tenha sido péssima em tudo, esportes ao ar livre. Na época, eu tinha acabado de me formar e estava naquele limbo entre o fim das aulas e a emissão do diploma, sem o qual eu não poderia trabalhar, só estagiar. Mas como estagiar era o que eu mais tinha feito durante a faculdade, dei-me merecidas férias e fiquei sem ter o que fazer. Como a mente ociosa é oficina do demo, resolvi "malhar". Morria de rir ao dizer isso, achava super cafona tudo que parecesse ter saltado do roteiro fraquinho de "Malhação" e nutria um desdém medonho por todas aquelas figuras estereotipadas de academia: a loura boazuda de malha branca, o fortão que se admira no espelho entre uma série e outra de bíceps, o professor de musculação pegador profissional. Aí, não sei bem como a coisa se deu, mas em poucos meses eu era a boazuda de malha branca que fica na fila da frente da aula de local, fiquei super amiga de um professor de musculação que se tornou meu personal training a troco de permutas lícitas e morais e namorei uns 3 caras desses que levam espelho de bolso pra musculação. Ou seja, eu me misturei legal com aquela gentalha, tanto que eu quase sempre era confundida com uma marombeira qualquer.

Nesses quase 10 anos de Ibeas, eu fiz capoeira, street dance, kick boxe aeróbico - que depois virou aero-kick-boxe, que depois virou KiBoAe -, dança de salão, jazz, ballet, ginástica natural, ginástica sexual, dança do ventre, power yoga, hatha yoga, ashtanga yoga, swasthya yoga, xywkxyhw yoga, step, power step, body pump, body attack, body balance, body combat, body step, body jam, hip hop, axé, local, GAP (glúteos, abdome, pernas), alongamento, power ball (ou ball power, sei lá), body stretch, spinning, cycle indoors, RPM, circuito, circuitinho, circuitão, running class (aula de esteira, é mole?), pilates, rpg, aulão dentro, aulão fora, musculação, personal, hidro, sauna, drenagem linfática, limpeza de pele, manicure e, é óbvio, um sem número de amigos bacanas. E depois de fazer tudo o que eu tinha que fazer, série de braço e série de perna, rolava aquela ducha esplendorosa e um caipisakê de kiwi (sem açúcar!!!) com a galera e o dono da academia, André Ibeas. Pode parecer piegas, mas o fato de ele estar sempre conosco, alunos, na aula e na bagunça, no esporro e na cachaça, me dava a sensação de que eu não estava apenas queimando reais e calorias numa empresa, e sim de que eu pertencia a uma família.

Hoje eu não passo nem um quinto do tempo que eu passava numa academia em 1997. Peso 7 kg a mais, tenho quase o dobro da gordura corporal e, quando muito, metade da disposição. Mas o que vai ser mais difícil de superar neste cenário de devastação será o fato de que foi-se a empresa familiar e entrou um fast food em seu lugar: sem alma, sem história e, sobretudo, sem os rosas da marca e da família Ibeas.

domingo, abril 23, 2006

Por todo o amor que houver nessa vida



Ontem eu encontrei uma amiga que está linda e grávida de oito meses. Estávamos falando sobre a menininha que mexia dentro daquela barriga incrivelmente enorme, já sem umbigo, quando de repente me ocorreu que a barriga gestante, assim tão bela e redonda, parece um globo terrestre. Lá dentro do planeta útero, há uma criança que sonha e chuta, enquanto cá fora ninguém resiste à tentação de acariciar aquele pedaço de pele lustrosa de tão esticada e tentar tatear a criaturinha que se revira lá dentro, contrariada com o som eclético do DJ.

Cheguei à importante conclusão de que eu não quero namorado, marido, nada disso: eu só quero uma barriga daquelas. Eu quero um planeta Terra só pra chamar de meu, pois é nesse planeta, e só nesse, que o amor sobrevive sem os caprichos do ego.

Livros na internet

Há alguns dias, um amigo me passou a dica de um site que, em princípio, em classifiquei como um antro de viroses e nem tchuns pra ele. Hoje, empolgada comigo mesma por ter feito a bonita e lido um roteiro e um Saramago que eu tinha abandonado pela metade há meio século, resolvi ver o que o site de download de livros tinha a oferecer. Baixei meus Kunderas favoritos e uns dois que eu não li, outros do Saramago (que eu quase nunca termino de ler), os livros do Dan Brown que eu jamais compraria, mas até leria se estivessem abertos e com uma xícara de café fumegante na minha frente, dois Camus e dois Garcia Marquez. Comecei por explorar a versão revisada de "A Insustentável Leveza do Ser", do Milan Kundera, e tive a agradável surpresa de encontrar o mesmo livro que eu li várias vezes em português e inglês, só que desta vez em um português arretadíssimo de Portugal, sempre uma chance de ler algo familiar na segunda pessoa do singular. Uma fofura só!
Em outras palavras, mesmo correndo o risco de ser presa por propagandear pirataria, embora alguém dificilmente seja preso por preconizar a leitura (a não ser que nosso presidente, que não lê, se sinta pessoalmente ofendido), eu recomendo o site.

Oração da mulher de 33 a São Jorge


São Jorge, meu São Jorginho da Capadócia, Ogunzinho querido do meu coração,

Eu prometo que andarei bem vestida e até penteada, depilada, com unhas feitas e boca pintada para que o senhor dê um toque nos seus amigos-gatos que, tendo pés me alcancem, tendo mãos me peguem, tendo olhos me vejam, e nem em pensamento eles possam voltar pras mocréias de suas exs depois de sair comigo.


Malucos, casados e (e)namorados-de-outrem o meu corpo não alcançarão; facas e lanças se quebrem sem o meu corpo tocar, cordas e correntes se arrebentem sem o meu corpo amarrar (mas a gente pode avaliar caso a caso essa questão das cordas, que vai que eu resolvo fazer rapel?).


Glorioso São Jorge, estenda-me o seu escudo e as suas poderosas armas, defendendo-me com a sua força e com a sua grandeza, e que debaixo das patas de seu fiel cavalo branco os últimos 3 homens solteiros sem exs, heterossexuais, bonitos, ricos, inteligentes e bem-humorados da face da Terra fiquem humildes e submissos a vós. A nós, digo!

Amém e saravá.

Conclusões sobre o futuro namorado..

Nada como uma noite agitada para se pensar na vida. Pensei muito sobre minhas últimas tentativas de namoro (dos babaquaras que voltam pra ex àqueles que têm uma noiva tijucana) e concluí, após muito conversar com amigas e casais heterossexuais estáveis, que meu próximo par só será viável se:

1. Não tiver histórico familiar de esquizofrenia, distúrbio bipolar ou depressão;
2. Não tiver tido nenhuma namorada nos últimos 5 anos (porque eles costumam voltar pras exs assim que saem duas vezes comigo);
3. Não tiver tido nenhuma esposa nos últimos 5 anos (porque em menos de 5 anos eles ainda estão traumatizados demais pra pensar novamente em casamento);
4. Não tiver filhos pequenos de casamentos anteriores (porque quando há filhos pequenos morando com a progenitora, os pais costumam falar mal delas; e eu vou morrer achando que homem que fala mal da sua ex pra outra mulher é doido varrido ou viado);
5. Não praticar nenhuma atividade que exija alvorada antes das 6h (que eu prefiro dormir sozinha a dormir com alguém me deixa acordar sozinha).

Ou seja, perdi as esperanças totalmente. Vou processar o Greg por profecia enganosa.

Enquanto isso, em Minas Gerais...

Homem solteiro hetero tudibom mas geograficamente inviável. C'est fodes.

ATUALIZAÇÃO IMPORTANTE: Ele está lendo Paulo Coelho só pra implicar comigo!!!

A mulher de 33 morrerá tentando.


A mulher de 33 morrerá tentando.
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Festinha de aniversário. 30 pessoas. Apenas 3 homens heterossexuais solteiros. Dois são DJs on duty. Não tá fácil pra ninguém.

sábado, abril 22, 2006

Fafá no Rival.


Fafá no Rival.
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Linda, maravilhosa, espetaculosa!

sexta-feira, abril 21, 2006

O chamado do herói

Sobre esse nervoso propiciado pela coluna de minha fada madrinha, Cora, escreve minha musa Amaral, Gabi Raio de Sol, meu oráculo particular favorito:

"Eu, como I Ching nada isento, avalio a sua fase de vida como o estágio 3 de A Jornada do Escritor - A recusa do chamado (que vale para personagens fictícios e reais) e ela diz que:

'O problema do herói, agora, passa a ser como ele irá responder ao Chamado. Ponha-se na situação dele e verá que é um momento difícil. Estão lhe pedindo que responda "sim" a uma grande incógnita, a uma aventura que vai ser emocionante mas também perigosa. De outra forma, não seria uma aventura de verdade. (...) [ Mas] Quando você está realmente a ponto de empreender a grande aventura, de alguma forma o Mundo Comum fica sabendo disso, e agarra-se em você'. (Vogler, a chamada do escritor).


Tomou, papuda? Quase Paulo Coelho, mas a parada é séria, tem o Campbell e o Jung envolvidos. Continuarei a te encher a porra do saco, no maior amor de fã."


Talvez tenha sido por isso que o LOUCO saiu pra mim no último jogo de tarô que eu fiz com o Greg. Mas na ocasião eu só pensei que ele estivesse sugerindo que eu fiquei refratária ao meu tarja preta de cabeceira.

A mulher de 33 já pensa em sua festa de 34.


Ok, faltam 3 meses, mas 3 meses é o tempo ideal pra se organizar uma festinha de aniversário. O processo todo vira uma longa festinha, em doses homeopáticas, sob a forma de reuniões semanais com amigos mediante esse pretextinho fraco. Amanhã encontrarei uma certa galera do bem numa festa (de aniversário) e vou sondá-los sobre o melhor dia pra comemorar o meu. Não quero fazer festa se alguém estiver fora do Rio, fico com muita preguiça de fazer festa pra neguinho faltar.

Minha festa de 30 anos foi uma das melhores da minha vida. Talvez a melhor depois da festa de um aninho, do Garibaldo & Vila Sésamo na AABB, que minha mamma diz ter sido foda, embora eu não consiga me lembrar de nada. E olha que eu não bebia naquela época.

Quando fiz 30 anos, eu morava numa república de profissionais liberais falidos em Santa Teresa, locada numa mansão antiga com escadaria de mármore, porão, quartos de 60m2, mata e piscina. Tudo caindo aos pedaços, comme il fault numa república de profissionais liberais falidos, mas tudo lindo e charmoso. Resolvemos, eu e Fafy, que comemorou 60 anos comigo, que seria uma festa psicodélica: da música aos canapés. O convite era um bilhete de embarque (embarque nessa viagem, tipo isso). Três dos meus house mates eram arquitetos, uma era produtora de festas e tinha um vizinho artista plástico voluntário que se juntou ao grupo pra me dar de presente a decoração e algumas instalações hilariantes. A mais singela delas era a "Vagina da Vanessa", uma criação do Cadu que consistia num corredor tubular de tecido vermelho na escada do térreo ao porão, cuja entrada era uma espécie de arco vermelho estofado por onde só passava uma pessoa (a vulva). Eu sempre quis ter uma vagina gigante onde eu pudesse colocar todos os meus amigos, e o mais legal era que, para chegar ao banheiro, o convidado tinha de passar pela experiência sensorial de atravessar a Vagina da Vanessa. Como dava acesso também ao fumódromo, minha Vagina foi um dos espaços mais badalados da festa. Minha avó achou o máximo.

Eu estava tão extasiada que me lembro de poucos detalhes do meu convescote de 30. No dia seguinte, me disseram que eu beijei geral na boca, homens e mulheres, mas sem língua - ou seja, pas si grave. Eu tava muito afetuosa naquele dia.


Quando eu fizer 34, já resolvi mais ou menos que quero uma festa beatnik numa livraria: servir café em vez de cerveja, ouvir a voz das pessoas em vez de música alta, coisas do gênero. Tudo pode mudar, porém, se eu estiver namorando até lá: embora saiba que isso é uma merda, sou muito influenciável. Se meu futuro namorado tentar me demover com uma conversinha do tipo "faz festa não, linda, vamos passar uma semana num resort nas Seychelles, só eu e você", juro que vou ficar balançada.

Rua da joelhaçoterapia


Rua da joelhaçoterapia
Originally uploaded by VanOr.
Um lindo dia pra um joelhaço.

Que loucura!!!

Gente, eu estou totalmente surtada. Cheguei aqui e encontrei este bloguito bombando, com um monte de gente nova, o Lau reclamando do empurra-empurra pra comentar, e-mail na minha caixa de entrada do quesefoda.cansei@gmail.com com foto e CV de candidato a namorado, enfim: loucura, loucura, loucura!

Aí me deu um nervoso danado, uns calafrios, calcei meias, escovei os dentes, sentei, levantei, disse: "vou responder a tudo bem devagar", depois achei melhor tomar um banho antes, comer algo, abri a geladeira mil vezes pra pensar, não comi nada - graças a Deus o chocolate já era -, voltei pra frente do computador e me encontrei na estaca zero: um nervoso danado. Se eu me deitar agora, vou ter insônia. Se eu ficar acordada, vou repetir esse surto ad nauseum até amanhã, e vou acabar me atrasando pra joelhaçoterapia.

Aí, só de pensar no trabalhão que eu vou ter pra decidir o que fazer primeiro (o imposto de renda está na fila há semanas, coitado), me deu um soninho danado, um soninho residual de Mauá. Vou ali cair nos braços mornos, razoavelmente fortes (mas sem aquele óleo e veias saltando dos marombeiros bombados) e peludos-na-medida-certa de Morfeu, e já volto.

Em tempo: eu não tive capital pra comprar uma passagem só de ida pra Patagônia, e minhas milhas da Varig, hahahahahahahaha. Vou usar o cartão Smiles como régua daqui pra frente.

Samba numa hora dessas?


Samba numa hora dessas?
Originally uploaded by VanOr.
Galera animada na festa mensal dos Escravos da Mauá, na praça onde os políticos vendem suas mães por 2 real em duas vezes.

quinta-feira, abril 20, 2006

Caraca, Cora!


Caraca, Cora!
Originally uploaded by VanOr.

Se eu não arrumar um namorado agora, se mata! :o)))

Não, bicho, eu tô rindo de nervoso: quase desmaiei diante da coluna da Cora de hoje. Estado de choque geral. Pensando seriamente em comprar uma passagem só de ida pra Patagônia, me enturmar com os pingüins...

Romântica



Quando pintei o cabelo de violeta, pensei muito na animação do Tim Burton e no quanto eu achei a Noiva Cadáver super mais bonita que a noiva viva do filme. Se eu pudesse, pintava minha pele de lilás.

- Você é gótica, me disseram.
- Sou não.
- Hippie do cabelo roxo.
- Nããã...
- Ploc-Clubber, Gothic-Trance, Punk-Retrô, Dark-Romântica, Lelé da Cuca.
- Nem, nem, nem.

Nenhum rótulo funcionou comigo. Mas eu continuo me identificando com a Noiva Cadáver, sua maquiagem lilás, seu romantismo do final dos tempos, sua solidão estudada e seus suspiros musicados:
Some day he'll come along,
The man I love;
And he'll be big and strong,
The man I love;
And when he comes my way,
I'll do my best to make him stay

quarta-feira, abril 19, 2006

No ensejo da Páscoa...

Recebi por e-mail. Che pecatto, diria minha mamma. Engraçado pacará, diria uma mulher de 33 do tipo que come churrasco na sexta-feira que de santa não tem nada.

OS MANUSCRITOS DO BAR DA SANTA CEIA
por Cesar Cardoso


"E Jesus tomou do pão e fez uma bolinha com o miolo e tacou
dentro do copo de vinho de Bartolomeu. E Jesus acertou em cheio. E Jesus viu
que era bom. E transformou a água em vinho, os pratos em capacetes romanos,
os copos em pequenas cruzes, os guardanapos em posters da Maria Madalena de
biquíni e dois garçons em estátua de sal. E Jesus viu que era muito bom. E
Simão obtemperou: já não tereis bebido demais, ó Senhor? Não seria de bom
alvitre pedirdes a conta? E o Senhor falou: por que não encherdes o saco de
outro, ó Simão? E vamos parar de falar na segunda pessoa do plural que esse
negócio de vós isso e vós aquilo é um saco! E Tiago olhou Jesus e ponderou:
mas Senhor, vós, quer dizer, tu, não, o Senhor ainda tem dois sermões para
fazer hoje, no Monte das Bananeiras e no Morro da Mangueira. E Jesus mais
uma vez protestou: vocês estão marcando um monte de sermão e milagre sem me
consultar. Assim eu vou acabar partindo para uma carreira solo. E Judas se
levantou e disse: Senhor, abriu uma nova casa de show de um romano amigo meu
lá no Calvário. Se o Senhor quiser eu posso falar com ele. E os apóstolos
condenaram Judas. E começaram a bater boca. E uns, mais exaltados, ameaçavam
partir pra briga. E Jesus deu um murro na mesa e bradou: chega! Não dá nem
pra gente sair pra se divertir que vocês já começam com essa brigalhada!
Essa é a última ceia que eu faço com vocês! Garçom, a conta!

E os apóstolos se calaram e o garçom trouxe a conta. E Jesus
viu que havia doze porções de linguicinha. E Jesus viu que não era bom. E
Jesus esbravejou com o garçom. E o garçom falou que doze era o número de
pratos de linguicinha na mesa, bastava contar. E Tomé tomou da palavra e
garantiu que só tinham sido pedidas seis linguicinhas e que as outras seis
Jesus é que multiplicara. E o garçom resmungou que esse golpe de dizer que
alguém multiplicou coisas na mesa já estava pra lá de manjado ali na
Galiléia e que todo fim de semana aparecia um engraçadinho com essa
história. E Jesus continuou olhando a conta e indagou se Pedro havia pedido
lagosta de novo e lembrou a Pedro que eles haviam combinado que ninguém
pediria lagosta pois era um peixe muito caro. E Pedro negou que tivesse
pedido lagosta e afirmou que lagosta não era peixe, era crustáceo. E Jesus
retrucou que lagosta podia ser até um coleóptero mas não era pra pedir. E
por três vezes Jesus insistiu com Pedro se a lagosta era dele. E por três
vezes Pedro negou Cristo: eu não pedi porcaria de lagosta nenhuma, eu tenho
alergia a frutos do mar! E Mateus perguntou: mas afinal, lagosta é crustáceo
ou é fruto do mar? E Judas mandou Mateus fechar a matraca. E Paulo acusou
Judas pela lagosta. E Judas caguetou que quem pediu a lagosta foi a Maria
Madalena. E Maria Madalena xingou Judas de dedo-duro e caiu em prantos e
implorou que Jesus a perdoasse. E Jesus disse: ó Madalena, o meu peito
percebeu que o mar é uma gota comparado ao pranto teu! E Maria Madalena
achou lindo e Jesus viu que era bom e João queixou-se: eu não entendi. Essa
mania que o Senhor tem de falar com metáfora ainda vai dar confusão. E
Arnaldo suplicou: explicai, Senhor. E Jesus deu outro murro na mesa: já
falei pra parar com essa história de vós! Aliás, quem foi que te convidou
pra nossa ceia, hein? E Arnaldo saiu de fininho. E o garçom trouxe a nova
conta e perguntou quem é que ia pagar. E novo bate-boca se iniciou entre os
apóstolos. E Jesus pegou a conta e determinou: Judas, você é o nosso
tesoureiro e portanto terá que pagar a conta. E João observou: viu só, sem
metáfora dá pra entender muito melhor. E Paulo deu uma cotovelada em João e
João se calou e Jesus entregou a conta para Judas e Judas reclamou: mas
Senhor, estão faltando trinta dinheiros, como é que eu vou arranjar essa
quantia? E Jesus calçou suas sandálias e disse, partindo: se vira, Judas, se
vira."

terça-feira, abril 18, 2006

O genro da minha mamma

O cão de pano se chama Beré. O Rubem é Braga. Os CDs são lindos! E o remetente, bem... esse eu não digo quem é. ;o)

Atualização: o CD do violoncelista Yo-Yo MA é inebriante. A Beré é ótima de cama. E eu não quero trabalhar hoje: prefiro ficar em casa com meus presentinhos... :o)

Uma carioca na frente fria


Uma carioca na frente fria
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Pergunta do meu pai ao me ver de touca e cachecol: "traz um filhotinho pra mim?" E eu: "Filhotinho?!?" Ele: "Ué, você não está pronta pra caçar pingüim?"

Feriadão - o retorno.


O lado ruim da volta do feriado


  1. Voltar pra casa doida pra ler o jornal de domingo e não encontrá-lo sob a porta (provavelmente porque foi roubado por aquele pilantra cretino do vizinho do lado);
  2. Ter uma pilha de roupa suja pra pôr para lavar;
  3. Constatar que perdeu o livro lido pela metade em alguma cachoeira a 5 horas de casa;
  4. Ir trabalhar e lembrar, estupefata, que o primeiro dia útil após o feriadão tem cerca de 57 horas só de manhã enfadonha e umas 63 horas entre a volta do almoço e a hora de ir pra casa;
  5. Descobrir que aqueles litros de choconhaque somados aos quilos de churrasco, pizza e truta deixaram seqüelas sobre sua silhueta;
  6. Entrar num esquema neurótico de malhar ou morrer até neutralizar as seqüelas do feriado sobre a silhueta.

O lado bom da volta do feriado

  1. Chegar ao Rio pela Lagoa ou pelo Aterro e se sentir um super-bacana por morar nessa cidade linda;
  2. Ver as fotos da viagem e sonhar que ainda não acabou;
  3. Fazer planos pra ficar milionário e não ter de trabalhar jamais no day after do feriado;
  4. Perceber que o coração voltou batendo num outro ritmo;
  5. Fazer uma lista mental dos melhores momentos e das coisas favoritas da viagem; e dormir com um sorriso de anjo no rosto.

segunda-feira, abril 17, 2006

A trilha do feriadão

Depois de muito pensar sobre qual seria a música que melhor definiria este feriadão, cheguei a conclusão de que teria de ser esta aí abaixo, que fala de paz e amor sem ser datada. Talvez a conclusão seja justamente esta: a paz e o amor nunca saem de moda.

Namastê e um retorno lento e gradual a tutti,

Van (num super revival haribô)


Love Generation
Bob Sinclar

From Jamaica to the world,
It's just love,
It's just love,
Yeah!

Why must our children play in the streets,
Broken hearts and faded dreams,
Peace and love to everyone that you meet,
Don't you worry, it could be so sweet,
Just look to the rainbow, you will see
Sun will shine till eternity,
I've got so much love in my heart
,
No-one can tear it apart,
Yeah,

Feel the love generation,
Yeah, yeah, yeah,
Feel the love generation,
C'mon c'mon c'mon c'mon yeah,

(Whistling.....)

Feel the love generation,
Yeah, yeah, yeah, yeah
Feel the love generation,
Ooohhh yeah-yeah,

Don't worry about a thing,
It's gonna be alright,
Don't worry about a thing,
It's gonna be alright,
Don't worry about a thing,
It's gonna be alright,
Gonna be, gonna, gonna, gonna be alright

One more Mauá experience

Being slow in Mauá

Ir a Mauá é sempre uma lição. A primeira foi aprender a chegar lá sem carro num feriadão. E sem ônibus direto pra cidade, é claro. Com tantas limitações, eu me vi obrigada a pegar um ônibus do Rio até Resende porque havia alguma chance d'eu conseguir uma condução de lá pra Maringá, a parte de Mauá onde eu me hospedei.

Eu tinha duas opções: me aborrecer e achar que minha viagem pra Resende seria em vão (pois não havia garantia alguma de conseguir transporte de lá pra Mauá) ou meter bronca e andar com fé, que a fé não costuma faiá. E meu busum veio, enfim. Lotado de jovens meio surrados e emaconhados, mas todos muito felizes e sociáveis. Socializaram tudo comigo, mas eu polidamente declinei, embora tenha sido obrigada a aceitar uma bala Hall's oferecida por uma criatura simpática: tava pegando malzão eu dizer "não, obrigada" o tempo todo. Eles podiam achar que eu era cana ou, o que é bem pior: velha e chata pra cacete. Troquei e-mail com 3 pessoas, de quem virei melhor amiga depois de fazer um intercâmbio de MP3-players. É incrível como uma diferença de idade de 10 anos muda totalmente o gosto musical de um ser humano. Mas aposto que os baixinhos adoraram meu dance indiano e os velhotes do Led Zeppelin. Eu amei The Gotham Project.

A segunda e melhor lição dessa temporada em Mauá foi redescobrir o ritmo certo pra se viver: slooooooooooow. Nada de pressa, nada de pressionar o garçom a te atender: deixa essa gracinha vir no tempo dele, sem estresse. Deixa o fofo conversar. Lá vem o fofo: sinta o sorriso brotar, afaste os pensamentos ruins, diga "oi, fofo, estava esperando por você". Não vale à pena dizer por quantas horas e minutos. Em Mauá, o ritmo é lento. E o ritmo lento é o certo. E a comida? Ah, deixa a comida vir quando ela se sentir pronta e deliciosa. Sem estresse. As pessoas têm se esquecido de inspirar e expirar lentamente. E de contar até 3 mil antes de mandar alguém à merda. Por isso é importante retomar essa coisa da lentidão de caráter. Retidão de caráter já era, o lance agora é lentidão; a lentidão de caráter dá ao ser humano mais chances de acertar, desde que não se trate de uma emergência cirúrgica, mas esse tipo de coisa não acontece em Mauá - e, se ocorre, o enterro é lindo, com buquês de copos-de-leite e ramos de Cannabis sativa, duas semanas depois do óbito. Quem vive lento, vive e morre melhor.


Mudando de assunto...
Cachoeira da Toca do Penhasco: lugar pro banho e sossego do guerreiro escalador.
Cachoeira do Alcantilado: uma hora de caminhada ladeira acima, com picos de 175 bpm. Beleza pura.


Ônibus executivo do Rio pra Resende: R$28. Ônibus pé duro de Resende pra Maromba, Mauá: R$4. Passar quase 2 horas na companhia de gente mutcho lôca, que pendura rede em ônibus, toca viola e socializa tudo, do vinho de embalagem tetrapack a fumígeros ilícitos: não tem preço.


Clima: noites frias, mas lindas. Mais do que pôde registrar a máquina ou minha memória slow motion.

Lua cheia é tudo pra quem tem lua e sol em câncer.

Alimentação: a dieta de um bando de hereges: churrasco - y otras cositas más - na sexta e no sábado.

Peludo de plantão: Arthus, o Golden da pequena Clara, 6 anos. Melhores amigos ao primeiro cafuné de orelha. Eu sabia que teria um peludo à minha espera. Mauá sem namorado, dá pra encarar, mas sem peludo não rola.


Tripulação: Adriana, eu, a comandante Isa e minha ex-house mate, Lolita. Muito hormônio junto, duas taurinas, mas nenhuma tragédia anunciada.


Foto oficial do time: Lola, Fred, eu (chegando), Isa e Adriana.

Mil vivas pra Mauá!

sexta-feira, abril 14, 2006

Rodoviária no feriadão


Rodoviária no feriadão
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Um bom livro e 512MB de boa música e qualquer espera de 4 horas fica linda.

Energia boa.


Energia boa.
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As rosas do Lau ainda estão lindas seis dias depois.

quinta-feira, abril 13, 2006

Pierre e eu na abertura do feriado!


Pierre e eu na abertura do feriado!
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Cervando no Cervantes!

Visconde de Mauá em dois tempos


Minha primeira vez em Mauá

Eu e o Bejota, meu namorado na época, inauguramos Mauá a bordo de um possante Chevette Junior que quase desistiu no caminho, num belo feriadão de 15 de novembro. Eu era universitária da Rural e, talvez por isso, sentia uma compaixão tremenda por essa galera que pede carona na estrada. A serra estava tão mergulhada em neblina que às vezes a gente tinha de sair do carro pra ver pra onde ia a curva. Tudo bem, a gente não tinha pressa: o feriado nem tinha oficialmente começado. De repente, uma trégua na neblina, um clarão e um mochileiro pedindo carona. "Ah, Bejota, pára pro pobrezinho!" Paramos e o cara entrou depois de perguntar pra onde iríamos, como se fosse possível ir pralgum lugar que não Mauá daquele ponto em diante - papo de doidão. O fog voltou, mas pela voz eu reconheci o carona: era o Marcelo, um maluco que eu conhecia de Miguel Pereira e que fazia faculdade de zootecnia na Rural. Ele trocou o pneu do meu carro uma vez, porque ficou com pena de mim: eu tinha colocado o macaco do lado oposto ao do pneu furado e estava sinceramente achando que eu ia ter de levantar o carro todo do chão pra trocar uma merda dum pneu. Eu não sabia que tinha furo pra enfiar o macaco dos dois lados, mas ele chegou sussurrando que estava tudo bem, que ninguém tinha visto o mico-macaco que eu estava deliberadamente pagando. Ficamos melhores amigos na hora.

Mauá, galera, feriadão: tudo era uma festa! Perguntamos o que ele tinha trazido de comida, porque o Marcelo fazia parte duma cooperativa de comida macrô no campus, onde eles produziam altos granolas e a melhor banana-passa do mundo. Ele tinha quilos de banana-passa e granola que, juntando com o miojo e o cream-cracker que trazíamos na bagagem, era garantia de muitas refeições quase balanceadas.

Detalhe: não tínhamos noção de onde poderíamos ficar, e já passava das 23h. O Marcelo, que conhecia tudo em Mauá e tinha chegado até a serra por intermédio de 3 caronas em caminhões e uma escalada na qual ele perdeu um pé da botina, falou que rolava um camping. Bacana. Mas o camping estava fechado quando a gente chegou lá depois de meia-noite, então tomamos umas pingas com mel pra esquentar e dormimos no carro, na frente da igrejinha. O Marcelo roncava pa-ra-ca-ce-te, mas sobrevivemos. Dia seguinte, montamos nosso iglu num espacinho simpático do camping, ao lado de uma pedra bem plana onde eu fiz a minha prática diária de yoga, com saudação ao sol voltada ao nascente, tudo lindo. O Marcelo achou conveniente continuar dormindo no carro, embora o Bejota tivesse até proposto um esquema de ele dormir de dia e a gente de noite na barraca, fazendo assim, tipo um rodízio, já que três não cabiam no iglu ao mesmo tempo: o Bejota tinha 1,90m e o Marcelo era meigordim.

Só houve um estresse, mas super efêmero: acordamos um belo dia pra tomar café e não tinha nem granola nem banana-passa: o Marcelo trocou a carga dele por maconha sem ter sequer nos consultado, isso depois de comer muuuito miojo às nossas expensas. Mas a sorte dele é que aos 20 anos nossa capacidade de perdão é gloriosa. Se fosse hoje, ele teria morrido.

Minha última vez em Mauá

Fui com meu namorado, até aí tudo igual. A subida foi ligeiramente mais rápida, porque ele não tinha o mesmo temperamento linfático do Bejota, e o motor turbo do Golf 2.0 pedia pé na táboa. Não demos carona pra ninguém, que Golf preto 2.0 com insulfim negro é carro de gente sequestrável, fuzilável e desovável, então não demos mole pra mané. Os tempos eram outros!

Era noite também, perto das 23h, mas estávamos reservados com tutti conforti no chalé mais fofo da lindíssima pousada Verde-que-te-quero-ver-te. Quando chegamos, fiquei deslumbrada: tinha até estacionamento! - sempre que eu fazia uns comentários desse tipo, o Ivan me olhava sorrindo com cara de "ah, pobrezinha!" Tinha até um cara pra carregar as nossas malas! Olhei no porta malas preto do carro preto e fiquei confusa: será que eu não estava conseguindo ver a minha mala porque era ela também preta? Procuramos, tateamos, ligamos lanterna, mas a triste constatação final foi essa: eu tinha esquecido minha mala no Rio. Entre os mil inconvenientes envolvidos numa situação dessas, eu estava condenada a me fuder de frio. Mas aí o Ivan prometeu me agasalhar, e aí eu achei isso bom demais e meu mau humor se dissipou em 2 minutos. Ele me emprestou uma cueca e uma camiseta e no dia seguinte me deu de presente umas calcinhas meio infantis (e mal dimensionadas) e umas camisetas estilo "Eu amo Mauá", com desenhos de fadas e gnomos, que eu tenho até hoje. Entrei na cachoeira de cueca e camisetão, mas que se foda. O importante é que a falta de roupas não me limitou em nada.

Não comemos macrô: fomos de gastrô-chic mesmo e eu devo ter engordado uns 20 kg só no café da manhã com mil queijos de cabra diferentes. Fiquei com pena de pescar as trutas no pesque-e-pague, mas comi algumas já mortinhas e temperadas, fora do habitat natural delazinhas. À noite, ficamos abraçadinhos na frente da lareira crepitante e de repente eu percebi que eu não precisava de mala, de roupas, de nada: minha vida estava completa.

***

Nisso eu acho que não mudei nada. Quando eu estou amando, tenho a mesma velha sensação de que não preciso de mais nada. Talvez de um pouquinho de água, que é pra repor as lágrimas derramadas de felicidade; e de ar, que é pra ter onde levitar.

***

Viva Mauá!

Quanto mais eu rezo...

Culpa do Google! Eu tava aqui, na minha, buscando a tradução duma palavra em espanhol e, de site em site, esbarrei na letra duma música do Alejandro Sanz que eu só ouvia quando dançava bolero nas aulas de dança de salão, no tempo do onça. A academia já virou A!Body Tech, o professor de bolero e tango se suicidou, mas o Alejandro Sanz continua por aí, à solta, proferindo coisas como:

¿Quién me va a entregar sus emociones?
¿Quién me va a pedir que nunca le abandone?
¿Quién me tapará esta noche si hace frío?
¿Quién me va a curar el corazón partío?
¿Quién llenará de primaveras este enero,
y bajará la luna para que juguemos?
Dime, si tú te vas, dime cariño mío,
¿quién me va a curar el corazón partío?


Alguém tem que parar esse cara!

Veja lá se isso é trilha de feriadão!

Tentei contar carneirinhos, esvaziar a mente, mentalizar o azul profundo, pensar no cheiro do abraço dos meus peludos e em coisas boas em geral, mas tive outra noite de insônia importante. Teve jeito, não: pendurei no e-mule e danei a baixar músicas que eu precisava ouvir e empacotar no MP3player imediatamente, senão teria um colapso: Clareana, Lavander, Pedaço de Mim, Cio da terra, Dyer Maker, e por aí vai.

Acho que estou tendo uma pseudociese musical.

***

Abri a porta 57 vezes pra ver se o preguiçoso do entregador já tinha deixado o jornal. Quando chegou, eu já tinha lido tudo pela internet. De qualquer jeito, fiquei tão feliz de cheirar o jornal tomando um café fumegante que li tudo de novo.

Quando as coisas não estão indo bem, a gente tem que se agarrar à qualquer gotinha de felicidade e fazer disso um maremoto.

***

Não recomendo a música "Pernambucobucolismo", da Marisa Monte, a pessoas ciclotímicas insones, embora seja esta uma faixa daquelas que aparentemente dão soninho. Os efeitos paradoxais - praqueles que prestam atenção na letra e inventam sentido até pra versos do Antunes - são tenebrosos.

***

Cio da Terra me lembra demais da minha época de faculdade, na (Universidade Federal) Rural (do Rio de Janeiro). Naquele tempo eu venerava a terra como uma entidade, afagava grama, beijava o chão, usava umas batas indianas que tinham sobrevivido à minha mãe, namorava um agrônomo orgânico, enfim: era um tremendo bicho grilo. Minha vida era super mais fácil então.

Eu tenho que voltar pra yoga anteontem! Pranayama na veia, OM OM OM.

***

Tô com medo de não voltar de Mauá. Não sei se surto ou compro um vestidinho.

Espumas ao vento


Sei que é trevas curtir fossa com música, mas eu tenho culpa se minha mãe comprou justo ontem o excelente DVD "Lisbela e o Prisioneiro - o musical"?!?

A faixa-título desta fossa, uma versão xaxado hard core de "Espumas ao Vento" na voz rasgada da Elza, pode ser aqui ouvida pela Rádio Terra. Contudo, eu recomendo fortemente o DVD do show da trilha do filme (ufa!): parece um programa de calouros onde tudo é muito louco.

Aliás, somos todos muito loucos. E a vida não passa de uma imitação fraca do Cassino do Chacrinha. Super fonfón pra mim.


Espumas ao vento
Interpretação obrigatória de Elza Soares
Composição: Acioly Neto

Sei que aí dentro ainda mora um pedaço de mim
Um grande amor não se acaba assim
Feito espumas ao vento
Não é coisa de momento
Raiva passageira
Mania que dá e passa feito brincadeira
O amor deixa marcas que não dá pra apagar
Sei que errei e estou aqui pra te pedir perdão
Cabeça doida, coração na mão
Desejo pegando fogo
Sem saber direito aonde ir e o que fazer
Eu não encontro uma palavra só pra te dizer
Mas se eu fosse você, eu voltava pra mim de novo
E de uma coisa fique certa, amor
A porta vai estar sempre aberta, amor
O meu olhar vai dar uma festa, amor
Na hora em que você voltar.

quarta-feira, abril 12, 2006

Para alguém que eu quero bem


In: http://ciottopeste.altervista.org/_altervista_ht/LacrimaBimbo.jpg

Há pouco cheguei em casa pisando num tapete aveludado de luar estendido sobre a noite perfumada. Contei-me os braços, pernas e dedos, deixei o ar entrar e sair por minha respiração perfeita, ouvi a música forte do meu coração e, em vez de regozijar-me por me constatar viva e saudável, deitei na cama abatida por uma profunda sensação de oco no peito.

Plic. Cai uma lágrima no oco. Na minúscula poça que se forma, vê-se a imagem projetada de um belo sorriso. Plic, mais uma lágrima. O sorriso agora é triste. Plic, plic. O rosto ganha contornos, contornos contrariados. Plic. E um olhar de decepção. Plic, plic, plic, plic, plic. Já entendi tudo: o rosto não é meu, mas a decepção é comigo.

Fico ainda deitada com o oco no peito me pesando, insuportavelmente pesado, entrecortando minha respiração imperfeita, bagunçando a música fraca do meu coração estúpido e paralisando-me os braços que já tanto aninharam esse alguém que eu quero bem.

Pliiiiic. O oco agora está completo. No entanto, sou eu que não estou.

Para o Lau


Para o Lau
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São esses pequenos detalhes que fazem uma mulher de 33 escolher este restaurante, e não aquele.

Feriadão

Hoje, véspera de "quinta-feira Santa", é o dia mais longo do ano depois da quinta-feira de carnaval. Estou postando tudo até a última ponta que é pra minimizar minha antecipação da síndrome de abstinência de blogs, gadgets e afins: no feriadão, eu vou prum mato tão sinistro que nem celular funciona por lá. Em compensação, dizem, rolam umas ninfas e gnomos, uns copos-de-leite, umas mães-d'água... Talvez, e olha que eu tô com um feeling super bom a esse respeito, haja uns peludos de plantão.

Mônica L, telefone anotado! Vamos marcar uma pizza?

Threesome-thing!!!


Threesome
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John, Mary e eu. Tutti frutti.


terça-feira, abril 11, 2006

Onde eu fui me meter?


Onde eu fui me meter?
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Sarau no DCE da ECO-UFRJ. As low as it gets on a Tuesday evening.

After hours after all


After hours after all
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Marina and I

Angustiada.


Angustiada.
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As horas não passam, o trabalho não acaba, o feriado parece que não vai chegar nunca, o telefone não toca e o Greg só pode estar de sacanagem com a minha cara. Pra piorar, minha academia vai virar uma A!Body Tech. Ninguém merece.

segunda-feira, abril 10, 2006

Enquete 2 - cantadas asquerosas

O "Caiu na rede", da Cora Rónai, tem um texto ótimo da Tatiane Bernardi intitulado "Pot-pourri de assuntos" - tão ótimo que é obviamente atribuído ao Verissimo -, que dá voz à mulher irritadinha que há em todos nós, mulheres e não mulheres, em TPM ou não. Num dos trechos, a autora diz tudo o que gostaria de dizer àqueles cretinos que passam por nós na rua, sugando o ar com ruído de saliva em ebulição, dizendo coisas não muito meigas, como "tesão" ou "eu te chuparia todinha, sua gostosa".

Eu, particularmente, odeio esse tipo de declaração vinda de um fulano qualquer. Uma vez corri atrás de um tarado desses pela Rua Jardim Botânico, gritando: "VOCÊ QUER MORRER?!? VOCÊ NÃO TEM AMOR À VIDA?!? O QUE VOCÊ PENSA DA VIDA, SEU TARADO MALUCO?!?" Eu sei que fiz a louca, mas quando eu parei de correr e o cara sumiu na esquina mais próxima fugindo de mim e dos olhares acusadores das pessoas, eu sentei na calçada e me mijei de rir. Até porque, na época, eu tinha 20 anos, 45kg e não lutava porra nenhuma de Krav-Magá, ao passo que o agressor (ha ha ha) daria cabo de mim com um simples peteleco.

Enfim, esta enquete, inspirada no link que o Aeryn me passou, é pra saber o que vocês diriam - ou efetivamente dizem, já disseram - a um desses asquerosinhos que passam cantadas escrotas em mulheres na rua.
Boa semana e bons impropérios a tutti!

Enquete 1 - que presentes você devolveria?

A sugestão foi da Jussara, e eu apenas vou pô-la em execução aqui: que presentes você devolveria sem dó nem piedade?

domingo, abril 09, 2006

Manfredo de Souzanetto no IMS


Manfredo de Souzanetto no IMS
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Pássaro com chifre de boi.

sábado, abril 08, 2006

Multimedia message


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Minas in Rio. E os mino!

Ave, Lau!


Ave, Lau!
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Bom final de semana!